11°Capítulo

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Acordo ouvindo alguém tocando violão. Não está tão longe de onde estou.

Me sento no sofá e olho para trás onde encontro o Idiota sentado no último degrau da escada tocando violão e escrevendo em um caderno.

-O que está fazendo? -Ele para e me olha.

-O que acha que eu estou fazendo?

Reviro os olhos e o deixo ali, vejo as horas no relógio da cozinha são 23:00. Minha mãe está demorando muito, nunca ficou até tarde fora de casa e ainda me deixando com um ser como o Guilherme.

-Ela ligou. -Diz me dando outro susto e eu o olho, ele pega uma maçã e começa a comer. O ignoro e volto a procurar algo para mim matar minha fome. -Você sabe de quem eu estou falando, né?

O ignoro novamente, não é só por causa que ele e eu dormimos abraçados quando a energia acabou e o mundo estava acabando, que eu irei voltar a falar com ele.

Não irei pois não permito que alguém que nem ao menos me conhece me chame de vadia. Tudo bem que ele estava bêbado e é um bipolar.

Pois uma hora está me chingando e falando que cansou de olhar para minha cara, outra hora está na minha casa por causa da minha mãe.

Seria falta de respeito não aceitar algo que minha mãe pede, ela iria ficar emburrada e trancada em casa. Mas eu sei que ele resistiu por muito tempo até que ela o convenceu.

Esse é um dos dons que minha mãe tem, ela é muito convincente, sei disso porque sou sua filha e sofro em duas mãos.

-Mary você está me ouvindo?

-Agora sim, estava te ignorando e pensando em como te esquartejar, mas aí você me interrompeu. -Digo e pego um pacote de bolacha e vou para sala, ele me segue e se senta em um sofá e eu no outro.

-Pode planejar minha morte outra hora. Eu estava falando que sua mãe ligou e falou que vai posar fora, ela me disse para ficar aqui com você.

-Você não aceitou, né? -Pergunto mastigando e o olhando.

-Tive que aceitar, ela me ameaçou.

-É, foi sua melhor escolha.

-Sei que quer ficar comigo. -Me olha com o sorriso que eu odeio.

-Eu? Ficar com você? Eu só gostei porque poderei colocar meu plano de te matar em ação. Primeiro vou te esperar dormir, depois irei pegar a faca e acertar bem em sua cabeça, como se eu estivesse matando um morto vivo. -Paro um pouco e o olho, ele está sério. -Ou melhor, irei te cortar por inteiro, para depois te esquartejar. Ou posso te afogar na piscina e aí eu te esquartejo, dizem que molhado fica melhor para cortar.

-Ok, você anda assistindo muito filme. O que vamos fazer?

-Você eu não sei, mas eu irei dormir. -Me levanto, mas paro no meio do caminho, o olho e digo. -De que dia você tem aula de música?

-Todas as quartas as 11:00, porque?

-Amanhã é quarta. -Digo como se fosse obvio

-E eu sei, é o dia da minha apresentação. E falando nisso quero te pedir uma coisa.

-La vem, não tenho dinheiro e nem vou matar ninguém sem me pagarem ou negociarem.

-Não é nada disso. Você mataria? -Ergo uma de minhas sobrancelhas. -Isso não vem ao caso. Já que eu te ajudei aquele dia e na apresentação no baile... você me deve um favor.

-Devo nada e nego tudo até a morte. -Digo indo em direção ao corredor, mas ele segura meu braço e me faz olha para ele, estamos muito próximos.

O Irmão do meu melhor amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora