31° Capítulo

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Sabe quando você tem uma leve sensação de que tem que fazer alguma coisa, mas esquece completamente? Não sou muito boa em lembrar coisas importantes, mas depois de um tempo tudo vem para minha memória.

Como no dia em que eu e Guh estávamos super atrasados para a aula, estávamos na escola e meu celular sumiu do nada e como meu rascunho estava nele teria que procurar.

De repente eu esqueci de tudo, dizem que se você se lembrar de todo o percurso que fez ou os lugares que esteve você pode lembrar onde colocou o tal objeto e quando Guh me disse para fazer isso eu simplesmente soquei o braço do meu melhor amigo que reclamou.

Eu não lembrava de absolutamente nada e então depois que passou as aulas e a tal que eu tanto precisava do celular "e que acabei tirando nota baixa" começou a voltar tudo na minha memória e eu saí correndo puxando Guh pelo braço e chegando no jardim da escola, vi em cima da árvore o meu celular. Sim eu estava em cima da árvore.

Mas voltando aos dias atuais, querem saber o porquê que eu contei esse pequeno acontecimento?

Bom, eu fui visitar a minha queria ex diretora junto com Gui e me esqueci completamente o que ela falou comigo, para piorar estou sem falar com o traíra do Guilherme por ele não querer me dizer, apenas respondendo "Você tem que aprender a lembrar das coisas"

Isso quer dizer que ele não vai me contar, mas estou pouco me lixando para isso.

Estou escrevendo em um caderno o plano que tenho contra o Matheus, assim como tudo que eu sei sobre ele. Meu quarto está em um silêncio absoluto e eu estou começando a ficar entediada, sim você leu certo. Meu quarto.

Digo isso porque praticamente me mudei para casa do Gui e do Rick, Guh está morando sozinho com a namorada e minha mãe arrumou outro namorado, o que me deixa feliz pois não vai ficar no meu pé perguntando se eu já perdi minha virgindade e com quem, se eu contar que foi com o Matheus acho que ela mesma caçaria ele.

Tenho que ir no banco hoje então decido terminar de escrever outro dia.

Me arrumo colocando uma meia calça preta, uma saia rodada de cintura alta dá mesma cor, uma camiseta que mostra a barriga com manga comprida vinho já que está frio, nos pés coloco uma bota cano curto com salto e na cor bege.

Deixo meus cabelos soltos e passo uma maquiagem leve, fico sem batom pois meu look iria ficar pesado.

Desço as escadas com minha bolsa em mãos e procuro por meu celular, aquela coisa some do nada.

Pego o telefone fixo e disco o número e então a música do One Direction começa a tocar "No Control", olho em todos os lados e percebo que o som vem de baixo do sofá.

-Você está zuando com a minha cara. -Reclamo e fico de quatro no chão tentando enfiar minha mão no vão que está entre o sofá e o chão.

-Estou adorando te ver nessa posição, mas porque está de quatro no tapete da sala? -Ouço Gui e o olho, o mesmo está escorado no batente da porta que vai para cozinha.

-O que parece que eu estou fazendo? Meu celular só está se escondendo de mim. -Digo rude e ele sorri, com um simples movimento ele levanta um pouco o sofá e eu pego o meu celular me sentando no chão e vendo as mensagens que tinham nele, estranho as mensagens da minha mãe.

-Porque essa carinha? -Olho para Gui que agora está agachado em minha frente.

-As mensagens da minha mãe são bem estranhas.

-Como estranhas? -Ele chega mais perto e posso sentir sua respiração em meu rosto.

-Tipo essa "Te encontro em meia hora e esteja daquele jeito que eu amo" e ainda mandou "auau". -Gui sorri e eu o encaro.

-Deve ter mandado errado. -Diz dando de ombros e me dando um selinho, logo depois se levanta e me ajuda.

-Para quem ela iria mandar isso, sendo que Rodrigo mora com ela?

-Sei lá, ela pode ter saído e mandou uma mensagem para ele. Deixa ela ser feliz. -Reviro os olhos e pego minha bolsa. -Onde vai?

-Por aí. -Digo me virando, mas ele me agarra pela cintura, bato em seu peito e nossos corpos ficam colados.

-Por aí? -Ergue uma sobrancelha.

-Sim, estou brava com você. -Faço bico e ele sorri.

-Mary, você tem que aprender a lembrar das coisas.

-Eu lembro, mas apenas quando não precisa mais.

-Só vou falar porque te amo. -Ele e seu sorriso. -A diretora pediu para nós organizarmos o baile de formatura que vai ser mês que vem.

-Sabia que era por causa da escola. -Passo meus braços por seu pescoço. -Estou escrevendo o meu plano.

-Você não vai querer nem minha opinião?

-Depois que eu terminar de escrever você, Rick e Guh vão ler, aí eu explico tudo. -Digo e lhe dou um selinho longo. -Preciso ir agora.

-Não vai me dizer onde vai? -Eu nego e ele suspira, percebo que ele também está arrumado, mas não pergunto para onde ele vai já que não irá responder.

Ando pelo centro da cidade chegando no banco, tenho que falar com a gerente e abrir uma conta então vou para lá e faço isso.

Saio do banco e sigo para uma lanchonete onde me sento no banco em frente ao balcão e peço alguma coisa para comer, já está escuro e fiquei esse tempo esperando ser chamada. Estou morrendo de fome, mas tento comer controladamente.

-Todos em silêncio e para o chão! -Ouço uma voz grossa e olho em volta, todos fazem o que o cara pediu, ele está com uma máscara preta e gorro dá mesma cor, outro homem entra e começa a apontar uma metralhadora para todos que estão chorando. -Tu não ouviu princesinha? Para o chão.

Eu entro em pânico e em choque, fico paralisada segurando firme minha bolsa.

-Me deixa ir, não estou passando bem. -Digo com a voz trêmula.

-Não quero saber se está passando mal ou não. -Diz e vem em minha direção em passos lentos, o outro está mandando a mulher do caixa colocar o dinheiro em um saco preto até que ele me olha e vê que estou chorando desesperada e percebe que o seu companheiro quer algo a mais comigo pois seu corpo fica colado com o meu.

-Ei, mexe com ela não. É a mina do Guilherme. -Diz e eu o olho.

-Então você é a famosa Mariany? Sorte sua que tu é a mina do Guilherme. Vaza daqui. -Saio de perto dele e quando passo pela porta dou de cara com uma pessoa com um corpo forte, olho para cima e vejo Guilherme, ele apenas usa uma touca preta em sua cabeça, não tem nada tampando seu rosto.

-O que está fazendo aqui? -Pergunta me puxando para um lugar escuro e me pressionando na parede.

-Você... Porque? -Eu o encaro com lágrimas nos olhos.

-Depois eu explico, eles te machucaram? -Suas mãos vão para meu rosto limpando minhas bochechas, eu o abraço forte e ele me aperta, ouço sirenes e Gui me dá um selinho. -Preciso ir.

-Gui, anda. -O cara diz e entra no carro. -Traz ela, já viram vocês dois.

Gui segura minha mão e seguimos para o carro,ele vai atrás assim como eu e vejo que tem outro cara, baleado.

-Ele está sangrando. -Afirmo e Gui segura minha mão.

Começam a atirar e eu entro em desespero, Guilherme abaixa minha cabeça deixando no seu colo e ele abaixa colocando a cabeça em minhas costas. Deus me ajude...

Olha onde ela foi se enfiar...

O Irmão do meu melhor amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora