PROJETO I.N - DESPERTAR

Capítulo 16 (Revisado)

Logo que adentraram a Estufa, avistaram C.D espetando, para seu deleite, um espécime de besouro-hércules, onde, respeitosamente este, é encaixado numa plataforma de isopor em meio a tantos outros.

– Maluquinho. – Ri apontando para o grandalhão.

– Deixe o cara em paz A.E, o que ele te fez?

– Para mim? Nada. Gosto dele, porém, perco o amigo, mas não perco a piada. – Retruca o pequeno falastrão.

– Depois não sabe por que te chamam de irritante.

– Não ligo! – diz para I.N – C.D, você poderia nos ajudar?

O brutamonte nada diz. Nem se quer dá atenção. Era como estivessem invisíveis.

– Viu I.N? É impossível! Já tentamos de tudo. Infelizmente C.D vive em um mundo só dele, onde, plantas e insetos são seus companheiros.

Várias e frustradas tentativas de se ter algum tipo de diálogo, I.N vê sobre a bancada, várias anotações e análises de insetos, minerais, plantas e animais, sendo que alguns, desses animais, ele não fazia ideia que existia.

– Eu gosto mais de insetos e você? – Arriscou.

C.D observava o astuto. Calado. Sozinho em seu mundo. Talvez surpreso pela pergunta repentina do amigo. Era o que I.N queria. Finalmente havia conseguido a atenção dele.

– Olhe para mim C.D. Sei que me ouve e entende. Preciso da sua ajuda.

(Silêncio)

– "A Origem das Espécies" – I.N pega um amontoado de folhas ajeitando-as sobre a bancada – É um livro que está escrevendo? Por isso o interesse por esses bichos? – Arriscou novamente.

(Silêncio)

– Eu te falei... eu te falei. É impossível! Nenhuma palavra. Ele é assim desde que acordamos. Pode até está nos entendendo, mas falar... – balançou a cabeça em negação – O S.F disse que ele está melhorando, mas pelo jeito, sei não.

– A.E, sei que ele está me ouvindo e que vai nos ajudar. – Certo C.D?

(Silêncio)

Foi então que, pela primeira vez, C.D olhou nos olhos de alguém. Fixou-os no do simpático companheiro. Convidativo, endireitou seu corpulento tronco. Ereto, o grandalhão sorriu. Foi à deixa para os meninos mostrarem o caderno de anotações de L.V.

– Veja este desenho. Encontramos essa porta quando estive fora. O S.F comentou que você sabe algo sobre essa espiral. Enfim, reconhece esta figura de algum lugar? E esses números?

O brutamonte a analisa por alguns segundos e então aponta para uma prateleira a poucos metros dos presentes.

– É para irmos lá? – Questiona I.N, sendo agraciado com um sinal positivo. Já o baixinho, encontrava-se admirado com as atitudes nunca vistas de C.D.

Dentro da prateleira, o grandalhão retira o único livro ali presente e entrega para I.N. "Biografia de François Édouard Lucas", declara o título. Ao abri-lo, nota-se que há duas páginas previamente marcadas com clips. Na primeira, descreve-se:

"Torre de Hanói"

"Quebra-cabeça que consiste em uma base contendo três pinos, em um dos quais são dispostos alguns discos uns sobre os outros, em ordem crescente de diâmetro, de cima para baixo. Existem várias lendas a respeito da origem do jogo, a mais conhecida diz respeito a um templo Hindu, situado no centro do universo, segundo a lenda, quando todos os discos fossem transferidos de uma estaca para a outra, o templo desmoronaria e o mundo desapareceria. Dessa forma cria-se um novo mundo, o mundo de Hanói."