Capítulo 41 - Persuasão

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Hiro*

Algumas horas atrás.

Não interessa se você é o mais inteligente na discussão, se for o caçula contra o seu irmão mais velho, ninguém vai dar bola para o que você diz.

Veja bem, assim que a gente conseguiu escapar do ataque de Urano, pousamos em algum lugar no meio da fronteira entre Oklahoma, Novo México e Texas. Os semideuses rebeldes tiraram toda a nossa energia e agora precisamos descansar antes de trilhar caminho para o templo de (eu sempre tenho que fazer uma pausa antes de falar o nome dessa titânide) Mnemosine.

Até aí, tudo bem. O problema começou quando meu irmão resolveu que seria uma excelente ideia separar o grupo: metade busca abrigo; metade procura suprimentos.

— Tadashi, a gente não pode se separar! — Agito os braços, exasperado, como que para destacar o absurdo do que meu irmão dizia. — Podemos encontrar as duas coisas com o grupo todo!

— Temos cinco dias para achar o covil de Urano e acabar com o circo que ele arrumou. — Ele rebate. — Separados conseguimos ser mais rápidos.

Bufo irritado, a chuva fria faz um choque térmico contra o meu rosto quente de raiva.

Pelo jeito, eu também não tenho apoio da maioria. Meus olhos passam por cada um aqui. Percy cutuca um arranhão no cotovelo. Rapunzel fica calada, mas sei que ela concorda com meu irmão, assim como Astrid. Flynn Rider limpa uma sujeirinha das unhas, totalmente nem aí. Annabeth escuta atenciosamente, buscando a melhor alternativa. Elsa sequer parece que tá aqui, mais perdida que Caçadora de Ártemis em casamento. E Frost talvez estivesse do meu lado, só que ele prefere ficar quieto. Acho que ele está se sentindo culpado desde que fomos atacados no céu e ele acabou perdendo a protegida de vista.

E também tem Soluço, que estreita os olhos, não muito convencido pelos argumentos de Tadashi:

— Como vamos fazer para nos reunir de novo? Não quero que pense que não confio nos seus planos, cara, mas depois do que aconteceu com Merida... Acho melhor manter todo mundo ao alcance da vista.

Meu irmão cruza os braços, despreocupado.

— Scweetz, explica pra ele aquilo que você me contou.

Vanellope se desencosta da árvore, apoiando o taco de beisebol no ombro e tirando um bloco de notas do bolso do moletom antes de falar:

— Essa coisa foi um presente do meu pai. Você escreve uma mensagem, fala pra quem ela é e diz a senha secreta, desse jeito aqui, hã... Alguém tem uma caneta ou um lápis?

— Aqui — Percy tira Contracorrente do bolso, mas antes que a caneta se transforme na espada de bronze celestial, o semideus rapidamente põe a tampa do outro lado, de modo que continue uma esferográfica normal, passando para Vanellepe em seguida.

— Valeu — ela anota qualquer coisa no bloquinho, arranca a página e faz algumas dobraduras até que vire um aviãozinho de papel, sussurrando um nome e a senha antes de arremessa-lo.

O avião enfrenta o chuvisco fino e voa direto na minha direção, que o alcanço no ar com um pulo, sem demorar em dizer a senha, aborrecido com as circunstâncias:

— Mijão de Herói.

O papel se desfaz nas minhas mãos, se abrindo numa mensagem.

"O seu passarinho vai fugir".

Engasgo de susto.

— O quê?! — Exclamo virando a cabeça para baixo e checando o zíper.

Ela cai numa gargalhada.

Solstício de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora