Capítulo 21 (Revisado)

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"Não posso deixá-lo. Ed precisa, pelo menos, de um enterro digno." – Pensou I.N enquanto arrastava o companheiro o mais longe dali. Por pouco tempo. Um bote dado por um Acordador menor o impediu de continuar o trajeto. Não adiantaria usar seu dom, não seria o bastante. Não teve jeito. Foi obrigado a deixá-lo.

Correu em direção à entrada. O dia amanhecia e mais do que nunca, precisava regressar à Paraíso. Tantas voltas depois, por sorte, o portão encontrava-se aberto. – Robert seria ingênuo suficiente para deixá-lo entrar facilmente? Não perdera tempo em julgamentos. Adentrou. Um garoto encontrava-se deitado sob um dos pés de macieiras. Livre. Inocente. Puro. Descansava como um Sonhador sem ao menos imaginar o perigo que se sucedia.

– L.V? – Gritara I.N despertando o líder.

– Hã? Onde? Como? Por quê? É... eu... – os olhos giraram assustados sem direção – Isso é jeito de me acordar? Que susto! Não me faça mais isso... Credo! – estremece – Onde você estava? – admirou – Pensávamos que estivesse evaporado...

– Porque você estava deitado aqui fora? – Quis saber sem se importar com as perguntas de L.V.

– Se você ouvisse o ronco do B.F, não diria isso. Ontem ele se superou. Eu não dormi nada! Estou exausto. – I.N sorriu de canto de boca – E você? Já está melhor? Está curado?

– Se eu já estou curado? Jamais esqueça que: "Não existe árvore que o vento não haja sacudido".

– Entendi. – não, ele não entendeu – Fico feliz por você estar melhor, mas infelizmente trago más notícias. – I.N remoí alguns segundos – Os Acordadores estão chegando.

Para surpresa, L.V não acreditara no que o companheiro dissera e ainda mudara o foco da situação.

– Desencana I.N, ainda não deram os sete dias. Mas sério agora, onde você foi sem autorização? Mesmo com seu dom, você poderia morrer... E já mudando de assunto, como você conseguiu abrir o portão? Pode ser uma boa sabermos, para assim, fecharmos no dia dos Acordadores.

– Longa história L.V. Longa história. Apenas saiba que não existe essa coisa de sete dias. Olhe e confirme. – disse apontando para o acesso – Acredite, foi Robert. Robert armou tudo. Ele sempre pode entrar ou sair de Paraíso quando bem entendesse.

– Mas para que?

– Para enrolá-los! Ao longo da semana, à surdina, ele ia coletando os números de seus braços. Aquela porta que encontramos é de fato a nossa saída. Para isso, precisamos reunir os números de nossos braços. Robert já sabendo, arquitetou toda essa história de sete dias para que então, quando o portão fosse aberto, por medo dos Acordadores, vocês ficariam trancafiados. Assim, ele tinha a passagem livre para fazer o que lhe convinha. Até então, ele não havia adivinhado a sequência, mas depois que A.E revelou o nosso plano lá no Bucho, não me resta dúvidas que ele está encurralado e fará de tudo para sair daqui antes de nós. Precisamos agir o mais rápido possível e cautelosamente.

– Canalha! Não dá para acreditar. Canalha! Que raiva! É por isso que eu evito usar a palavra "amigo" em vão. Tenho receio de estar traindo alguns poucos e raros eleitos. Mas deixa aquele otário comigo. Que raiva que estou! E depois de tudo que fiz por ele. Sabe de uma coisa? Eu o vi próximo ao Aposento e... simplesmente vou matá-lo. Não. Vou esfolá-lo vivo! Ou melhor, eu vou...

– Meu Deus Anne! – interrompe I.N – L.V pare de rosnar e chame A.E e os outros. Precisamos nos reunir. Eu sei o que Robert pretende fazer. Sem esperar a confirmação do líder, I.N corre em direção ao Aposento que, ao chegar, encontra B.F desmaiado próximo à cama onde outrora, era o conforto de Anne. A garota de seus sonhos. – Cadê? Cadê ela? Se Robert fez alguma coisa com ela... Aquele desgraçado. Não o perdoarei. – Depois de alguns chacoalhões, B.F acorda assustado.

PROJETO I.N - DESPERTAROnde histórias criam vida. Descubra agora