O Irmão do meu melhor amigo

18°Capítulo

Acordo com a claridade no quarto, abro os olhos e dou de cara com o Idiota dormindo. Seu braço está em minha barriga e ele me aperta mais em seu corpo, fico o olhando.

-Sei que sou lindo, não precisa ficar me secando. -Diz e eu reviro os olhos, ele sorri e eu saio de seus braços, vou para o banheiro depois de pegar uma camiseta regata branca e um shorts jeans desfiado.

Entro no cômodo e tomo um banho, troco de roupa e faço minha higiene matinal. Saio do banheiro e encontro Guilherme deitado olhando para o teto, penteio meu cabelo e olho na janela, a rua está deserta e são 11:00 da manhã.

-Não acha estranho a rua estar deserta em pleno domingo? -Pergunto o olhando, ele me olha.

-São 11:00, quem acorda essa hora no domingo?

-Se eu fosse uma assassina e estivesse atrás de alguém, essa seria a hora perfeita para atacar. -Quando termino de dizer isso a janela se quebra, eu abaixo e olho para a parede onde se tem um furo.

-Acho que eles pensam como você. -Ele se levanta e coloca uma camiseta, vai para o banheiro e eu fico abaixada. Quando ele sai mais tiros acertam as coisas do quarto. -Vem, vamos para o porão.

Saímos do quarto ainda abaixados e chegamos na sala, onde encontramos os outros.

-Quem são? -Guh pergunta.

-Não vi o carro ainda, acho que é o chefe dela! -O Idiota responde e aponta para Jô.

-Vamos. Eles não vão parar de atirar enquanto estivermos vivos. -Rick fala e seguimos para o porão.

Chegando no mesmo e o Guilherme aperta não sei o que, se abre uma porta, entramos e ele fecha a mesma. No começo fica tudo escuro, mas Rick acende as luzes.

De um lado tem várias armas em uma parede e do outro lado vários monitores. Passo por uma entrada que dá em um corredor, tem quatro portas.

Abro a primeira e é um quarto, parece ser de casal, tem uma cama enorme, um guarda roupa e uma mesinha com um abajur em cima.

Saio e vou para o outro lado, é outro quarto de casal, tem as mesmas coisas. Vou para a porta na frente do primeiro quarto e é um de solteiro.

Vou para a última porta que é de frente com a segunda que eu abri, e ali é o banheiro. Saio do corredor e encontro com todos, tem uma pequena cozinha do lado dos monitores e Guh está preparando algo para comermos.

-Conhece esse carro? -O Idiota me pergunta, olho para um dos monitores e vejo o antigo carro do Matheus.

-Sim, ele é do Matheus. Um Impala Chevrolet 67 preto. É o que ele sempre quis comprar.

-Então o Matheus se juntou com o chefe da Jô, ele foi esperto. -Rick disse.

-O chefe dela? Como sabe? -Pergunto e ele me olha.

-Quando você estava xeretando o corredor eu fiz a mesma pergunta para ela.

-Então eles se juntaram para nos matar? -Guh pergunta.

-Não sei, mas iremos descobrir. -O Idiota diz e olha para a tela, os capangas desceram para o porão e as luzes se apagam, eu entro em desespero e sinto uma mão em minha cintura e a outra em minha boca, ouço um voz rouca em meu ouvido. -Não grita, eles podem escutar até o nosso sussurro.

Eu não digo nada e nos encostamos na parede, sinto seu peito em minhas costas e suas mãos continuam em minha cintura, eu olho para o monitor e eles estão olhando em tudo, vejo Rick pela pequena claridade e ele faz gestos para irmos ao corredor, o Idiota pega em minha mão e me leva para o primeiro quarto, nos escondemos no guarda roupa.

Ouço a porta se abrir e sei que os capangas acharam a entrada, Guilherme me prensa no pequeno guarda roupa e sinto sua respiração. O abraço e ele faz o mesmo, estou tremendo e pulo quando a porta do quarto se abre fortemente.

Ele tampa minha boca com a sua mão e eu sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Depois de um tempo, os caras resolvem ir para os outros cômodos, solto um suspiro e a luz do quarto passa pelas frestas da porta do guarda roupa, consigo ver o rosto do Idiota e ele me olha. Limpa minhas bochechas com seus polegares e beija minha testa.

-Nós vamos morrer? -Pergunto sussurrando e ele para de olhar para o nada e me encara novamente.

-Claro que não. Não vou deixar isso acontecer.

-Mas e quando não estivermos juntos? E se eles vierem atrás de nós de novo?

-Ei, não pense nisso. Iremos cuidar disso, eu não vou te deixar sozinha.

-Promete? -Ele sorri.

-Prometo. -Eu o abraço e ouço a voz do Guh, o mesmo abre o guarda roupa e nos encontra abraçados.

-Atrapalho? -Pergunta me olhando.

-Não/Sempre. -Eu e o Idiota respondemos.

Saímos do guarda roupa e depois do quarto, entramos na sala onde o Rick está com a Jô, a mesma está em choque.

-Porque ela está assim? -Guh pergunta e o Guilherme me dá um copo de água.

-Um dos caras atirou em outro cara. -O Rick diz e eu o olho.

-Mas porque?

-O cara morto que está no quarto disse para esquecerem da Jô e irem embora, então aconteceu isso.

-E o que vamos fazer agora? -Pergunto e o Idiota coloca as mãos em meus ombros.

-Vamos investigar quem são esses caras. Rick vê as filmagens e imprime as fotos dos rostos, irei falar com um amigo mais tarde.

Ele acena e faz o que o Idiota falou, Guh apenas nos encara sem nenhuma reação.

***

Depois de horas nesse lugar decidimos subir para a casa, assim que saímos do porão vimos que está tudo revirado.

-Estavam procurando alguma coisa além de nós. -Guilherme diz e sobe para o quarto, o sigo e vou pegar meu celular, o encontro despedaçado no chão e eu suspiro. -Se arruma, vamos encontrar meu amigo.

-Não onde? -Pergunto e o olho.

-Na cidade vizinha. -Diz e vou para o guarda roupa, pego uma camisa xadrez e coloco meus tênis, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo meio torto, passo lápis de olho e rímel.

-Pronto. -Digo e ele me olha.

-Vamos. -Diz e pega em minha mão, descemos depois de eu pegar minha bolsa, encontramos todos na sala sentados com notebook no colo. -Estamos indo, cuide deles. -Pede para Rick que concorda.

Saímos de casa e entramos no carro de Guilherme, saímos da garagem e seguimos direto para a cidade vizinha em silêncio.

Depois de não sei quanto tempo o Idiota estaciona em frente à um armazém, parece abandonado, mas logo um homem alto loiro sai do local e fica olhando para dentro do carro.

-Não diga nada, apenas fique perto de mim. -Diz me olhando.

-Mas porque? Não são os seus amigos?

-É por isso que estou falando para fazer isso, não confio muito em meus amigos.

-Deveria confiar, são seus "amigos".

-Meus amigos não são confiáveis. -Apenas diz isso e desce do carro, eu desço e vou ao seu lado. Ele segura firme em minha mão entrelaçando nossos dedos.

Entramos no local depois do Guilherme cumprimentar o cara loiro, andamos para uma sala e encontramos um moreno alto e forte.

-Guilherme, quanto tempo. Soube que saiu faz pouco tempo da cadeia de Londres.

Cadeia??