Capítulo 17: Sempre vou olhar para você

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   –Creio que já falei isso uma mais vez, mas não custa nada repetir: isso foi por você cogitar que sou uma vagabunda – ralhou.

   Alessandro virou o rosto devagar, com cuidado. Rafaela estava com o rosto vermelho de raiva. Nunca a viu assim. Ele precisava pisar em ovos se quisesse sair daquele quarto com vida.

   –Mas você... O Eduardo...

   –Eduardo é um cavalheiro, ele nunca faria amor comigo ainda estando casado com outra. Passei, sim, a noite com ele, mas não foi dessa forma devassa que você tá pensando, não, idiota – cuspia as palavras com uma irritação memorável.

   Mas seria verdade mesmo?

   Não havia necessidade de mentir.

   Mesmo assim...

   Alessandro era um idiota, de fato. E agora estava em maus lençóis.

   –Sério que ele é lento assim?

   A frase pulou para fora. Claro que, se ele tivesse amor à vida, nunca falaria aquilo.

   Os olhos dela quase pularam em cima dele, e teve medo que levasse outra bofetada. Em vez disso, Rafaela lhe deu as costas e voltou para o banheiro.

   Não seria tão simples assim fugir dele.

   Intrometeu-se entre ela e a porta antes que Rafa a alcançasse.

   –O que pensa que está fazendo?

   –Desculpa.

   –Com licença.

   Ela tentou ultrapassá-lo. Em vão.

   –Desculpa.

   –Sai da frente!

   Ela começou a golpeá-lo nos braços.

   –Não.

   Parou.

   –O que quer dizer com não?

   –Não. É uma palavra simples– ele pôs a mão no queixo dela – até para você.

   –Eu quero trocar de roupa!

   –Para quê? – ele lhe lançou um olhar furtivo. Faminto.

   –Como assim? – ela piscou.

   Suas mãos estavam, agora, firmes na tolha, ainda mal colocada.

   –Talvez não precise de roupas no momento. – ele disse, empurrando-a levemente em direção da cama.

   –O quê? Ficou maluco? Eduardo está na sala.

   –Serei silencioso – sorriu, travesso – Já você, eu não sei.

   Ele se aproximou para beijá-la. E com certeza o faria – o beijo mais louvável que ele já dera –, se ela não tivesse acertado uma joelhada forte no meio das pernas.

   –Ai. – gemeu – Como teremos filhos agora?

   Ele deu um sorrisinho maléfico.

   –Você eu não sei.

   Então, correu até o banheiro.

°°°

   –Senhora? – o homem se aproximou dela – Está preocupada.

   –Falei com o seu chefe.

   –O que ele disse?

   –Ele quer a criança.

O Assassino (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora