Solstício de Inverno

Capítulo 49 - Sem Escolha

Notas iniciais: capítulo curtinho porque eu estava demorando muito a postar, então resolvi publicar esse trecho logo de uma vez. Acho que a maioria nem lembra o que ta acontecendo na história kkk desculpem. Talvez eu demore a responder os comentários - fui assaltada e ainda estou sem celular :/ (isso também influenciou a demora, porque o final da fic estava lá e não tive como recuperar). Mas, enfim, divirtam-se. Estou morrendo de saudades de vocês.

Elsa*

O sol ainda nem despontou no horizonte, mas há muito estamos de pé, em alerta. Preparados. Ao redor, os semideuses já desmontaram o acampamento, agora estudam o plano de guerra.

Reparo que Hiro amassa e retorce o pedaço de papel que tem entre os dedos – a última mensagem que nos enviaram trazendo notícias de Nova Roma. Em garranchos tremidos de alguém que escreve rápido numa situação urgente, a pequena Vanellope se limitou a contar que se não aparecesse com o exército da divisão romana até o amanhecer, então teríamos que lutar sem o Acampamento Júpiter.

A aflição faz um retrato perfeito, estampada, no rosto de Hiro; seu olhar perdido num ponto fixo qualquer pelo chão. Pra mim, é meio triste ver o garoto assim, principalmente porque, desde que saímos nessa missão, me sinto como sua irmã mais velha. Ele está tão imerso em suas preocupações que mal repara em mim quando chego perto.

— Não se preocupe — ele ergue os olhos para mim quando pouso a mão em seu ombro. — Você sabe que Vanellope consegue fazer isso, dar um jeito no Acampamento Júpiter. Assim que o sol nascer, vamos ter um exército de semideuses romanos e gregos marchando em direção à Urano.

Hiro esboça um sorriso torto.

— Valeu, Elsa... Ah — ele lembra —, feliz aniversário. Floquinho.

Solto uma risada, desviando o rosto, vermelha por um segundo.

— Vamos — faço um gesto de cabeça para a direção onde o trio, Tadashi, Soluço e Jack, estuda o mapa. — Precisamos nos concentrar na batalha agora.

O garoto enfia o bilhete no bolso e me segue sem reclamar para onde os três se reúnem ao redor da rocha que serve de apoio para o mapa. Tadashi está de braços cruzados, concentrado em alguma explicação que Soluço faz, indicando pontos no papel enquanto Jack murmura observações e perguntas para si mesmo, apoiando o peso do corpo no cajado.

— Pelo que sabemos — o cavaleiro de dragões dizia —, Urano posicionou praticamente todas as suas tropas aqui, no chão. É onde o exército do Acampamento Júpiter e do Acampamento Meio-Sangue vai abrir caminho pra gente chegar na ilha.

— Claro que a gente não poderia só aparecer lá voando — lamento com um suspiro. — Alguns monstros podem voar tão alto quanto os dragões, seríamos atacados e, provavelmente, derrotados antes mesmo de chegar perto da ilha...

Hiro mostra que sabe do que estou falando ao concordar.

— Os espíritos da tempestade já nos deram uma surra antes, e daquela vez foi só amostra grátis. Isso sem falar dos outros monstros que podem ter por ali.

— Até que a gente esteja perto o bastante pra alçar voo, vamos ter que sair abrindo espaço pelo chão. — Jack explica, sério como raramente vemos. — Por isso, me certifiquei de que Astrid trouxesse o Acampamento Meio-Sangue pra ajudar.

— Só que não sabemos o que tem ali em cima — Tadashi contrapõe, não de um jeito petulante, ele apenas observa, apontando para o desenho da ilha no mapa. — Mesmo que a gente consiga abrir caminho por baixo, lá em cima deve ter um batalhão protegendo Urano e só esperando pelas Estações.