Capítulo 13

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— LEVANTEM, LEVANTEM! — GRITOU TUB. TODO MUNDO

resmungou. Ainda estava escuro lá fora — e era pelo menos uma hora antes

do horário que normalmente acordávamos. — A última a chegar lá embaixo

vai ter que me dar sua comida! — ela acrescentou. De repente, o dormitório

virou uma comoção: todas as meninas saltaram da cama, se vestindo

depressa e correndo para a sala de jantar. Eu desci as escadas, dois degraus

de cada vez, com os cadarços desamarrados.

Quando recebi meu mingau, comi rapidamente, segurando a tigela

perto da boca e protegendo-a com o corpo, como todas as outras faziam.

Mesmo depois de terminar, meu estômago ainda doía de fome. Eu estava no

exército há semanas agora. O treinamento era diário e ia do amanhecer ao

anoitecer. Depois vinham os serviços domésticos, que, para mim e para as

garotas do meu quarto, significava limpeza geral depois do jantar. A

movimentação constante quase não me deixava tempo para pensar em

Hollister, muito menos para procurá-lo. Eu começava a me perguntar se ele

estava mesmo lá. Ao fim de cada dia, eu estava tão cansada que caía logo em

um sono profundo, os músculos doendo de tanto exercício. Meus últimos

pensamentos eram sempre meus irmãos. Eu me perguntava onde os corpos

deles teriam sido enterrados, ou se eles tinham sido mandados para os

Campos da Morte, onde, dizia-se, os prisioneiros eram obrigados a cavar o

próprio túmulo.

Estava terminando de tomar meu chá aguado quando Tub

reapareceu e nos levou para fora. Encontramo-nos com os garotos nas

imediações da floresta. As árvores ainda estavam lá, mas agora eram

esqueletos queimados e apodrecidos; apenas galhos nus e casca.

Ficamos lá, parados na escuridão, antes de o dia amanhecer,

enquanto Portia, Tub e June entregavam a cada uma de nós uma sevilhana

de titânio — munição era algo valioso demais para que nos deixassem usar

armas de fogo — e um copo de metal vazio, para o caso de encontrarmos

água potável.

— Para vocês, novatos na caça — Portia anunciou, claramente

apreciando seu papel de líder —, deixem que eu lhes lembre de uma coisa:

este exército é grande e precisa de comida. Assim, caçar essa comida é

tarefa de vocês — ela parou por um momento para olhar para os soldados

reunidos; os olhos dela se demoraram um pouco mais em mim.

— Quem voltar de mãos vazias vai receber o dobro de serviços

domésticos. O novo soldado com o maior número de caças será promovido

uma patente — Portia fez uma pausa para deixar que absorvêssemos a

A Última PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora