O SOL ESTAVA FINALMENTE COMEÇANDO A SURGIR
ATRÁS de uma pesada camada de nuvens quando voltamos para o Castelo
de Balmoral.
— Eliza! Jamie! — a voz inconfundível de Mary ressoou no ar
parado.
— Você não pode contar para ela — eu voltei a pedir a meu irmão.
— Você prometeu.
— Eu sei — ele respondeu com a voz trêmula.
— Jamie, preciso que você saiba de uma coisa — eu disse isso
puxando as rédeas de Luna para mim, para ficarmos lado a lado. — Você
tem que entender que antes as pessoas não se comiam. Antes dos Dezessete
Dias, não existia isso de Andarilhos. Você precisa acreditar que as coisas
vão melhorar — eu pensei nele sozinho naquele bosque. — Você sabe que
existem pessoas boas no mundo. Este é o nosso lado. Se desistirmos, se
fugirmos, as pessoas más ganharão.
Jamie concordou com a cabeça, os olhos arregalados. Mary galopou
na nossa direção, puxando as rédeas firmemente para fazer o cavalo parar
de repente. Seu cabelo longo e louro caía no rosto, e sua pele cor de marfim
estava corada por causa do vento e do exercício.
— Onde vocês estavam? — ela gritou, olhando para mim e para
Jamie. — Estive procurando vocês por toda parte. O último trem partirá em
uma hora. Vocês esqueceram que vamos voltar hoje?
— Mary, eu...
— Jamie! Você sabe que não pode sair do quarto — ela disse,
ignorando meus protestos. — Você precisa se cuidar!
Mary olhou novamente para mim, os olhos apertados.
— Como você pôde deixar isso acontecer?
— Eu sei, é culpa minha — eu disse, lutando contra a vontade de
desmoronar e contar para ela tudo o que tinha acontecido. — A gente
queria ter um último dia legal...
— Não, a culpa é minha — Jamie interrompeu. — Eu implorei para
Eliza me deixar cavalgar.
— Enquanto eu limpava e arrumava tudo, como sempre — Mary
retrucou. — Espero que não tenham ido para perto do bosque.
— Claro que não! Só até o campo — eu detestava quando mentia
para Mary, mas às vezes não tinha escolha.
Mary me olhou e suavemente começou a relaxar a expressão do
— Você sabe como é difícil para mim ter sempre que cuidar de
— Você não é nossa mãe! — eu disse com raiva, e imediatamente
me arrependi.
— Alguém tem que ser a mãe aqui — Mary respondeu baixinho. Eu
queria pedir desculpas, mas ela já estava se afastando com o cavalo.
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A Última Princesa
Подростковая литератураUma série de desastres naturais dizimou a terra. Afastada do resto do mundo, a Inglaterra é um lugar sombrio. O sol raramente brilha, a comida é escassa e grupos de criminosos perambulam pelas florestas, buscando caça. As pessoas estão ficando indóc...