Capítulo 19 (Revisado)

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Tudo começou com a fatídica notícia vinda do pronunciamento do recém-presidente dos EUA. O iraquiano Andrew Washington. Em tom formal, porém atingindo todas as classes, o sr. Andrew foi claro e objetivo: "Nós acabamos com o planeta. Condenamo-nos. Primeiro tivemos a escassez de combustível e superamos. Depois veio a falta d'água e comida. Superamos. Sei que o gosto não é o dos melhores, mas lembre-se que esta mistura supre a necessidade da água e dos outros alimentos. Portanto, foi de suma importância a sua existência. Por fim, chegou à superpopulação. Após várias tentativas, (sem sucesso), o país do oriente resolveu tomar uma medida extrema. Colonizar a Lua. O ritmo foi acelerado, como todos sabem, pouco tempo de preparação e... quando os engenheiros estavam fazendo as primeiras detonações para criar as câmaras subterrâneas da morada lunar... (pausou de alguns segundos) Elas... destruíram a órbita lunar. Uma pequena fenda está aberta e, pouco a pouco, se despedaçando, aumentando gradativamente sua proporção. Até o presente momento não sabemos o que fazer e nem quando irá culminar em nossa extinção. Sei que muitos partirão para o vandalismo, para o caos e destruição, porém, peço cooperação e compreensão. Os maiores cientistas estão neste instante pesquisando um meio de resolver o problema. Que Deus esteja com todos".

Quando ouviu o pronunciamento, Edmund era ainda muito novo. Morava em um pequeno orfanato de uma pacata cidade. Canais de TV metralhavam os países com conspirações e teorias. O mundo só se falava disso. Mas não durou muito. Quando a Lua sofreu a primeira ruptura, a casa caiu, ou melhor, fora abandonada. Cinco dias após o aniversário do pequeno Edmund, canais de TV's estavam praticamente vazios, fora do ar. Os poucos remanescentes procuravam dar notícias felizes, a fim de desviarem o foco. Edmund achava engraçado de assistir, afinal, toda vida os noticiários só anunciaram desgraça. Espalhado pelas ruas, o único jornal até então na ativa. Estampava na capa sua última publicação "13 de Novembro de 2059 – Gravidade terrestre começa atrair fragmentos da Lua. Haverá Salvação?" Abaixo, um comunicado dos editores agradecendo por todos os anos de trabalho e que este era o fim da circulação dos jornais. O pequenino até guardara um recorte do jornal e, por aonde ia, o carregava junto. Um amuleto da sorte, afinal, segundo ele, quem imaginaria que um dia a Lua pudesse cair? E quer saber? Talvez o amuleto realmente desse sorte, pois, nos dias adiante, nada aconteceu. A Lua estagnou. E por alguns anos permaneceu daquele jeito, imóvel. Como sempre foi. Esplêndida e brilhante.

Ed, já mais velho, havia se mudado para cidade grande a procura de trabalho. Entre um não e outro, ficou sabendo sobre um famoso laboratório que estava recrutando jovens adolescentes. Não exigiam experiência, porém os selecionados teriam que ser curiosos e receptíveis a aprender. Para ele, não foi difícil preencher esta vaga. Estava então, realizada a façanha. Edmund era funcionário da corporação S.T.A.R.

Esta corporação era composta por uma espécie de mansão no piso superior e por dois enormes laboratórios em seu subterrâneo. Laboratório Alfa e laboratório Ômega, eram ambas comandadas pelo experiente dr. Brahe e seu aprendiz, dr. Kepler.

Edmund fora registrado para trabalhar com serviços gerais no laboratório Alfa. Era o que podia se trabalhar com aquela idade e, de fato? Nem ligava. Adora nos seus tempos livres observar uma ala lotada de funcionários realizando testes em primatas. Por estar constantemente ausente, dr. Brahe deu um voto de confiança e fez de Johannes, chefe do laboratório Alfa. Venerado, esse homem exigia ser chamado pelo sobrenome Kepler. "Kepler não, dr. Kepler" Como dizia ele. Foi nessa época que conheceu Robert. Tornando-se os dois mais jovens do laboratório.

Com o passar do tempo, a equipe foi diminuindo. – uma segunda ruptura na Lua havia dado início – Diziam que passariam o fim ao lado de seus familiares. Edmund adoraria fazer o mesmo, mas ele e Robert, que era órfão também, não tiveram opções a não ser ficarem aos cuidados do dr. Kepler. Um pai para eles. Ouve uma vez em que o doutor ensinara a realizar um teste de aproximação da Lua com apenas uma simples moeda. Era só mirá-la para o satélite natural e assim comparar com o seu tamanho. "Isto que eu chamo de periastro" – Dizia o doutor maravilhado.

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