De Repente você

Capítulo 23

Boa noite!!!!

Lindas mais um capitulo para vocês!!!!

Bom final de semana!!!!

Capítulo 23

Mariana

Há algum tempo que sinto a falta do meu pai. Sei que minha mãe e ele brigavam muito, muitas vezes vi minha mãe com hematomas, mas ela nunca afirmou que foi meu pai. Quando eu era criança, achava que ela sempre caía, mas conforme fui crescendo vi que não era apenas tombos.

Meu pai sempre me tratou com muito amor, não posso dizer o mesmo de Matheus, no qual ele sempre tratava friamente. Não consigo entender o porquê.

Depois da separação de meus pais, viemos para Pirassununga e aqui minha mãe conheceu Alexandre. No começo eu sentia uma raiva muito grande por ele, pois, sempre que eu estava escutando minhas músicas ele vinha até em casa e pedia para eu baixar o som.

No dia em que eu peguei minha mãe no quarto com ele, fiquei enfurecida. Para mim minha mãe ainda amava meu pai e por estar no quarto com um homem e ainda esse sendo o vizinho insuportável me deixou com mais raiva.

Com o tempo fui percebendo as mudanças na minha mãe, quando ela estava casada, ela era uma pessoa infeliz, sua expressão era triste e vivia chorando pelos cantos.

Depois da separação minha mãe se tornou mais independente, se arruma mais e de uns tempos para cá ela está com um brilho no olhar.

Apenas vi minha mãe se transformar naquela pessoa triste novamente quando fomos para casa de praia da Samira, pois minha mãe precisou se afastar do seu serviço e de Alexandre.

Não sou mais nenhuma criança e sei que fomos viajar porquê meu pai começou a ligar em casa. Não sei qual é seu medo, ela não diz nada para mim.

Já conversamos sobre o assunto, eu quero muito ter contato com meu pai. Eu amo muito minha mãe, já aceitei seu namoro com Alexandre, mas espero que ela também me respeite e não me separe do meu pai.

Agora estou aqui, prestes a entrar na sala do juiz. Estou ansiosa desde ontem, não consegui dormir à noite toda.

Logo que chegamos encontrei meu pai e foi muito bom poder abraçar ele novamente. Estava com muitas saudades dele.

A secretária do Juiz chama eu e meu irmão, entramos na sala acompanhados da advogada da minha mãe, Anne. Quando fomos na reunião ontem no seu escritório, ela me esclareceu todas as dúvidas, me deixou mais calma, ela parece ser uma boa pessoa.

Meu medo era prejudicar minha mãe se eu falar para o juiz que quero ter contato com meu pai. Não quero morar com ele, apenas quero poder visitá-lo nos finais de semana.

Sentamos em uma mesa retangular, eu, Matheus e Anne. Na minha frente estava um homem desconhecido, fui informada que ele é o advogado do meu pai.

O Juiz entra na sala, senta na ponta da mesa, minhas mãos estão trêmulas e frias.

- Bom dia, sou o juiz da segunda vara infantil, Dr. Lourenzo Rinaldi e farei algumas perguntas, vocês não precisam ficar com medo, pois nada do que será dito aqui vai ser falado aos seus pais. - o juiz diz olhando em nossa direção.

Assinto com a cabeça e ele procede com as perguntas.

- Gostaria de saber como é a relação entre vocês e seu pai, peço para que primeiro fale você e depois seu irmão. - o Juiz aponta para mim.

- Eu gosto muito do meu pai, ele sempre me tratou muito bem e sinto a sua falta. - Respondo sendo direta.

O Juiz olha para meu irmão e vejo que ele está quieto, de cabeça baixa e não quer responder.