– Você achou que uma simples pedrada fosse me vencer? Seu idiota! – dizia Robert gesticulando para um corpo desacordado – Acho que você está gostando de ser meu saco de pancadas...
– I.N acorda. Acorda! Você precisa levantar. Vamos, força! – Anne tentava com esforço, amparar o amado.
Tudo estava acabado? Era o fim? O garoto relutou acreditar que a pedra lançada não surtira efeito algum em Robert. Não! Não era momento para desistir. Nem podia. Anne precisava dele. Ele precisava dela. Lentamente I.N vai recuperando sua sanidade. Com auxilio da amada, ergueu-se. Fraco. A garota delicadamente o deposita sob uma confortável árvore. Protegia-o da forte tempestade. Do bolso do vestido retira um pequeno lenço e, com suavidade, limpa o rosto ensanguentado de seu afeto. Um esforço abismal em mantê-lo motivado. Cativado.
– Cansou de apanhar e precisou da ajuda da mulherzinha? Vai choramingar, vai?
– Pare Robert, por favor. Já deu! Chega dessa palhaçada. Deixe o I.N em paz. A passagem está aberta. Livre. Vá! Retorne. Não é isso que você sempre quis? Que você sempre desejou?
– Anne, Anne, Anne. Sabe de quem sinto mais pena? De você! Desde que te conheci, que te amei e desejei, o que você fez? Nada. Apenas humilhou-me. Agora, você me pede para facilitar as coisas? Que eu vá e deixe-o vivo? Para vocês se amarem loucamente? Se ele está sofrendo, é por sua culpa. Sabia? Somente sua. Pensando bem... Você gostaria que tudo isso acabasse, certo? Ótimo! Para que isso ocorra, venha até mim, beije minha mão e peça desculpas. De joelhos, claro. Se assim o fizer, deixo os pombinhos a sós. – Robert encontrava-se com um leve sorriso ameaçador.
– Promete deixar o I.N em paz? – Pobre coitada, a garota era muito inocente para perceber a verdade.
– Anne, confie em mim. Lembre-se da época que éramos amigos. Quando eu menti para você?
– Não vá! – Murmurou I.N. Mas não foi ouvido.
Sorrateiramente Anne se aproxima de Robert. Estava esperançosa. Ao fundo, era contemplado pelos olhares do garoto do dom da Força. Este, novamente pediu para ela não ir. E novamente não fora ouvido.
Ao abeirar Robert, Anne ajoelha-se e, com repúdio, beija a mão de Robert. Um pouco mais distante, estava I.N, remoendo-se de dor. Dor esta, não mais física. A dor que ele sentia era interna. Sentimental.
– Espere Anne, espere. Beije-me com leveza. Aprecie este momento. Com carinho. Sei que seu namoradinho está gostando de ver você se humilhando por ele.
Lágrimas começam a ecoar dos olhos de Anne.
– Não, não. Não é para chorar! Se você está achando tão ruim, deve ser porque você gostaria... – em um solavanco único, Robert ergue Anne, então, sem pestanejar, encosta seus lábios contra o dela, forçando um beijo. A língua dele ia e vinha sem direção. Um ritmo grotesco. Sem pudor.
Mais e mais lágrimas trilham a face da garota. – Para Robert, não! Seu nojento, asqueroso, seu...
– Sua vadia!
Observando a distância, o garoto de cabeleira loira ouve um barulho daquilo que vinha ser um tapa. Rápido e seco. Segundos depois, Anne está caída. Desacordada.
I.N ficou louco, fora de si. Rapidamente a frase de Anne bate em sua mente: "Tome cuidado com seu DNA". Lembrou-se também do estrago que fizera no Aposento. O DNA implantado o consumia. Vingativo. Nada mais importava. Desta vez, desejava perder o controle. Ansiava por isso. Ao deixar fluir, sente sua alma esvaziar e, neste local, uma nova surgir. Consumindo toda célula do corpo. Não havia mais dor. Os ferimentos continuavam, mas não havia dor. Uma explosão de sentimentos e emoções borbulhava em seu interior. Perdera a razão. A raiva e o ódio cegaram-no.
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PROJETO I.N - DESPERTAR
Science Fiction*** Livro sem REVISÃO PROFISSIONAL. Contêm erros gramaticais e de digitação. Este foi minha primeira tentativa de escrever algo e, portanto, necessita de melhorias. O quanto antes passará por revisão profissional. Espero que entendam. *** Obra regis...