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EVE BASTENPirando. Eu estava pirando.
Podia reparar no motorista do táxi me observando pelo retrovisor enquanto eu chorava copiosamente tentando entender como eu tinha deixado as coisas chegarem à esse ponto.
Quando a grande mansão entrou em meu campo de visão eu tentei parar o meu choro e dei uma gorjeta ao taxista por ter aturado meu choro durante todo o caminho até aquele lugar, senti um frio na barriga quando desci do táxi e tive que respirar fundo para me aproximar da guarita de segurança. Os seguranças já me conheciam, mas ainda assim um deles fez questão de me barrar.
— Estamos entrando em contato com o senhor Maddox, a senhorita terá que esperar por permissão. — o segurança falou.
— Eu sou a namorada dele. — funguei, tentando secar minhas bochechas molhadas e manter o resquício de equilíbrio que eu tinha.
— Eu sei, senhorita Basten, mas são ordens.
O segurança se virou para a guarita para pegar seu walk-talk para provavelmente entrar em contato com seu chefe e perguntar se eu estava autorizada a entrar. Eu não sabia se era o álcool correndo em minhas veias ou apenas o estado desesperado em que eu me encontrava, mas antes que eu pudesse pensar bem nos meus atos eu comecei a correr em direção à entrada da mansão ignorando todos os gritos de protestos do segurança. Ele correu atrás de mim e isso fez eu apertar o passo, eu sabia que os seguranças deveriam ter alguma regra clara que os impediam de me tocar e talvez isso tenha colaborado para que eu estivesse sendo inconsequente daquela forma.
Empurrei a porta de entrada e estava ofegante quando entrei no hall da mansão, sentindo minhas pernas paralisarem assim que meus olhos bateram em quem estava parado no topo da escada.
Theo estava vestido apenas com uma bermuda de pijamas e com um olhar surpreso quando me viu, mas logo mudou para uma feição confusa quando ele me analisou dos pés a cabeça. O segurança entrou logo depois de mim, parando de correr assim que viu o seu chefe.
— Eu sinto muito, senhor Maddox, eu avisei à ela que deveria esperar pela sua permissão mas ela saiu correndo. — o segurança se explicou.
— Está tudo bem, pode voltar para o seu posto. — Theo disse enquanto descia vagarosamente os degraus da escada e seu segurança assentiu, se apressando para seguir suas ordens e me deixando um pouco nervosa por ficar à sós com Theo. — Eve... O que aconteceu? Você parece... Atordoada.
Theo pareceu preocupado ao ver a minha aparência. Meus olhos deviam estar um pouco inchados com o choro no caminho e minhas bochechas sujas com o rímel que escorreu com as lágrimas, meus pés descalços por eu ter desistido dos saltos no meio do caminho e meu cabelo bagunçado.
E então flashes de memórias de meia hora atrás - de quando eu estava com Justin no banheiro da boate - vieram à minha memória, fazendo a culpa que existia dentro de mim aumentar por eu lembrar daquilo enquanto estava diante do meu namorado.
E aquele era o motivo pelo qual eu estava ali.
Eu não conseguiria mais conviver com aquela dúvida que chegava a ser torturante para mim, não conseguiria mais ficar em dúvida sobre os meus próprios sentimentos. Não tinha mais como. Eu precisava esclarecer aquilo para mim mesma e dar um fim àquela confusão ou então teria um colapso mental, e a única forma de esclarecer as coisas era vindo até Theo.
Theo era o único que poderia me fornecer respostas o suficiente para calar minhas dúvidas.
Eu precisava saber se meus sentimentos por ele permaneciam intactos, se as coisas que eu sentia perto de Justin se tornavam pequenas demais comparadas às que eu sentia perto de Theo. Eu precisava saber se o que eu achava que sentia por Justin era apenas carência por estar sendo obrigada a ficar afastada do meu namorado ou se era um sentimento real.
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The Target
FanfictionA pior perda é a perda de si mesmo. Quando você mesmo não se reconhece mais, quando as decisões tomadas para a sua vida não partem de você, quando suas atitudes não coincidem com a pessoa que você realmente é. Quando seus pais são assassinados por a...