Capítulo 21: Já escolhi

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-Rafaela, vai depressa trocar de roupa - Alessandro comentou. - Está frio lá fora. Enquanto isso, eu e o Eduardo vamos ver o que vamos fazer.

-Mas...

-Não há tempo para discussões, apenas vá.

E ela foi. Correu até sua mala em busca de algo leve, caso precisasse correr, e quente. Mal vestiu um cardigã verde, Eduardo e Alessandro entraram novamente no quarto.

-Eles sabem que tem gente em casa. Eles vão invadir, com certeza - declarou Alessandro, desgraçadamente.

-Então vamos agir.

O ambiente ficou pesado. O ar tinha um gosto de sangue, Rafaela percebeu.

-Eu vou ficar - Alessandro afirmou.

Ela não conseguiu segurar uma pequena lágrima que saltou do seu olho direito.

-Alex... - sussurrou.

-É o melhor - engoliu em seco, estava se segurando também. Ele não queria se separar dela. Ora, ele se segurava para não pular em seus braços e abraça-la com todas as forças que tinha - Essa é minha casa.

-Mas...

Ela o olhou durante um minuto. Apenas mirou. Os dois falando tudo que era necessário ali. Outra lágrima escapou dos olhos de Rafaela. Mais uma. Outra. Mais algumas.

Então ele também deixou escapar uma.

Ouviu-se um grande estrondo vindo do portão da frente.

-Temos que ir agora - Eduardo falou, segurando Rafaela pelo braço e a afastando dali.

Seus passos eram apressados, no entanto, a última imagem que ela teve de Alessandro foi lenta. Ele piscou devagar, expulsando qualquer outro líquido de seus olhos, enquanto os dois se despediam para sempre, novamente apenas com o olhar. Palavras não eram necessárias, apenas os olhos verdes de Rafaela, vermelhos por toda a tristeza que ela tinha em perdê-lo, já era o suficiente.

Ele morreria satisfeito.

Um minuto depois, Rafaela e Eduardo já tinham escapado pelo muro detrás da casa. Corriam pelas ruas, desesperados. O ar da tarde estava frio e impedia que ela voltasse a chorar. Achava aquilo bom. Sentia que, se começasse, não poderia parar.

Rafaela nunca esqueceria o que Alessandro fizera por ela. Ele merecia todo o amor que, sim, com certeza, ela tinha por ele. Sempre teria.

°°°

Amanda e Penelope voltaram sentindo-se completamente revigoradas. O que o dinheiro não fazia, não é mesmo? Um dia de compras, de beleza, um final de semana para uma viagem internacional. Como não amar isso? Como não ser feliz com isso?

Cada vez que pensava no assunto, Amanda estava mais segura que esse era o tipo futuro que ela queria. Um marido rico que fizesse todos os seus caprichos. O que ele fazia fora de casa e com quem, sinceramente, não lhe importava, ela sempre teria o cartão de crédito como amante também. Isso era o mais importante.

Penelope parou de repente, no meio de uma risada. Ficou muda e pálida, os olhos arregalados.

-O que foi? Tá sentindo alguma coisa? -Amanda tocou seu ombro enquanto falava.

-Não sei - ela subiu a mão ao peito - Um pressentimento ruim.

-E você tem isso desde quando? - disse, irônica.

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora