Capítulo 24: O presente de um assassino

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   –Sei que todos devem estar impressionados, assustados e até desconfiados de me ver aqui. – Rafaela mirou cada um de sua plateia, com um sorriso triunfante especial para o tio. – Por isso que vou explicar a todos minha presença aqui. Há dois anos, minha irmã e eu sofremos um atentado – todos começaram a cochichar entre si, parecendo cada vez surpreendidos –, dois carros nos perseguiram e fizeram o nosso cair de uma ponte. Marcela morreu no acidente, mas eu não. Com medo dos assassinos, eu decidi manter minha sobrevivência escondida de todos. Não sei quem são eles e o porquê fizeram isso. No entanto, agora, eu decidi não ter mais medo. Voltei para minha casa, para minha vida e pretendo tomar conta de tudo que me pertence, começando pela empresa de meu pai. – olhou novamente para Ricardo, ele parecia desconfortável. Suava? Rafaela sorriu para ele. Era bom mesmo que tivesse medo, pois Rafaela não era e nem voltaria a ser a menininha que ele controlava. – Voltei para tomar tudo que me é de direito.

    Penelope olhou diretamente para ela. As duas se enfrentando em uma batalha silenciosa. Eduardo. Ela achava que Eduardo ainda lhe pertencia?

   O padre o tinha entregado permanentemente para ela, Rafaela não conseguia enxergar isso?

   Por mais doloroso que isso se tornasse, Penelope lutaria pelo marido. Rafaela não ganharia novamente.

   –Espero que todos entendam meus motivos, principalmente minha família, que também não sabia nada sobre mim. Peço-lhes desculpas pelas lágrimas que derramaram por mim, mas tudo que fiz foi por vocês também. E só eu sei o risco que vocês podem estar correndo agora que voltarei para casa.

   –Rafaela – Ricardo tomou a palavra –, você nunca precisou se esconder. Conosco não terá motivos para temer, possuímos dinheiro suficiente para te proteger.

   –Claro, tio. Espero exatamente isso. – sorriu, irônica. –Sei que é uma noite especial, por isso a escolhi para mostrar que estou viva, e não só isso. Mas... – Rafaela olhou para Caetano, no meio de tantas pessoas, ele se destacava por sua altura, diferença facial e gestual no meio de tantas pessoas. –Para apresentar a todos o mais novo membro da família De Campos: Caetano. – ela levantou a mão em sua direção.

   Seus olhos quase pularam das órbitas. Fez um leve sinal de "não". Mas assim tinha que ser. Era hora de ele receber tudo que merecia também. Caetano era irmão de Marcela e assim deveria ser reconhecido por todos.

   –Meu irmão – exclamou, orgulhosamente.

   Olharam para ele surpresos, alguns, e ofendidos, outros. Por acaso não o achavam digno de ser um De Campos? Será que não imaginavam que haviam De Campos tão piores?

   Ele, com cuidado e constrangimento, foi até Rafaela enquanto ela falava.

   –Caetano é o meio irmão de Marcela Gomes de Campos e pretendo dar a ele – olhou para o tio, agora de uma forma mais provocadora – tudo que lhe convém como herdeiro de minha irmã.

   Caetano viu todos a sua frente e sentiu realmente que não merecia estar ali. Uma vez Amanda lhe dissera que havia universos que não nos pertenciam, aquele era o caso. Por mais tentasse, os ricos nunca o aceitariam e ele nunca os quereria por perto.

   –De resto, espero que tenham uma ótima festa. Parabéns à empresa e à família! – abriu os braços, gloriosa. –À música, por favor. – disse aos músicos que estavam tão boquiabertos como o restante dos convidados. Ainda roboticamente eles começaram uma música de Beethoven, Moonligth.

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora