Freenight

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JUSTIN BIEBER POV

Quando entrei no escritório Ryan estava sentado em uma das duas cadeiras que ficavam de frente para a mesa de madeira, me certifiquei de que a porta estava devidamente trancada antes de rodar a mesa e me sentar na minha cadeira de couro preta. Abri a primeira gaveta disponível na parte lateral da mobília e peguei nela um maço e um isqueiro, puxei um cigarro do maço e o coloquei entre os lábios, usando o isqueiro para acendê-lo antes de guardar as coisas de volta na gaveta. Puxei uma tragada e segurei o cigarro entre os dedos, soltando a fumaça no ar para então conseguir iniciar aquela conversa.

— E aí? O que descobriu? — perguntei.

Só pela sua expressão eu já sabia que ele não tinha tido sucesso na investigação pela qual era encarregado, juntamente de Chris. Ryan apoiou os braços na mesa e inclinou o corpo um pouco para frente.

— Nada de mais. — Ryan suspirou. — A única coisa que deixou a gente meio cismado foi descobrir o nome dela em uma lista de passageiros de um voo para a Holanda no início do ano, o que chamou a atenção foi que ela ficou lá por cerca de seis meses antes de retornar aos Estados Unidos mas sem nenhum registro sobre o que ela tenha ido fazer lá. Entramos em contato com algumas pessoas de confiança na máfia holandesa mas não conseguimos nenhuma informação sobre isso, eles não a conhecem pelo nome.

— Que a Eve é natural de lá e que nunca tinha tido contato com o mundo do crime antes de entrar na nossa gangue para ter seu nome conhecido dessa forma a gente já sabia, não é nenhuma novidade. — revirei os olhos, puxando mais um trago do cigarro a procura de qualquer calma que ele pudesse me proporcionar. — Ela deve ter passado um tempo com a família, sei lá. Sei que é uma informação irrelevante. Só conseguiu saber sobre isso?

Ryan voltou a se encostar na cadeira em que estava sentado, bufando de forma arrastada.

Desde que Eve tinha entrado na minha gangue nós nos esforçávamos para manter os olhos bem abertos em relação à ela, e com nós eu estava me referindo à Ryan, Chris e eu. Eu tinha muito a perder se entregasse minha confiança de mãos beijadas para qualquer pessoa. Durante todo aquele tempo nós não tínhamos encontrado nada suspeito no passado de Eve e ela sempre tinha se mostrado ser bastante útil para nós, porém ainda assim eu precisava ter cem por cento de certeza sobre a sua lealdade, não podia me restar nenhuma dúvida sobre ela.

— Cara, é frustrante como não conseguimos achar quase nenhuma informação relevante sobre a Eve. É a primeira vez que eu tenho que investigar alguém que não tem nenhuma ligação com a máfia e isso é uma tarefa difícil pra caralho, os registros expressivos são muito poucos. As informações sobre ela que são possíveis de serem acessadas são vagas, coisas de cidadãos comuns. — balançou a cabeça se mostrando irritado com aquilo, aproveitava meu cigarro enquanto ouvia com atenção sua queixa. — Mas as informações dos seus últimos anos são tão poucas que parece que ela mal existiu durante um período de dois anos. Isso me intrigou tanto que eu fui até me certificar de que ela existe mesmo e de que usa seu nome verdadeiro.

— E existe? — arqueei a sobrancelha, interessado.

— Sim, eu vi o seu registro de nascimento. Consegui até ver o S.S.N dela e as fotos de todos os documentos que ela já fez ao longo dos anos, é a mesma Eve e ela é real. — Ryan riu nasalado. — Ela só parece ter sido de fato uma cidadã comum durante os anos, sem nada de extraordinário em sua vida. Sabe, eu acho que... Acho que ela está limpa, Drew. — disse. — Não há nada de errado nas informações sobre ela e durante todo esse tempo que estamos investigando sobre sua vida nós não achamos nenhuma informação comprometedora sobre a Eve, nada de errado.

Respirei fundo com a sua observação sobre a investigação e esfreguei a mão livre no rosto, aquele assunto sempre acabava me deixando incomodado.

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