EPÍLOGO

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***LEMBRE-SE QUE ESSE PRIMEIRO EPÍLOGO QUE SERÁ DISPONIBILIZADO SERÁ PARA AQUELES QUE NÃO DESEJAM CONTINUAR LENDO ESTA SAGA E POR ISSO, PARA VOCÊS, ESSE SERÁ O FIM. BOA LEITURA***





      Ela nunca se sentiu tão bem com uma cacofonia de vozes, uma mais aguda do que a outra. Ver Cristal ao lado da filha, praticamente recuperada, sorrindo para Arthur, ambos como uma família completa com Dani. Helen voltando a sorrir pouco a pouco – mesmo ainda sentindo um desconforto enorme quando ficava ao lado de Cristal. Igor e Cláudia como um casal – tão bom ver a amiga sendo acariciada pelo namorado, beijada e amada todos os dias. Era animador ver os olhos da tia brilhando novamente, acreditando no amor – e Rafa bem que desconfiava que a visita do pai de Caetano tinha muito a ver com os novos e constantes sorrisos de dona Michele. Caetano e Amanda, por mais impossível que pudesse parecer, apaixonados como nunca – e melhor: explodindo de felicidade pela gravidez recém-descoberta de Amanda. O destino havia sido benevolente com ela, e mesmo ainda não suportando lugares muito fechados ou escuros, ela sobrevivia dia após dia com uma alta dose de zelo do marido.

      E por fim... Viu a Alex, ali, ao seu lado.

      Com uma taça de champanhe nas mãos, conversando freneticamente como Igor, enquanto Cláudia revirava os olhos. Rafa sorriu – estava sentada no sofá a quase dois metros de distância. Alessandro sentiu o seu sorriso, mesmo tendo sido fraco e baixinho, ele sempre saberia quando Rafaela ria. Era automático. Uma vibraçãozinha gostosa no peito se espalhava por suas artérias e transmitiam sinais constantes para que mirasse aqueles olhos esverdeados mais uma vez. E outra, e mais uma.

      Seus olhares se encontraram no meio da sala, e hipnotizados um pelo outro os dois ficaram por certo tempo – ainda que várias pessoas tivessem passado entre eles – ligados por aquele tênue, porém inquebrável, fibra que os transformava em um.

      Ela deu uma piscadela.

      Alex retribuiu imediatamente.

      Feliz, ela levantou-se e subiu as escadas sem que ninguém percebesse. Tomou o corredor à esquerda, terceira porta. Sempre estava destrancada agora – não havia mais motivos para esconder nada que estava ali, nem mesmo lembranças dolorosas. O quarto de Marcela. No porta-retratos, em um criado mudo, uma foto das irmãs quando pequenas. Ambas pareciam felizes, pela análise dos grandes sorrisos; fora antes da morte dos pais. Micaela aparecia um pouco atrás levando o bolo de aniversário de Marcela até a mesa principal da festa. Uma festa sempre a quatro. Apenas a família, apenas sorrisos íntimos, apenas. O pai havia tirado a foto. Rafaela tinha fechado os olhos e aberto o maior sorriso da vida – se lembrava bem de como suas bochechas doeram depois. Marcela sorria mais da expressão esquisita da irmã do que pelo "X" que o pai pedira. Ele sempre dizia que aniversários deviam ser sempre repletos de sorrisos.

      "Antes de chorar por qualquer morte, comemore a vida", Marcela passou a dizer depois da tragédia de carro que levara seus progenitores para longe.

      Rafaela entendia agora. Sempre um momento de alegria. E sem dúvida a irmã era a pessoa mais cheia de alegria e vivacidade que Rafa teve o prazer de conhecer. Levantou sua taça em direção à foto.

      – Eu te amo – falou, emocionada.

      Fechou novamente a porta e desceu para a festa.

      – É hora de cortar o bolo! – anunciou.

      Helen olhou para ela com um brilho singular nos olhos. A menina estava se tornando uma mulher, não havia dúvidas. E cada ano que passava, Rafaela lembrava-se mais da alegria de compartilhar o crescimento daquela menina incrível do que da tristeza pela falta de Marcela. Então, ela reservou aquele dia específico para celebrar Helen – celebrar a vida sempre em primeiro lugar! –, para todos os outros dias pensar em Marcela e fazer de tudo e prol de fazer a irmã orgulhar-se da pessoa que a caçula estava se transformando.

       Alessandro abraçou-a pela cintura. Beijou seu rosto e a dirigiu até o lado da sobrinha.

       – A minha família está enfim reunida – ele garantiu, assim que Helen deu a mão para Rafa.

FIM.

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora