O CÉU E O CONCRETO CINZA SE CONFUNDIAM NA
ESCURIDÃO do fim da madrugada, quando cavalgávamos silenciosamente
rumo a Londres. Ao longe, a Torre de Aço se erguia no horizonte da cidade.
O general nos fez parar, esforçando-se para ver pelos binóculos o que
tínhamos à frente na estrada que levava à Torre.
— As estradas parecem limpas — ele disse, a testa franzida com
ceticismo. — As forças de Hollister parecem ter ido para o sul. Eles estão
lutando contra um outro grupo de tropas de Resistência que está vindo de
Olhei para Eoghan e Polly. Eles pareciam visivelmente aliviados ao
descobrir que não estávamos sozinhos. O general tinha ouvido no rádio que
batalhas tinham sido travadas no sul por outras forças de Resistência, e que
o exército de Hollister tinha sofrido perdas consideráveis. Eu me sentia
esperançosa, mas sabia que não podia subestimar Cornelius Hollister.
O general reuniu as tropas, dando as últimas instruções para a
batalha.
— Vamos nos dividir em dois grupos. Eu vou liderar a cavalaria
para a Torre e a infantaria vai lutar contra as tropas ao sul.
Olhei para trás, para os milhares de soldados que se espalhavam
como um mar. A Torre estava tão perto! Tínhamos chegado tão longe!
— Eu fico com você — Eoghan disse para mim.
— Tudo limpo! — os soldados que estavam de vigia gritaram
enquanto cavalgavam na nossa direção.
O general olhou em volta. Eu esperava ansiosamente, tentando ler a
expressão no rosto dele, mas o general parecia, mais do que qualquer outra
coisa, exausto.
— Atacar a Torre! — ele finalmente gritou.
A brigada de cavalos atravessou o Tâmisa. As estradas estavam
limpas, então cavalgamos sem encontrar oposição na direção da Tower
Bridge. Quando chegamos à Torre, encontramos a ponte levadiça abaixada.
Diminuí o passo de Calígula. A cavalaria já estava atravessando, seguindo o
comando do general de invadir a Torre Branca primeiro. Eoghan
desapareceu lá dentro, seguido por Polly e George, que foram os primeiros a
— Esperem! — eu gritei para as tropas. A ponte nunca era deixada
abaixada. Alguma coisa estava errada. — Voltem! Voltem!
Mas era tarde demais. Minha voz se perdeu em meio ao som do
galope dos cavalos atravessando a ponte que rangia. Voltar não era mais
uma opção.
— Calígula, em frente — e dizendo isso a cutuquei na altura das
costelas. Ela sentiu meu medo de atravessar a ponte, mas seguiu em frente,
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A Última Princesa
Teen FictionUma série de desastres naturais dizimou a terra. Afastada do resto do mundo, a Inglaterra é um lugar sombrio. O sol raramente brilha, a comida é escassa e grupos de criminosos perambulam pelas florestas, buscando caça. As pessoas estão ficando indóc...