Capítulo 31

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— TRANQUEM-NA NO CALABOUÇO — HOLLISTER

ORDENOU para seus homens. Os guardas me agarraram grosseiramente,

amarrando minhas mãos atrás das costas e prendendo meus pés com

correntes. Então me arrastaram pelo campo de batalha debaixo da chuva

torrencial. A última coisa que vi quando me puxaram para a Torre Branca

foi Calígula atravessando os portões já quase fechados, a lança ainda

cravada no flanco.

A porta foi fechada e as grades de ferro bateram no chão de pedras

úmido. Eu estava sozinha no calabouço: uma sala de pedra, com seis metros

de altura e sem janelas.

— Ela não vai conseguir escapar desta vez — um dos guardas disse

para outro enquanto o som dos passos deles se afastava pelo corredor.

Agarrei as grades e as sacudi em desespero, gritando até ficar rouca,

mas as barras de ferro eram sólidas, e ninguém veio em meu auxílio.

Finalmente, desabei no chão úmido, exausta. Eu me sentia oca, vazia

demais até para chorar. Mary e Jamie iriam morrer em breve. Saber que eu

tinha falhado de novo me atingiu como um soco. Tudo que eu queria àquela

altura era me despedir deles.

Eu me encolhi e deitei de lado, tremendo de frio, e tirei o relicário

do pescoço. Enquanto olhava para a foto da minha mãe, pensei no que

Eoghan estava tentando me falar sobre fé. Ele queria que eu acreditasse em

alguma coisa. Eu acredito em várias coisas, pensei com um sorriso amargo. Eu

acreditava que iria morrer amanhã. Acreditava que Cornelius Hollister era

mau. E acreditava que nunca mais veria meus irmãos de novo.

Eu não tinha certeza de quanto tempo tinha se passado quando

ouvi barulho de chaves e de passos pesados se aproximando da minha cela.

Levantei-me depressa, apertando o rosto contra as grades para tentar

enxergar na escuridão. A pequena chama amarela de uma vela balançava

pelo corredor, ficando cada vez mais perto.

— Olá? — eu chamei. — Olá? — não me importava quem era. Não

me importava se alguém estava vindo me matar. Apenas me sentia aliviada

de saber que veria outra pessoa antes de tudo terminar. Quem quer que

O rosto de um guarda, iluminado pela fraca luz da vela, apareceu

diante das grades. Era um homem mais velho, o cabelo grisalho e um rosto

duro cheio de rugas. Sem falar nada, ele destravou uma pequena abertura

entre as grades e me passou uma bandeja com pão e um copo de água.

Depois pigarreou e, mantendo os olhos baixos, leu alto de um

pedaço de papel.

— Vim como enviado oficial de Cornelius Hollister para informá-la

A Última PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora