Capítulo 34: É difícil perdoar

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*** Falta apenas um capítulo para a revelação do ASSASSINO :O , então, quem você acha que pode ser? ***   






   Ele viu quando a mão de Rafaela se aproximou de seu rosto.

   Como ele queria sentir aquele toque! Fechou os olhos para apreciá-lo com mais intensidade.

   Então, lembrou-se da prisão. Os homens que o atacaram na primeira noite, os hematomas que ainda latejavam em seu tórax. Vitória ficara sozinha, em um hospital, logo depois de uma crise de nervos. Rafaela provocara tudo... Lembrou-se de se ajoelhar diante dela, implorando uma chance, o benefício da dúvida pelo menos. Ela recusou. Jogou-o na prisão como um animal.

   Alex nunca se esqueceria disso, nem em seus dias mais felizes. A sombra da cadeia o perseguiria para sempre.

   –Não! – ele afastou a mão dela de forma brusca.

   Machucou-a com certeza, mas não se importou. Nem por meio segundo.

   –Acha que um pedido de desculpas irá resolver alguma coisa? Acha de verdade isso?

   –Então me diga o que fazer – implorou. – Preciso de seu perdão.

   Alessandro cruzou os braços, em ironia.

   –Esforce-se mais do que isso. Não dizendo que irei te perdoar, mas vê-la se arrastar um pouco pela culpa seria muito bom.

   Ele se virou.

   Rafaela correu até ele, abraçando-o de surpresa. Ele não esperava que ela estivesse tão próxima, pela velocidade que o toque chegou até ele. Incendiou-o de imediato. O rosto dela afundou em sua costa para abafar os próprios soluços.

   Alessandro sentiu repulsa. Pela primeira vez.

   E odiou esse sentimento.

   –Eu juro... – ela começou.

   –Não jure.

   –Tente me entender, eu estava desesperada.

   –Não me importo. Todo o tempo que fiquei preso me perguntava se você teria feito o mesmo com o Eduardo se as "provas" – fez aspas no ar – o tivessem acusado.

   Um bolo pesado se formou na garganta de Rafaela. As lágrimas que ela engoliu desceram rasgando todo seu corpo.

   –Conheço Eduardo há tanto tempo...

   –Não precisa continuar – interrompeu, sentindo-se ridículo por ter coragem de algum dia ter pensando que ela falaria algo diferente. – Já tive minha resposta. – Sorriu.

   –Não te trata apenas de confiança, toda a situação...

   –Não. Isso é sobre confiança!

   –Alex, se por meio segundo eu tivesse imaginado que esse seria o pior erro da minha vida...

   –Mas não imaginou. Não se importou. E sabe? – deu de ombros. – Agora quem não dá a mínima sou eu.

   –Por favor – sussurrou.

   Rafaela começou a agachar-se. Iria se ajoelhar. Se humilharia. Faria qualquer coisa para ter aquele antigo olhar carinhoso e audacioso de Alex sobre ela.

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora