Capítulo 30

69 6 0
                                    


O CÉU E O CONCRETO CINZA SE CONFUNDIAM NA

ESCURIDÃO do fim da madrugada, quando cavalgávamos silenciosamente

rumo a Londres. Ao longe, a Torre de Aço se erguia no horizonte da cidade.

O general nos fez parar, esforçando-se para ver pelos binóculos o que

tínhamos à frente na estrada que levava à Torre.

— As estradas parecem limpas — ele disse, a testa franzida com

ceticismo. — As forças de Hollister parecem ter ido para o sul. Eles estão

lutando contra um outro grupo de tropas de Resistência que está vindo de

Olhei para Eoghan e Polly. Eles pareciam visivelmente aliviados ao

descobrir que não estávamos sozinhos. O general tinha ouvido no rádio que

batalhas tinham sido travadas no sul por outras forças de Resistência, e que

o exército de Hollister tinha sofrido perdas consideráveis. Eu me sentia

esperançosa, mas sabia que não podia subestimar Cornelius Hollister.

O general reuniu as tropas, dando as últimas instruções para a

batalha.

— Vamos nos dividir em dois grupos. Eu vou liderar a cavalaria

para a Torre e a infantaria vai lutar contra as tropas ao sul.

Olhei para trás, para os milhares de soldados que se espalhavam

como um mar. A Torre estava tão perto! Tínhamos chegado tão longe!

— Eu fico com você — Eoghan disse para mim.

— Tudo limpo! — os soldados que estavam de vigia gritaram

enquanto cavalgavam na nossa direção.

O general olhou em volta. Eu esperava ansiosamente, tentando ler a

expressão no rosto dele, mas o general parecia, mais do que qualquer outra

coisa, exausto.

— Atacar a Torre! — ele finalmente gritou.

A brigada de cavalos atravessou o Tâmisa. As estradas estavam

limpas, então cavalgamos sem encontrar oposição na direção da Tower

Bridge. Quando chegamos à Torre, encontramos a ponte levadiça abaixada.

Diminuí o passo de Calígula. A cavalaria já estava atravessando, seguindo o

comando do general de invadir a Torre Branca primeiro. Eoghan

desapareceu lá dentro, seguido por Polly e George, que foram os primeiros a

— Esperem! — eu gritei para as tropas. A ponte nunca era deixada

abaixada. Alguma coisa estava errada. — Voltem! Voltem!

Mas era tarde demais. Minha voz se perdeu em meio ao som do

galope dos cavalos atravessando a ponte que rangia. Voltar não era mais

uma opção.

— Calígula, em frente — e dizendo isso a cutuquei na altura das

costelas. Ela sentiu meu medo de atravessar a ponte, mas seguiu em frente,

A Última PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora