Talking to the enemy

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08
EVE BASTEN POV

Permaneci sentada naquele chão até minha cabeça parar de girar. Criei coragem para me levantar e me arrependi imediatamente quando a vontade de vomitar me atingiu mais uma vez, apenas ignorei meu mal estar e fui até a cama, usando o travesseiro jogado na beirada da cama para bater com ele em Willa e despertá-la de seu sono.

Ela acordou assustada e fez um movimento brusco para ficar sentada na cama, em seguida um gemido de dor escapou de seus lábios e ela se apressou em massagear suas têmporas com os dedos como se isso fosse ajudar de fato na sua dor de cabeça.

Bom, eu não era a única com uma ressaca desgraçada ali.

— Que merda? — ela disse ao se situar, notando que estava no meu quarto de hotel e ele estava mais bagunçado do que nunca.

— Você não se lembra do que aconteceu na noite passada?

— Bom, só algumas coisas... Acho que... Merda, minha cabeça está me matando. — reclamou. — Como eu acabei aqui?

— Não sei, não consigo me lembrar de muita coisa. Você era minha esperança para me lembrar dos acontecimentos da noite de ontem. — ri fraco.

No fundo eu não queria muito saber o que aconteceu, apenas tinha curiosidade. Se eu esqueci foi por algum motivo e eu não estava afim de ser lembrada das possíveis vergonhas que passei enquanto estava bêbada.

— Oh! Acho que me lembro. — Willa disse e eu me sentei na cama por não aguentar ficar de pé por mais tempo. — Acho que eu e Ryan meio que terminamos ontem a noite. — ela fez uma careta quando pareceu pensar sobre o que tinha acontecido.

O término explicaria também o seu rímel escorrido, com certeza causado por seu choro.

— Faz sentido. Você deixou vestígios de um término para trás. — me referi ao seu rímel escorrido e seus olhos inchados, ela me olhou confusa como se não entendesse já que ela não tinha se olhado no espelho ainda. — Você está com cara de quem chorou a noite inteira.

— Que porra aconteceu? — ela murmurou e voltou a se jogar na cama.

— Juro solenemente que nunca mais irei beber. — declarei. Willa me lançou um sorriso divertido e arqueou uma sobrancelha.

— Esse é o juramento mais fajuto que existe no planeta. — brincou. — Além do mais, a bebida não foi a única culpada por tudo isso, o tanto de coisa que foram misturadas...

— Sempre que vocês decidem sair para curtir as coisas são dessa forma? — questionei, vendo-a concordar com a cabeça em seguida.

— Não tem como aguentar essa vida se estiver de cara. — deu de ombros. — Temos uma quantidade absurda de drogas sendo oferecidas e nenhuma regra para seguir, isso resume bem as noites que decidimos curtir juntos em boates ou rachas.

Isso me deixava um pouco enojada. Nunca consegui entender como as pessoas davam tanta importância para drogas, isso nunca entrou na minha cabeça. São coisas que podem levar qualquer ser humano para o buraco. Mas cada qual com suas noções sobre o que é curtir.

Eu também me perguntava como eles não morriam de overdose ou alguma coisa do tipo.

— Temos que comer alguma coisa. — Willa voltou a se sentar, chamando novamente minha atenção para ela.

— Não sei se vou conseguir comer qualquer coisa, estou enjoada ainda.

— Você vomitou tudo o que podia, precisa realmente se esforçar para comer alguma coisa. — ela disse e se esticou para pegar o telefone no criado-mudo ao lado da cama para ligar pedindo pelo serviço de quarto, eu não discuti, estava mesmo com fome.

The TargetOnde histórias criam vida. Descubra agora