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EVE BASTEN POVA sensação era como se meus pulmões estivessem tendo dificuldade para trabalhar, como se o ar chegasse neles com muita dificuldade. Minha cabeça doía de tantas coisas que estavam a ocupando de uma vez só, parecia que meus pensamentos estavam lutando entre si e eu precisava sentir essa dor. Minhas mãos estavam geladas e trêmulas graças ao nervosismo, tudo isso enquanto eu tentava parecer bem sentada no banco de carona do carro de luxo do Bieber.
Estávamos parados de um lado da pista em um ponto estratégico para quando o carregamento atravessasse a fronteira, e do outro lado da pista estava o carro de Ryan. Já fazia trinta minutos que estávamos esperando mas não tinha nenhum sinal do carregamento e toda aquela espera estava me matando lentamente. Eu realmente não sabia o que aconteceria, não sabia o que esperar. Tinha contado a Theo sobre o plano de Justin mas não sabia o que meu namorado faria com essa informação.
— Eu estava em um momento ruim. — Justin quebrou o silêncio entre nós que predominava desde que tivemos aquela pequena discussão no escritório dele. — Foi por isso que fui para o escritório, acho que precisava ficar um pouco sozinho. Daí você começou a falar todas aquelas coisas e eu acabei descontando em você, mas se te serve de consolo eu não penso daquela maneira. Não em relação à tudo.
Fechei os olhos com força sentindo a culpa me alfinetar novamente.
Acho que o pior daquilo tudo era que eu não tinha dedurado Justin pelas razões certas, pelas razões que eu deveria considerar. Eu só fiz aquilo porque estava com raiva e queria descontar nele de alguma forma, mas agora ele estava ali meio que se desculpando e era como se ele soubesse o que eu fiz e só quisesse fazer com que a culpa que eu estava sentindo fosse maior.
— Não vai falar nada? — ele me puxou de volta dos meus pensamentos. — Nem foi tão ruim assim para você estar me dando um voto de silêncio.
— Está tudo bem, já passou. — disse baixo. — Não é legal guardar mágoas.
Justin encostou a cabeça no banco e ficou encarando o nada enquanto batucava o volante do carro com seus dedos, eu observava cada pequena coisa nele enquanto meus pensamentos sobre a culpa continuavam na minha cabeça.
— Posso perguntar uma coisa? — falei baixo, chamando sua atenção. Ele olhou para mim e assentiu com a cabeça. — Por que você me chamou para vir até aqui hoje? Quero dizer, você sempre me chama para qualquer plano, por mais simples que seja e até os que não precisam tanto assim de mim.
Justin franziu o cenho em um semblante confuso, como se nem ele mesmo soubesse bem o motivo ou como se nunca nem mesmo tivesse pensado sobre o assunto. Ele abriu a boca três vezes para responder mas desistiu em todas elas, dando de ombros por fim.
— Eu não sei. — admitiu. — Acho que é só porque eu curto quando você está perto, sei lá, as coisas parecem rolar de uma forma diferente.
— Rolar de uma forma diferente? — agora quem pareceu confusa fui eu.
— Qual foi, Eve. — ele soltou um riso antes de voltar seu olhar para frente. — Eu não sei a resposta para essa pergunta.
— Logo você que sabe a resposta para qualquer coisa. — zombei.
— Não quando se trata de você e das suas perguntas. — Justin riu e encolheu os ombros mais uma vez.
Justin apoiou seu braço no console do carro e as luzes dos postes iluminavam as tatuagens que ele tinha por toda extensão da sua pele naquele lugar. Toquei a sua pele e contornei com a ponta do meu dedo a tatuagem de um pequeno diamante que ele tinha na parte de cima do pulso.
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The Target
FanfictionA pior perda é a perda de si mesmo. Quando você mesmo não se reconhece mais, quando as decisões tomadas para a sua vida não partem de você, quando suas atitudes não coincidem com a pessoa que você realmente é. Quando seus pais são assassinados por a...