Capítulo 58 - Estratégia

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Notas iniciais: Trouxe esse capítulo pra vocês lerem enquanto estão (muito provavelmente) no tédio, esperando dar meia-noite pra poder cair matando na ceia de ano novo kkk
Gostaram da mídia? Espero que sim, porque deu trabalho 😜 haha'
Perdoem qualquer erro e boa leitura.

***

Elsa*

Agora.

Minhas mãos estão trêmulas, frias e escorregadias de suor; o estômago dá cambalhotas, me deixando nauseada. O tornozelo lateja de dor cada vez que firmo o pé no chão, enquanto estou correndo logo atrás de Jack, por dentro do castelo de Éolo.

Aqui, temos de ter cuidado por onde estamos andando. A construção toda não foi pensada para semideuses e seres de terra-firme, mas para ninfas e espíritos do ar. Jack precisou me fisgar duas vezes pela cintura, porque eu estava tão nervosa em alcançar o Jardim de Cima, que irrompia correndo para dentro de salões que não tinham chão: como resultado, eu quase despencava da ilha flutuante. "Cuidado por onde anda", Jack brincava. "Não tem como salvar o mundo se você cair e virar panqueca lá no chão".

— Aí estão vocês.

Viro a cabeça para o lado, dando de cara com a figura descabelada de Hiro Hamada.

— Que bom que você também sobreviveu, esquentadinho — Jack bagunça ainda mais os cabelos do menino. — Sabe dos outros?

O filho de Hefesto encolhe os ombros.

— Não, mas eles já devem ter corrido para o Jardim de Cima.

— Precisamos nos apressar — digo —, posso ter interrompido o ritual, mas Urano não vai parar.

Hiro baixa os olhos.

— E não temos nem sinal da Foice...

Antes que eu tenha chance de lamentar o acordo que fiz com Urano há alguns dias — trocar a Foice pela segurança de Anna —, Jack se pronuncia.

— Não se preocupem com isso.

Hiro solta uma risada nervosa.

— Não nos preocupar?! Cara, não dá pra dar um fim em Urano sem aquela coisa.

O Guardião ignora, fazendo um semicírculo no ar com o cajado, conjurando em grego antigo:

Apokalýptoun.

Flocos de neve espiralam no ar, num pequeno redemoinho gelado, se aglomerando para formar a haste longa de um cabo e a meia-lua fatal da lâmina negra amaldiçoada.

— A Foice! — Exclamo, segurando a arma antes que caísse. Meu coração bate forte aos tropeços, meus olhos se arregalam para Jack. — Onde conseguiu isso?!

A risada entusiasmada de Hiro ecoa pelo salão cristalino do castelo.

— Frost, você tem que me ensinar a fazer esse truque!

Um sorrisinho cruza o rosto pálido do rapaz.

— Foi mal, garoto, mas um mágico nunca revela os seus segredos.

Encaro o reflexo do meu rosto surpreso e selvagem no aço da lâmina da Foice, erguendo a vista de volta para Jack. Os olhos azuis do meu Guardião encontram os meus por um segundo, antes de se desviarem de volta para o filho do deus das forjas.

— Vamos, precisamos ir.

Frost dá as costas e segue na frente, silencioso. As risadas de Hiro ainda são o som de uma doce comemoração, que efervesce meu peito. Mesmo assim, algo dentro de mim permanece inquieto como um animal enjaulado. Como Jack Frost conseguiu recuperar a Foice de Cronos? Em que momento ele foi astuto – e louco – o bastante para roubar a arma maldita que está agora mesmo em minhas mãos? Estive o tempo todo com ele, não nos separamos em momento algum...

Solstício de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora