— LEVANTEM, LEVANTEM! — GRITOU TUB. TODO MUNDO
resmungou. Ainda estava escuro lá fora — e era pelo menos uma hora antes
do horário que normalmente acordávamos. — A última a chegar lá embaixo
vai ter que me dar sua comida! — ela acrescentou. De repente, o dormitório
virou uma comoção: todas as meninas saltaram da cama, se vestindo
depressa e correndo para a sala de jantar. Eu desci as escadas, dois degraus
de cada vez, com os cadarços desamarrados.
Quando recebi meu mingau, comi rapidamente, segurando a tigela
perto da boca e protegendo-a com o corpo, como todas as outras faziam.
Mesmo depois de terminar, meu estômago ainda doía de fome. Eu estava no
exército há semanas agora. O treinamento era diário e ia do amanhecer ao
anoitecer. Depois vinham os serviços domésticos, que, para mim e para as
garotas do meu quarto, significava limpeza geral depois do jantar. A
movimentação constante quase não me deixava tempo para pensar em
Hollister, muito menos para procurá-lo. Eu começava a me perguntar se ele
estava mesmo lá. Ao fim de cada dia, eu estava tão cansada que caía logo em
um sono profundo, os músculos doendo de tanto exercício. Meus últimos
pensamentos eram sempre meus irmãos. Eu me perguntava onde os corpos
deles teriam sido enterrados, ou se eles tinham sido mandados para os
Campos da Morte, onde, dizia-se, os prisioneiros eram obrigados a cavar o
próprio túmulo.
Estava terminando de tomar meu chá aguado quando Tub
reapareceu e nos levou para fora. Encontramo-nos com os garotos nas
imediações da floresta. As árvores ainda estavam lá, mas agora eram
esqueletos queimados e apodrecidos; apenas galhos nus e casca.
Ficamos lá, parados na escuridão, antes de o dia amanhecer,
enquanto Portia, Tub e June entregavam a cada uma de nós uma sevilhana
de titânio — munição era algo valioso demais para que nos deixassem usar
armas de fogo — e um copo de metal vazio, para o caso de encontrarmos
água potável.
— Para vocês, novatos na caça — Portia anunciou, claramente
apreciando seu papel de líder —, deixem que eu lhes lembre de uma coisa:
este exército é grande e precisa de comida. Assim, caçar essa comida é
tarefa de vocês — ela parou por um momento para olhar para os soldados
reunidos; os olhos dela se demoraram um pouco mais em mim.
— Quem voltar de mãos vazias vai receber o dobro de serviços
domésticos. O novo soldado com o maior número de caças será promovido
uma patente — Portia fez uma pausa para deixar que absorvêssemos a
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A Última Princesa
Teen FictionUma série de desastres naturais dizimou a terra. Afastada do resto do mundo, a Inglaterra é um lugar sombrio. O sol raramente brilha, a comida é escassa e grupos de criminosos perambulam pelas florestas, buscando caça. As pessoas estão ficando indóc...