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EVE BASTEN POVNós não trocamos muitas palavras depois que saímos do estúdio de tatuagem e eu podia jurar que tinha ficado um clima estranho no ar. Demos uma passada rápida no hotel apenas para trocarmos de roupas e para que Justin pegasse a maleta metálica que tinha o dinheiro para a negociação que ele faria e então fomos para a casa do prefeito da cidade.
Justin ficou algum tempo com o carro parado do lado de fora do portão do condomínio esperando a hora de se atrasar, ele alegou que o prefeito não merecia a sua pontualidade. Quando se passaram dez minutos da hora combinada ele entrou com o carro, os seguranças na guarita só precisaram olhar para Justin pelo vidro do carro e imediatamente liberaram sua passagem.
A mansão do prefeito era enorme e era a única casa daquele condomínio, olhando a grandeza do lugar eu tive certeza de que eu nunca me acostumaria com todo aquele luxo. O interior da casa era de tirar o fôlego de tanto luxo e elegância, me deixando boquiaberta, só de saber que ele estava prestes a receber uma visita do crápula do Justin eu já podia concluir que aquela casa não tinha sido feita apenas com o seu salário como prefeito.
— O senhor Burke logo os receberá, os senhores podem aguardar aqui. — o mordomo gesticulou para a gigantesca sala de estar. — Fiquem à vontade!
— Obrigada! — eu agradeci quando Justin não o fez e com certeza não o faria, o mordomo assentiu com a cabeça antes de nos deixar sozinhos.
— Está vendo só? Ele sempre faz essa merda de me deixar esperando como se eu tivesse tempo de sobra para as merdas dele. — Justin resmungou. — Devia ter me atrasado por duas horas.
— Bom, você precisa mais dele do que ele precisa de você nessa. — dei de ombros.
— É aí que você se engana, Evelien. — abriu um sorriso presunçoso, daqueles que me dava vontade de lhe dar um tapa no rosto para deixar marcas. — Máfia e política sempre estão ligadas. Essa porra é um castelo de cartas.
— Você não me explicou direito o que estamos fazendo aqui. — falei. — Você veio apenas para pagar a propina?
— Vim dar a grana e saber como as coisas estão por aqui. — deu de ombros.
Eu estava segurando a maleta metálica com o dinheiro sujo.
— Não dava para mandar alguém fazer isso no seu lugar? — questionei. — Me parece simples.
— A única pessoa que eu confio o suficiente para isso é o Ryan mas ele não estava disponível hoje então eu tive que vir.
— Você e o Ryan... Huh... — pigarreei. — Vocês estão bem? Mesmo depois de... Você sabe.
Ele me olhou de uma forma que eu não consegui decifrar.
— Sim. — respondeu simples. Abri a boca para perguntar mais porém ele foi mais rápido em falar. — Não venha com sua avalanche de perguntas. — bufei.
— Só mais uma? — pedi.
— Se não tiver nada a ver com Ryan. — falou a condição e eu aceitei.
— Por que me trouxe com você para essa viagem? — perguntei. — Não me parece algo que você não conseguiria fazer sozinho, não vejo o por quê de eu estar aqui também.
Justin pareceu um pouco surpreso com a pergunta, como se não esperasse que minha pergunta fosse aquela.
— Achei que você curtiria estar em Miami mais uma vez. — encolheu os ombros.
Ele tinha recuado da pergunta, eu notei. Seus olhos preferiram encarar o quadro na parede do que continuar sustentando nossa troca de olhares.
— Por acaso você ter me chamado para vir tem alguma relação com aquele papo de que você gosta de me ter por perto? — a pergunta deixou minha boca antes que eu pudesse pensar mais de uma vez se eu deveria falar ou não.
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The Target
FanfictionA pior perda é a perda de si mesmo. Quando você mesmo não se reconhece mais, quando as decisões tomadas para a sua vida não partem de você, quando suas atitudes não coincidem com a pessoa que você realmente é. Quando seus pais são assassinados por a...