Capítulo 1

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Tris

Mais um dia comum na iniciação da Audácia. Depois de muitas lutas, testes de resistência e aulas sobre o manuseio de armas, viemos fazer uma excursão pelos muros da cidade. Segundo Quatro, "conhecer um dos seus possíveis de trabalho no futuro é essencial" e cá estamos nós fazendo isso.
Trabalhar protegendo os muros não parecia ser algo tão empolgante. Você fica de patrulha o dia inteiro evitando que alguma coisa, que ninguém sabe o que é, que existe atrás dos muros entre e destrua tudo. Acho que é mais possível ocorrer uma destruição da parte de quem está dentro do que de que está fora, mas tudo bem. Sou apenas uma inicianda e estou aqui para escutar toda a explicação.
Escuto a explicação.
Escuto a explicação.
Escuto a explicação...
Escuto a explica...
Escuto a ex...
Escuto a...
Explosão?!
Sim, é isso mesmo. Um enorme barulho de explosão surgiu do nada e a terra tremeu. Fui ao chão e bati a cabeça. Fiquei completamente tonta. De repente, senti um jato de ar frio entrando por minhas narinas, como se estivesse inalando algum tipo de gás tóxico, mas não havia nenhuma fumaça. Tentava me colocar em pé novamente. Olhei para o céu. Não havia nenhum tipo de avião que poderia ter jogado a bomba. Olhei ao redor à procura de alguém que poderia ter acionado a bomba. Nada.
Depois de muito esforço, finalmente consegui me colocar em pé, porém estava bem fora de mim, já não prestando atenção em mais nada.
Outra explosão.
Corri em disparada em direção aos muros, involuntariamente. Ouvi alguém gritar meu nome ao longe, mas não consegui identificar quem era. Seria Christina? Quatro? Algum outro iniciando? Não sei. Só sei que não conseguia parar. Me aproximava cada vez mais. Provavelmente, iria bater de cara na parede de concreto e viraria uma panqueca pelo impacto.
Mas isso não aconteceu.
Quando cheguei extremamente perto da parede, não parei de correr. Foi como se uma abertura, um furo, tivesse se aberto no concreto e me deixado passar. Eu estava atravessando os muros.
Corria em um corredor estreito que ia se abrindo conforme eu avançava. Num momento, ouvi uma voz robótica feminina dizer algo como:
- Não pare. Começou. LDEAT.
Não entendi, mas continuei. Já estava sentindo tanto cansaço e dor em meu corpo que aquela voz poderia ser algo da minha cabeça.
Quando cheguei em um espaço maior, no fim do túnel, finalmente parei. Caí no chão e apaguei.

Sem Roteiro Nessa Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora