Capítulo 30 (Revisado)

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I.N não corra muito, me espere! Estou perdendo-o de vista. Vai devagar... I.N, não me deixe sozinha... Não Robert, não faça isso... Pare Robert, está me machucando... I.N cuidado! Acordadores... Não! Não o mate. Corra. Corra I.N, corra! – Gritava a garota em seu leito alterando o tom de voz. Desesperada. Alucinada.

– Calma Anne. Acalme-se. Estou aqui do seu lado. Fique tranquila, foi apenas um pesadelo. Isso mesmo... Respire fundo.

Deitados sob o recém reformado teto do Aposento, o garoto beija calmamente a testa de sua amada.

Assustada. Desajeitada. Trêmula. Anne procurava uma forma de se desculpar. – Ultimamente estou tendo uns sonhos estranhos. Repetitivos. Sonhos que não saem de minha cabeça. Sonhos... Desde que os meninos partiram que venho pensando numa solução para sairmos. Você se lembra do rastro de sangue que ia em direção à toca dos Acordadores?

– Claro que eu lembro! – disse I.N apreensivo – Como eu poderia esquecer? Só de pensar... Nossa! Como passa rápido... foi... foi há um ano isso? Meu Deus!

– Ainda sinto calafrios quando penso naqueles dias. Eu fiquei com muito medo. Quantas vezes eu pedi para você não descer? Hein? Mas não... seu teimoso! Você poderia ter morrido e me deixado sozinha com aqueles monstros...

– Eu não iria morrer... Depois da luta com Robert, algo aqui dentro (I.N comprimi o polegar em seu peito), mudou. Estou muito mais forte. Quando entrei naquela caverna, estava confiante. Sabia que venceria.

– Mas você pensou que Robert estava vivo! Que havia se regenerado e se escondido no subterrâneo.

– Na verdade, eu estava preparado para o que viesse. Claro que pensei no pior... Pensei realmente que aquele infeliz havia sobrevivido. Mas, nunca encontrei seu corpo. Mesmo depois de vencer praticamente todos os Acordadores, não mais o encontrei. Talvez ele tenha virado almoço, jantar ou até mesmo uma sobremesa. Se bem que... Mesmo que ele... Sei lá! Acho que não. Só houve um único lugar que não adentrei. Um emaranhado de rochas e outros sedimentos que desabou e dificultou o trajeto. Até tentei retirar algumas pedras e pedregulhos, mas desisti ao ver que o recinto era muito estreito e íngreme. O S.F é magro, muito magro. Você não acreditaria se eu te disser que nem mesmo ele, rastejando, não conseguiria atravessar... – sorriu por alguns segundos – Não havia nada naquela área. Nada sobreviria em um ambiente tão apertado, tão pequeno... Sem fonte de luz e alimento... O que comeria? Não, não e não! Não tinha nada lá. E quer saber? Não me importo em não ter averiguado aquele lugar. Nem se eu quisesse agora, já que destruí a única passagem. Selei a entrada. Acordadores, nunca mais!

– Cruz credo I.N! Você não sente pena dele não? Olha o jeito que você falou: "Talvez ele tenha virado almoço, jantar ou até mesmo uma sobremesa..." Eca! – arrepiou-se a garota ao pensar na hipótese – Claro que eu jamais me esquecerei de suas atrocidades... Jamais! Porém, o final que ele teve não desejo para ninguém.

– É porque você tem um coração bom.

Anne sorri.

– Você também tem!

– Mas infelizmente... eu... não o perdoo. – continua – As minhas perdas e, o que ele fez com você... Não! Não o perdoaria nem em um milhão de anos.

– Liberte esse rancor I.N. Isso só lhe trará mais dor de cabeça e rugas. E eu não quero que meu namorado fique velho logo. Quero só ver se seu DNA aflorar novamente... Quero só ver.

– Vira essa boca para lá! Eu já disse que mudei muito depois que saí da toca dos Acordadores. Agora, consigo controlar meu dom e usá-lo ao meu favor. – I.N gargalha convencido – Com apenas um impulso consigo pular as muralhas de Paraíso fácil, fácil!

PROJETO I.N - DESPERTAROnde histórias criam vida. Descubra agora