Capítulo 29

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A NOITE ESTAVA BEM ESCURA. A LUA COBERTA DE

NUVENS ameaçava chuva. Um vento forte e excessivamente frio soprava

do norte. Bem longe, sobre as montanhas, riscos de fogo acendiam o céu e

desapareciam ao atingir o chão. Cavalgamos por caminhos estreitos da

floresta até que o general nos levou a uma clareira deserta, onde havia

apenas casas queimadas e abandonadas. Fios elétricos soltos, agora

inofensivos, se agitavam nas rajadas de vento. Nós desmontamos e levamos

os cavalos por uma porta do que parecia ter sido uma casa de tijolos.

Na parede de entrada, uma fileira de ganchos, cada um deles

etiquetado com o nome de uma criança, pendia de uma fileira de nichos de

madeira. Percebi que estávamos em uma escola abandonada. Os banheiros

eram baixos e pequenos, as lousas estavam cobertas de poeira, e filas de

pequenas carteiras e cadeiras estavam quebradas e tombadas. Atrás da

escola havia um jardim cercado, onde as tropas de guerrilha e de solo

montaram tendas de dormir e de enfermaria.

Uma tenda branca se destacava: era onde Clara cuidava dos feridos.

O pior era um homem que havia sido atingido por uma sevilhana. Ele estava

deitado na tenda, rangendo os dentes, enquanto Clara extraía a arma suja

de sangue do abdome dele.

Nós nos juntamos na tenda principal, onde canecas com água

quente e algumas poucas folhas de chá eram distribuídas. O general

Wallace estava sentado ao lado do rádio. A animação de antes havia virado

exaustão e eu tinha medo do que ia ouvir. Uma nova voz surgiu das ondas

do rádio, uma voz que imediatamente reconheci como sendo de Cornelius

Hollister.

— Nossas perdas recentes na Batalha de Newcastle não vão nos

derrotar. A execução dos Windsor remanescentes acontecerá como

planejada, no domingo de manhã, seguida pela minha imediata coroação

como rei da Inglaterra.

Um silêncio repleto de medo caiu sobre as tropas de Resistência ao

ouvir aquelas palavras. Até mesmo a voz de Hollister soava maligna e

ameaçadora.

O general Wallace rapidamente desligou o rádio.

— Não o deixem assustar vocês. Nós vencemos a batalha em

Newcastle e amanhã faremos o mesmo. Vamos marchar para Londres

juntos e atacar a Torre. Mas agora precisamos descansar.

Os soldados se recolheram na área de dormir, onde tiraram as botas

e checaram as armas, escondendo-as embaixo das cobertas. Deitei ao lado

de Polly em uma lona, apoiando a cabeça no ombro dela. Era uma noite fria,

mas a tenda estava quente com o calor das pessoas e das fogueiras que

A Última PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora