Capítulo 28 (Revisado)

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Já acomodados, o velho doutor pausadamente fora contanto toda história para os meninos. Em uma voz arrastada, perdendo o fôlego entre as palavras, Kepler começou.

– Há muito tempo atrás, eu e um amigo (também cientista) estávamos pesquisando sobre a vida e o tempo

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– Há muito tempo atrás, eu e um amigo (também cientista) estávamos pesquisando sobre a vida e o tempo. Fazíamos as duas famosas perguntas: É possível voltar à vida? É possível voltar ao passado?

Este meu amigo era também meu chefe. Seu nome era Tycho Brahe. (Dr. Brahe, como gostava de ser chamado, era um típico dinamarquês: olhos azuis e cabelo ralo da cor loiro claro. Sua idade e um saliente bigode dando suporte para um singelo cavanhaque oferecia a credibilidade que sua profissão pedia).

Ele trabalhava em dois grandes projetos: Projeto Tempo e Projeto Vida. E eu, o auxiliava em ambos.

Anos depois, com a notícia do presidente alertando sobre a catástrofe lunar, Tycho mais do que nunca ansiou para que seus projetos se concretizassem. Com o Projeto Tempo, voltaria ao passado e então, alterá-lo-ia. Salvaria a humanidade do caos e destruição. Já com o Projeto Vida, bem, a finalidade era poética: Vencer qualquer mal! Com grandes pensadores revividos, qualquer mal poderia ser consertado. Descoberto, estudado e curado. E Brahe trabalhava dia e noite em seu laboratório. Um extenso e isolado campo aberto usado para testes de grande porte. Como ele era o ser mais desconfiado do mundo, guardava a sete chaves seus registros. Mas eu sempre consegui dar umas olhadinhas em suas anotações. – Sobre o Projeto Vida, vocês já ouviram falar do cordão de ouro? Explicarei. – Dr. Kepler interrompe sua fantástica história e vai de encontro à escrivaninha da onde retira de uma das gavetas, um pequeno livro de capa gasta e sofrida com o tempo. Em seu título lia-se: "LE LIVRE DES ESPRITS". O velho então abre num ponto estratégico.


"Cordão de ouro ou Cordão Dourado"

"É o elo entre o corpo astral e o corpo mental. Uma função bem identificada no corpo mental é o de registrar e conservar a memória das mais rudimentares experiências e lembranças do espírito imortal ao longo de sua existência."


A voz novamente ecoa pela sala. – Portanto, todo aprendizado, sensações... Enfim, quaisquer sentimentos, ficam armazenados no corpo mental. É neste corpo que fica a sede da consciência cósmica e da memória integral do espírito. Foi o nosso ponto de partida. A nossa ponta do iceberg.

Em cada ser vivo, lá no fundo de seu íntimo, de seu código genético, há uma trajetória evolutiva. Uma hereditariedade. E, depois de muitos estudos, descobrimos um equívoco da medicina dentro de nosso encéfalo. Do nosso... cérebro. A ascendência genética encontrava-se em maior quantidade em uma estrutura fundamental na fisiologia do sono, chamada de: cerúleo. Isso quer dizer que os indivíduos escolhidos para o Projeto Vida, não foram mera coincidência. A linhagem ascendente, já estava em cada um de vocês. Havia uma geração. Só tivemos que aflorá-lo. Emergi-lo. Uma nova alma. Vocês continuariam a ser o que sempre foram. Nada mudaria. Ou melhor, mudaria sim! Com o DNA implantado, o subconsciente ficaria confuso. Não conseguiria analisar corretamente. Quem estará no controle? No primeiro plano? Sabe aquele pensamento ou ideia sensacional? Bem, pode não ter surgido de você. E sim, do DNA implantado. Claro que, o velho ou o novo DNA, tornou-se um só. Confuso? Eu acho maravilhoso. Fantástico. A filosofia do Projeto Vida é realmente poética. Até hoje não acredito que estava tão escancarado, tão simples, tão... É evidente que sua sutileza o tornou quase que imperceptível, mas... tanto faz. O que importou foi encontrar o cordão de ouro. Só havia um problema: Como sintetizá-lo?

PROJETO I.N - DESPERTAROnde histórias criam vida. Descubra agora