23° Capítulo

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Chegamos ao shopping e o Rick sai pela loja pegando peças de roupas, eu fico esperando e o Guilherme fica comigo.

-Pronto, agora vai provar. -Diz me dando as roupas e eu sigo em direção ao provador, ele me deu uma saia de couro preta curta e um cropped rendado vermelho, nos pés eu coloco um salto.

-Ficou bom? -Pergunto quando saio e todos me olham, Gustavo fica olhando meu corpo e o Guilherme fica sério.

-Coloca uma calça. -Diz e eu olho para Rick.

-Eu sou o consultor de moda aqui, então quieto. -Diz e eu dou um sorriso. -Vamos deixar seu cabelo assim então vou comprar um lápis para você, Guh vem comigo. -Ele diz e sai da loja, o Idiota fica olhando para minhas pernas.

-Acho que está curto demais. -Diz ainda sério.

-Concordo. -Digo e me sento ao seu lado.

-Então porque não troca?

-Porque o Rick iria brigar, fica tranquilo.

-Como irei ficar tranquilo sendo que vários homens irão olhar para você.

-Sim, mas eu sou sua. -Digo e ele me olha, sorri e me dá um beijo.

-Aqui, pega e passa não sei onde.

-Nos olhos. -Digo e ele revira os olhos. Vou a um espelho e passo, depois faço um delineador estilo gatinho.

-Passa isso também. -Diz me dando um batom vermelho o olho com uma sobrancelha erguida. -Anda logo. -Eu passo e depois me viro para eles. -Ficou ótimo.

-Vamos, não podemos perder mais tempo. -Guh diz e saímos do shopping, entramos no carro e seguimos para o racha.

***

Saímos do carro assim que chegamos, o Idiota tranca o mesmo e me segura pela cintura, andamos um pouco até um lugar perto de várias pessoas se beijando e dançando, elas estão usando roupas com o mesmo estilo que a minha.

-Fique aqui, eu com os meninos iremos tentar achar aquele desgraçado. -Nem tenho chance de responder e ele me dá um beijo e sai dali.

Ótimo, agora estou aqui sozinha e eles estão não sei onde. Vim aqui para ajudar a procurar e não ficar plantada.

-Vou embora que eu ganho mais. -Digo para mim mesma e saio andando em direção onde entramos, olho para os lados e só tem escuridão. Por onde eu vou?

Agora que eu vou ter que ficar aqui, acho que vi um ponto de ônibus. Vou andando até lá e os meus pés começam a doer, tiro os sapatos e vou descalça até o ponto de ônibus, pego o meu celular e vejo que são 23:30, será que tem ônibus a essa hora?

-Oi, o que faz aí sozinha? -Tiro a atenção do celular e olho para uma camionete Hilux em minha frente, dentro tem um homem e atrás mais dois caras, parecem bêbados.

-Esperando um ônibus, porque você acha que estou em um ponto?

-Ela é marrentinha. -O de trás diz.

-Não ligue para ele. Quer carona?

-Não obrigada, talvez o meu namorado passa por aqui. -Digo me arrependendo de ter saído de lá.

-Namorado? Porque o seu namorado deixaria ficar em um ponto de ônibus sozinha? Alguém pode abusar de você. -Diz e os caras atrás começam a rir. -Entra que eu te levo para sua casa, quem é o seu namorado?

-Guilherme Rodrigues, conhecem?

-Nao acredito, somos amigos a muito tempo, onde ele esta? No racha?

-Sim, se conhecem? -Ele concorda e eu dou um sorriso.

-Entra no carro, não vou deixar a namorada de um amigo aqui sozinha, pode acontecer alguma coisa. -Ele é simpático e o seu sorriso é minimo, são amigos, então são de confiança.

Ando em direção a porta do passageiro e entro, se são amigos podem ser confiáveis.

Me sento no passageiro e ele acelera, olho para fora e só vejo borrões, olho para onde mede a velocidade e estamos a mais de 120.

-Pode ir um pouco mais devagar? -Pergunto receosa.

-Quieta vadia, vou como eu quiser. E então? Onde iremos? -Acho que ele não perguntou para mim, eu fico o olhando. Vadia?

-Vamos naquele lugar de sempre, ela não poderá fugir. -O loiro de trás diz e eu o olho, ele sorri para mim e acaricia meu braço. Eu estou fodida.

-Quero descer! -Falo e eles começam a rir. Tento pegar o meu celular do meu bolso e ele me olha.

-O que pensa que está fazendo? Me dê isso aqui! -Ele tenta pegar o meu celular e eu não deixo, perde o controle do carro e meu celular cai no chão, tento achar, mas está de baixo do banco. -Desgraçada, quase fez eu capotar.

-Me deixa ir, não são amigos do Gui... -Estou chorando e eles gargalham mais. Porque fui entrar aqui? Meu celular começa a tocar e sei que é o Idiota.

-Claro que não, o conhecemos e é por isso que está aqui, finalmente vingança. -Tento pegar meu celular, mas ele me dá um tapa me fazendo perder o foco por alguns segundos.

Ele diminui a velocidade, sinto o celular e o pego, abro a porta e pulo do carro ainda em movimento, gemo sentindo os ralados, as dores em meu corpo me fazem chorar.

Vejo a camionete freando e eu me levanto, saio correndo e não faço ideia para onde ir, estou mancando e ouço eles gritarem.

-Você não vai fugir não!

-Vai gostar do que vamos fazer.

-Te peguei! -O que estava dirigindo pula em cima de mim e caímos no chão, vejo os outros se aproximando e eu me rastejo.

Chuto o ruivo e tento me levantar, mas ele segura o meu pé, me dá um soco no rosto que começa a arder, sinto o sangue sair de minha boca e nariz, não consigo raciocínar direito e me rastejo.

-Fica nessa posição, adoro foder por trás.

-Me deixa ir... -Imploro sentindo as mãos dele em minhas pernas, ele levanta minha saia e os outros ficam bebendo, olho para a estrada e vejo um carro vindo em alta velocidade.

Quando o ruivo ia abaixar as calças o carro faz um cavalinho de pau e sai três caras de dentro, as pessoas que eu mais amo nesse mundo.

Guilherme vai para cima do ruivo que estava em cima de mim, o Guh para cima do moreno e o Rick do loiro, eu me rastejo até perto do carro e sinto minhas pernas e braços doloridos, não consigo mover meu braço esquerdo, acho que meu ombro deslocou quando quase me suicidei.

Minha cabeça está latejando e só vejo o Guilherme socando o ruivo, os outros dois saíram correndo e Rick tenta tirar o Idiota de cima do cara que está quase morto.

-Você vai matar ele. -Diz e o Guilherme ignora. -Guilherme a Mary precisa de você! -Foi aí que parou e me olhou, sua face de raiva ficou preocupada, ele se levanta e corre em minha direção.

-Porque saiu? -Pergunta me olhando.

-Sou inútil para você. -Digo baixo e ele segura meu rosto, eu estou horrível.

-Depois conversamos. Consegue se levantar? -Pergunta puxando o meu braço e eu gemo de dor, lágrimas saem de meus olhos e ele se agacha. -Vamos para o hospital. -Diz me pegando no colo e me colocando no passageiro. -Mary não dorme. -Ouço ele dizer, mas não aguento e daí não vejo mais nada.

Tenso... eu não entraria em um carro de alguém que eu não conheço, mas ela realmente achou que eram amigos de Guilherme.

O Irmão do meu melhor amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora