O TRAILER ESTÁ NA MULTIMÍDIA.
O céu nublado combinava muito bem com esse dia. As pessoas vestidas de preto começaram a se dispersar, não havia mais nada a fazer aqui. Os caixões já foram enterrados e as lápides já estavam lá, tive que ouvir durante toda a manhã pessoas falando que eles não mereciam morrer dessa forma e que lamentavam muito a minha perda. Alguns ousavam dizer que sabiam o que eu estava sentindo, mas eles não sabiam. Ninguém sabe o quanto essa dor está sendo dilacerante para mim.
Meus pais eram pessoas muito queridas, pessoas boas que não mereciam um fim como esse.
Tudo aconteceu na manhã passada. Eles tinham passado a noite inteira fora e eu tinha as minhas dúvidas se eles estavam bem já que nenhuma das minhas ligações foram atendidas ou retornadas, na manhã de ontem policiais apareceram na minha casa para me informar sobre a minha perda. Os corpos deles foram reconhecidos graças as digitais. O motivo da morte? Ao que tudo indicava, para os policiais que acompanhavam o caso, eles foram mortos por pessoas da máfia.
Quase fui presa por desacato a autoridade quando eles me disseram que suspeitavam que meus pais estavam metidos na sujeira da máfia. Eles não tinham envolvimento nenhum, eu tenho plena certeza disso. Como eu tinha certeza? Eu namorava alguém que estava envolvido até o pescoço com essa sujeira, se meus pais estivessem nesse meio eu saberia.
— Querida, nós temos que ir. — ouvi a voz de Theo atrás de mim mas continuei encarando as duas lápides, uma ao lado da outra. — Eve, eu preciso voltar para Atlanta. Vou me atrasar para os meus negócios se demorarmos mais tempo aqui.
Tive que morder a língua para não fazer algum comentário ofensivo sobre os seus "negócios". Nada mais era do que um jeito mais elegante de falar que precisava resolver seus problemas na máfia, matar alguém antes que seja morto ou pegar alguma carga de drogas na fronteira. Theo era um grande mafioso, ele era respeitado no mundo do crime por conseguir cometer todas as suas sujeiras por debaixo dos panos, nenhuma passagem pela polícia. Eles nem sonham com o seu nome, mas mesmo que um dia consigam sonhar com isso eles serão calados pelo dinheiro. Uma coisa que eu aprendi desde que começamos a namorar e eu vi algumas coisas do seu mundo: não existe uma pessoa que não seja corrompida pelo dinheiro. Não no meio da polícia.
Meus pais não aprovavam nosso namoro, eles não sabiam sobre o seu envolvimento com a máfia, eles não aceitavam porque ele era quase dezesseis anos mais velho do que eu. Acabei de completar dezenove anos e Theo já está no auge de seus trinta e quatro. Isso não era algo importante para mim, eram apenas números.
Suspirei derrotada ao notar que teríamos mesmo que ir agora, não só porque Theo não pode se atrasar mas também porque parece que começará a chover em breve. Dei uma última olhada para a lápide de meus pais antes de sair dali com meu namorado.
Nós não falamos nada um para o outro durante nosso trajeto até a saída do cemitério, ele sabia que eu não queria falar sobre nada agora. O seu deslumbrante carro estava parado perto da entrada do lugar, Theo segurou em minha cintura e me colocou encostada na porta de seu Bugatti Chiron ficando de frente para mim.
— Você sabe que teremos que falar sobre isso em algum momento.
— Quer mesmo falar sobre o que aconteceu? Tudo bem então. — o olhei nos olhos para poder enxergar suas verdades durante a nossa conversa. — Os meus pais estavam ou não metidos com a máfia? Pode me falar a verdade, você não precisa me esconder as coisas para me proteger de alguma forma. Eu posso aguentar a verdade.
— Querida...
— Não, Theo. — o interrompi ao ver o pesar em seus olhos, conhecia ele bem o suficiente para saber que ele já estava preparado para contornar a verdade para me proteger. — Eu quero a verdade. Preciso que você me conte, mesmo que eles tenham sido só dependentes de drogas e estivessem devendo. Preciso saber de qualquer coisa que me ajude a chegar no motivo pelo qual eles foram assassinados por pessoas da máfia!
— Eu não tenho as respostas que você quer, querida. — suspirou. — Seus pais nunca estiveram metidos com nada disso, eu mandei a minha equipe investigar isso afundo, eles estavam completamente limpos.
— Então por que eles foram mortos?
— Já disse que não tenho as respostas para suas perguntas. Mas eu sei quem tem.
— O que está esperando para me contar? — perguntei um pouco afobada demais.
— Eve, você quer vingar a morte de seus pais? — engoli em seco com a sua pergunta por entender o sentido dela.
Vingança nunca é uma coisa boa. Eu sabia que no sentido que Theo estava me propondo era pior ainda, eu teria que me sujar para conseguir isso. Mas era algo que eu queria naquela altura. Se meus pais não tinham nenhuma ligação com a máfia não tinha motivos para matá-los, eu quero justiça. A vingança é uma espécie de justiça selvagem.
— Eu quero. — juntei toda minha determinação para pronunciar as palavras, Theo ficou surpreso mas logo fez questão de esconder isso, voltando com seus olhos indecifráveis. — Eu quero me vingar de quem matou meus pais.
— Sei quem foi o assassino. — mordi o meu lábio em nervosismo. — Irei treinar você, irei te ensinar tudo o que precisa saber para conseguir o que quer, para derrotar quem for rotulado como inimigo.
— Quando iremos começar com os treinamentos? — Theo abriu um pequeno sorriso e selou nossos lábios juntos, como se quisesse me deixar mais calma.
— No final de semana. Irei mandar Chaz vir te buscar daqui a dois dias e te levar para o seu país natal...
— Por que na Holanda? Por que não pode ser aqui nos Estados Unidos?
— Porque não podem desconfiar de nada, não podem desconfiar que você está sendo preparada para acabar com eles.
Assenti com a cabeça, aceitando tudo o que ele estava me propondo.
Theo me puxou para um beijo cheio de ternura. Nosso beijo se tornou algo mais intenso quando ele passou sua língua em meu lábio inferior, como se estivesse pedindo passagem para entrar em minha boca, a qual eu não poderia e nem queria negar.
Nós estávamos juntos há um ano e meio, ele sempre me disse que era a única pessoa em quem eu poderia confiar e com o passar do tempo eu tive cada vez mais certeza disso. Nosso namoro não era apenas rosas, é claro que tinha os espinhos para nos atrapalhar. No nosso caso eram os seus inimigos, Theo fazia questão de me esconder e esconder nossa relação para que as coisas não saíssem de seu controle e todos saibam que sua maior fraqueza era uma pessoa. Sou uma completa desconhecida no mundo da máfia.
Nos separamos por falta de fôlego, deixei alguns selinhos em seus lábios notando o seu sorriso crescer.
Ele me desencostou do carro e abriu a porta do lado do carona para mim, a fechando quando eu já estava acomodada no assento. Theo deu a volta no carro, entrando no lugar do motorista.
— Preciso saber de uma coisa.
— O quê? — ele me olhou confuso.
— Qual é o nome do assassino do meu pai? — Theo virou o seu olhar para frente, ligando o carro. Seu pé apertou o acelerador sem sair do lugar, o que provocou o barulho do motor potente rangendo. Pensei que seria ignorada mas Theo queria apenas um suspense antes de me dar o nome premiado.
— Justin Bieber.
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Olá, pessoas. Pra quem não me conhece, eu sou a Stephanie (mas me chamem só de Ste) e essa é a minha primeira fanfic postada. Esse foi o prólogo e assim que eu puder, postarei o primeiro capítulo e espero que vocês gostem de ler a história tanto quanto eu estou gostando de escrever.
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The Target
FanfictionA pior perda é a perda de si mesmo. Quando você mesmo não se reconhece mais, quando as decisões tomadas para a sua vida não partem de você, quando suas atitudes não coincidem com a pessoa que você realmente é. Quando seus pais são assassinados por a...