Capítulo 25

60 7 0
                                    


NÃO CONSEGUI DORMIR. TREMENDO COM OS ARREPIOS E

A febre, fiquei deitada na cama, os olhos abertos, mas sem ver nada. As

faixas de luz acinzentada embaixo da janela me diziam que eu tinha

sobrevivido a mais um dia.

O som alto de batidas na porta ressoou pelo castelo.

Polly estava deitada ao meu lado, o braço apoiado na minha cintura.

Ela se levantou de uma só vez e olhou em volta do quarto. A mãe dela, que

estava cochilando na poltrona, acordou em pânico com o susto.

— Quem estaria na porta a essa hora da noite? — Clara perguntou

assustada.

Ela afastou um pouco a cortina da janela para poder espiar lá fora.

— Sim? Quem está aí? — ela perguntou. — Olá? — não houve

resposta, apenas o som cada vez mais distante de cascos de cavalo ecoando

pelo caminho de pedra.

— É melhor eu ir lá embaixo olhar — George disse. A voz dele

parecia cansada, abatida.

— Vou com você — Polly se ofereceu, mas apertei a mão dela.

Queria que ela ficasse. Estava com medo de ficar sozinha, de morrer

sozinha. Polly entendeu e deitou de novo ao meu lado.

Alguns minutos depois, George entrou no quarto novamente.

— Alguém deixou este pacote do lado de fora da porta — ele disse

sem fôlego, segurando uma embalagem na frente do corpo.

— O que é? — Clara perguntou, pegando a vela da minha mesa de

cabeceira para examinar o pacote. Era um embrulho pequeno, envolto em

papel marrom e amarrado com um barbante. Pude ouvir o farfalhar do

papel sendo desembrulhado e depois o silêncio quando ela segurou o

conteúdo sob a luz bruxuleante da vela. Abri os olhos, fazendo força para

enxergar. Na mão de Clara estava o que parecia ser um frasco de vidro.

— O que diz aí, mãe? — Polly perguntou ansiosamente.

— Penicilina... tome três vezes ao dia por quatro semanas.

— Remédio? — Polly perguntou, excitada, se aproximando do

embrulho. — É remédio! Alguém da cidade deve ter encontrado!

— Deixaram algum bilhete? — Clara perguntou.

Polly olhou dentro do pacote.

— Não — ela respondeu.

Clara parecia desconfiada.

— Talvez tenha sido o senhor Seabrook. Ele estava tentando achar

um pouco hoje de manhã.

— Agora não é hora de nos preocuparmos com isso — George disse

com urgência na voz. — Precisamos agir rápido. Amassar as pílulas e

misturá-las com leite, ou Eliza não vai conseguir engolir.

Polly sentou-se ao meu lado, me levantando para que eu ficasse

A Última PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora