O SOM DO MEU NOME VERDADEIRO ME FEZ CONGELAR.
UMA coruja piou lá em cima, aninhada como uma estátua no galho de uma
árvore. Tudo estava em câmera lenta, como se o tempo tivesse
desacelerado.
— Você sabe quem eu sou — eu disse, mas minha voz era quase
inaudível. O ar noturno deixava minha pele fria. Estava tão escuro que eu
mal podia ver Wesley parado na minha frente.
— Sim — ele respondeu.
— Alguém mais sabe?
— Não que eu saiba.
Dei um passo para trás.
— Como? Onde...? — balancei a cabeça antes de fazer a pergunta
que me perseguia há semanas: — Por que você me deixou escapar naquela
noite no palácio?
Ele também balançou a cabeça, como se esperasse a pergunta.
— Eu olhei para seus olhos e... não consegui fazer aquilo — Wesley
fez uma pausa, procurando as palavras. — Por favor, confie em mim.
Pensei nas vezes em que ele tinha ficado sozinho comigo, com uma
arma em punho enquanto eu estava desarmada. Se ele quisesse me matar, já
o teria feito. Finalmente concordei.
— Para onde vamos? — eu perguntei, ainda tonta, enquanto
caminhávamos juntos em direção ao centro do campo.
— Você vai ver — ele respondeu de maneira sombria.
Dentro do edifício de concreto e sem janelas, os cavalos de guerra de
Cornelius Hollister se debatiam atrás das largas portas das baias. Eles eram
pelo menos uma cabeça mais altos do que os cavalos normais e tinham os
olhos injetados de sangue, cheios de ódio. Os cascos de aço dos animais
coiceavam o chão raivosamente. Eles davam cabeçadas com tanta força nas
portas das baias que alguns estavam com a pele em carne viva e parte do
osso aparecendo.
Wesley selou uma égua preta e branca enquanto eu me escondia na
sombra do umbral da porta, de guarda. As selas e as rédeas ficavam
penduradas em suportes nas paredes, e eram tão grossas que pareciam mais
armaduras do que acessórios de cavalaria. Pensei em Jasper e senti um
calafrio. Estas criaturas tinham sido criadas para a guerra, tinham sofrido
maus-tratos desde que nasceram. Elas eram máquinas de ódio e destruição.
Observei Wesley colocar um freio cheio de pontas na boca da égua
e reprimi um grito de protesto.
— Você não pode usar isso! — eu sussurrei alto. — Vai machucá-la!
— Eu sei — ele balançou a cabeça tristemente. — Mas eles não
obedecem aos freios normais — e, dizendo isso, puxou o animal gigante de
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A Última Princesa
Teen FictionUma série de desastres naturais dizimou a terra. Afastada do resto do mundo, a Inglaterra é um lugar sombrio. O sol raramente brilha, a comida é escassa e grupos de criminosos perambulam pelas florestas, buscando caça. As pessoas estão ficando indóc...