Jack*
É, não foi isso o que eu planejei. Onde é que eu tava com a cabeça quando pensei que conseguiria não me apaixonar por ela?! Jamais conseguiria resistir a esse cabelo bagunçado ou a esses lábios bem desenhados. É só olhar nos olhos dela pra saber que eu perdi a batalha. Francamente, Jack Frost, pensei que fosse mais esperto.
Subitamente, uma angústia me dá pontadas no peito e abraço Elsa mais forte contra o meu corpo. É que agora sei que se eu a quiser pra mim, tenho que fazer com que ela também perceba que cada pedacinho dela foi feito pra caber aqui, nos meus braços.
Veja bem, não é preciso ser nenhum gênio pra sacar a tacada de mestre que Afrodite deu para driblar Quione. Foi uma jogada simples, porém, inteligente. Mas não é só porque a brecha existe que Elsa vai, de repente, cair de joelhos por mim. Quer dizer apenas que a possibilidade é verdadeira.
— O que você tá afim de fazer agora? — Quebro o silêncio.
Quando ela se afasta para me olhar, percebo que uma chama, uma espécie de calor, começa timidamente a derreter o gelo da máscara glacial que ela inconscientemente usa para esconder suas emoções e pensamentos.
Elsa sussurra, meio sem jeito:
— Acho melhor a gente ir...
— Ok. — Concordo com a cabeça.
Seu idiota!, exclamo mentalmente. Parabéns, você conseguiu confundir a cabeça da semideusa e acabar com o resto da noite por causa disso.
Elsa provavelmente nunca nem foi beijada, então imagino o quanto seja difícil digerir o que está acontecendo, principalmente por causa da natureza fria herdada da mãe.
— Vamos. — Pego sua mão, guiando-a de volta para o corredor.
E de repente, me flagro curioso com uma coisa: Quione ainda não acabou comigo.
A exceção no juramento também não diz que uma certa deusa da neve não pode atrapalhar um pouquinho transformando os pretendentes em pinguins.
Pelos deuses, cara, por que a minha vida tem que ser tão difícil?!
Olho para trás discretamente por cima do ombro. Elsa mira os pés, o rosto genuinamente confuso, tão perdida em pensamentos que nem parece estar aqui comigo, provavelmente está procurando alguma lógica no que sente, se é bom ou ruim, uma forma de lidar com isso. É, definitivamente ela não sabe nada sobre relacionamentos.
Giro a maçaneta e abro a porta, passando para dentro logo após a semideusa e deixando o cajado num canto do quarto.
— Se quiser um cobertor ou qualquer coisa, me avisa — digo.
Me viro para ir dormir e...
— Jack, espera! — Ela me puxa de volta de vez, o tom de voz urgente.
— O que foi? — O aperto dela ainda firme no meu braço.
Ela engole seco, retorcendo a barra da camiseta, desviando os olhos e, mesmo no quarto mal iluminado, posso ver um rubor se espalhar violentamente pelo seu rosto. Não consigo conter o riso que cruza meus lábios.— Qual é o problema, floquinho?
Ela me solta, meio constrangida.
— Não, nenhum problema, é só que... Bom, eu... Eu queria testar uma coisa.
— Testar? — Arqueio a sobrancelha.
— Sim, sim, e-eu quero fazer um experimento.
Cruzo os braços, intrigado.
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Solstício de Inverno
FanficA atmosfera fica tensa e todos se calam num silêncio sepulcral para que Rachel anuncie: "O Cajado guia os quatro filhos de estação para levar o Céu à destruição A flecha da caçada rasga o tempo que acabou para a sétima vela que não mais br...