Capítulo 20 (Revisado)

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Tempos depois, aquele garoto fora escolhido e aprovado para o Projeto I.N e como tudo ocorreu corretamente, teve o controle da gravidade em suas mãos devido ao DNA implantado.

Dr. Brahe, logo exigiu que Luke, o garoto que recebera o novo DNA, fosse treinado por ele em seu próprio laboratório. Claro que Johannes Kepler não gostou nem um pouco. Mas, ordem é ordem e esta, não deixou de ser cumprida.

Havia um novo passatempo para Edmund. Volta e meia percorria até o laboratório Ômega para observar aquele garoto com o DNA que dera origem ao dom que ambos compartilhavam. Mas não ia sozinho. Anne começara a acompanhá-lo. E ela, que sempre teve medo dos treinamentos para o controle de objetos, agora sorria. Edmund estava muito feliz, pois sua amiga havia encontrado o significado da palavra amor.

Três semanas extinguiram-se e aquele garoto havia superado Edmund no controlar dos objetos. Incrível o que aquele ser fora capaz de fazer em tão pouco treinamento. Mas também havia motivos. Diferentemente de Edmund que foram implantados eletrodos para que seu cérebro pudesse ter esta capacidade, de controlar objetos com a mente, em I.N, nada fora feito. Simplesmente o dom surgira naturalmente. Mas os doutores já sabiam disso. Eles escolheram a dedo aqueles novos DNA's, afinal, essa era a intenção desde o início e agora, sete garotos especiais haviam surgido.

Tudo estava dando certo até que, como se nada houvesse ocorrido, Robert reapareceu. Magro, maltrapilho, cabelos despenteados, olheiras dando colo para olhos exaustos, trajava ainda a roupa daquela última conversa que teve com Edmund.

Nunca souberam o motivo pelo retorno. Poderia ele ter se arrependido e voltado? Talvez sim. Talvez não. O fato foi que Robert enlouqueceu ainda mais ao ver Anne namorando um garoto que mal acabara de conhecer.

Edmund e Robert. Já foram amigos. Já foram inimigos. Amigos novamente. Inimigos. Robert, que na infância fora animado e divertido, agora, frio e calculista. Assassino.. Edmund, o garoto perfeito. Amigável. Esperto. Teve a oportunidade de conviver novamente com o amigo e assim reconquistar sua confiança. Unir e selar a amizade. Agora, estava nos braços de outro. Acabado. Vencido. Derrotado.

– Eu preciso... – ofegou copiosamente – te contar... você... – Edmund ofegava descontroladamente. Eufórico, desviou os braços de conforto de I.N e pôs a erguer-se.

– Por favor, descanse Ed. – mesmo sabendo que a alma daquele ser estava esvaecendo, estava surpreso pela disposição que ainda restara. Invejável – Vou levá-lo até meus amigos, eles vão te ajudar. O S.F fará um curativo e você ficará novinho em folha. – Ed. O apelido saíra tal naturalmente. Na ocasião, I.N levantou e olhou para trás. Não mais viu Robert – Deve ter fugido. Desgraçado! – Voltou à atenção para o combalido. – Droga! Precisamos partir o mais urgente possível, Robert pode mudar a combinação e nos trancar aqui fora.

– S.F? – Ed sorriu lento e dolorosamente – Agora você o chama assim? Quem diria que Si...

Edmund fora interrompido de dizer o nome ou qualquer outra coisa, não porque não quis. Querer, bem que ele queria. Mas Ed estava morto. Numa fração de segundos, sem tempo para defesa, I.N encontrava embasbacado pelo sangue que jorrou em seu corpo. Edmund constava com apenas um braço. O garoto de cabeleira loira logo sentiu o vomito aproximar de sua goela.

Nomeio da escuridão, vultos e mais vultos. Um odor asqueroso de putrefação. Só existe um ser com aquele cheiro. Acordadores.

PROJETO I.N - DESPERTAROnde histórias criam vida. Descubra agora