Capítulo 25: Confusão

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   Ouve-se um forte estrondo do lado de fora. Uma bomba. Colocada no fundo da fonte da casa. Todos gritaram mais uma vez, muitos se jogando no chão. Rafaela e Cristal ainda estagnadas com aquele corpo no chão.

    Juliano segurava firmemente em Penelope, que parecia ter pulado no primeiro braço que tinha encontrado pela frente – esperava que fosse seu marido, mas não teve muita sorte. Arthur tentava apoiar Cristal. Ela estava prestes a desmaiar. Bastava olhar para seu rosto pálido, para saber o que viria a seguir.

   Amanda era abraçada por Ebert, mas sua mão alcançava outra. Ela não sabia de quem era, e também não se importava.

   Cláudia procurava Igor pela multidão. Ele não parecia estar em lugar nenhum. Isso apertava seu coração. Vinícius estava logo ali, com um rosto assustado. Como ela podia esquecer? Daniel era irmão de Vinícius. Independentemente de suas diferenças, eram sangue do mesmo sangue. Eram família.

   Penelope subiu o rosto devagar, percebendo o cheiro de um homem diferente contra seu rosto. Era o delegado. Ela se afastou de uma vez, tirando Juliano do seu transe inicial pelos últimos acontecimentos.

   Ouviu-se Eduardo gritando por Rafaela.

   Ela também pareceu despertar. Antes, tudo tinha acontecido como em uma câmera lenta de um filme de ação. Agora, todos estavam despertos, e a ação deveria continuar com seu ritmo frenético de sempre.

   Cristal saltou dos braços de Arthur, tentando se aproximar do corpo sobre o chão.

   –Daniel! – ela gritava, sem se importar com o arredor.

   Arthur foi mais rápido e conseguiu interceptá-la.

   Rafaela se arrastou pelo chão, de costas, fugindo daquele cheiro de sangue.

   –Rafaela! – Juliano gritou. – Não se mexa. Pode haver outras bombas. Fique parada aí.

   –Não! – exasperou de volta – Quero sair daqui!

   –Espere – ordenou, aproximando-se do local.

   Rafaela olhava Daniel com desespero. Ela o tinha visto um dia antes, haviam conversado, até sorrido. Como podia estar morto? Não era possível! Por quê? Como acontecera debaixo de seus olhos, cercada de seguranças e policias?

   Cristal ainda chorava descontroladamente, tentando se livrar de Arthur.

   Juliano chegou até Rafaela, que o abraçou com força. Ela precisa sentir outro coração pulsando perto do seu. A seguir foi aos braços de Alessandro. Ele seguira sempre perto de Juliano, até ela.

   –Alex, ele... Ele... – ela soluçava sem parar.

   –Shhh... – consolava. – Eu sei. Vai ficar tudo bem.

   Juliano alcançou o corpo. Tocou-lhe o pescoço. Estava sem pulso. Analisou a corda corpulenta ao redor de seu pescoço. Não havia marcas dela. Obviamente, colocada como uma forma irônica. Em sua mão, um vidro de Clonazepam.

   O Assassino.

   Claro.

   No entanto, seus lábios estavam costurados – algo distinto na forma de agir do suspeito. O fio parecia grosso, colocado, provavelmente, com a vítima ainda viva, analisando o sangue em sua camisa, logo a baixo do queixo. Sua temperatura e flacidez indicavam que ele tinha sido morto há menos de três horas. Mas...

   Por quê?

°°°

   Ele estava morto.

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora