The pain of loss

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EVE BASTEN POV

O oxigênio parecia encontrar dificuldades para chegar até meus pulmões, meus olhos ardiam como se as lágrimas que eu derramava fossem ácidas e meu coração batia de forma acelerada como se quisesse pular para fora do meu corpo.

Eu ainda observava Justin, seu corpo parecia ter paralisado quando seu olhar encontrou o corpo do seu amigo jogado no chão. Como um plot twist na minha vida, Justin tinha se tornado uma pessoa com quem eu me importava e queria ver bem então ver através dos seus olhos o sofrimento que aquela cena lhe causou acabou cortando meu coração de maneira dolorosa.

Ele nem sequer se esforçou para manter sua pose inabalável de sempre, aquela não era nem de longe sua prioridade naquele momento. Seus olhos caramelo denunciavam sua dor e também continham um vestígio sutil de raiva, talvez pela pessoa que tinha causado tudo aquilo. Justin puxou uma lufada de ar pela boca antes de dar passos firmes na direção de Chris, ele se agachou ao lado de seu corpo - no lado contrário ao que Tracy ainda se encontrava - e pareceu hesitar levemente na hora de levar seus dedos até a jugular de Christian para checar sua pulsação.

— Está fraca. — ele anunciou, sua voz saindo muito mais baixa e menos determinada do que o habitual. — Muito fraca.

E todos nós sabíamos o que aquilo significava. Chris estava entre a vida e a morte, as chances de que ele conseguisse se manter vivo até que os socorros chegassem pareciam quase mínimas, já era um milagre ele ter alguma pulsação com dois tiros certeiros alojados em seu peito esquerdo.

Tracy tinha as mãos sujas de sangue, ela chorava de soluçar enquanto negava repetidamente com a cabeça. Willa se aproximou do corpo também, indo checar a pulsação do amigo mais uma vez como se não quisesse acreditar no que estava prestes a acontecer.

Naquele momento as pessoas que não tinham ido embora do racha já se aglomeravam ao redor daquela cena, curiosos para saber quem tinha sido o alvo dos tiros escutados por toda a extensão do Freenight aquela noite.

Me esforcei para engolir o nó formado em minha garganta na tentativa de interromper aquele choro persistente, passando o dorso da mão nas bochechas querendo secar o excesso de água salgada. Levantei meus olhos para checar o meu redor, sentindo meu coração palpitar ao avistar Theo de longe, a poucos metros da confusão. Ele tinha as mãos enterradas nos bolsos da calça de sarja e o canto dos lábios repuxados em um sorriso fechado quando seus olhos encontraram com os meus.

Sua expressão tranquila e sua pose de vitorioso me fizeram ter certeza de que aquilo era obra sua. Foi então que uma conversa que tivemos há pouco tempo atrás, na última vez em que nos encontramos, se repetiu na minha cabeça como uma lembrança.

— Estamos na mesma. — Chaz declarou à Theo. — Estamos procurando por algum espaço na equipe, você sabe que confiança não é conquistada da noite para o dia.

— Mas eu não tenho todo tempo do mundo. — Theo falou sério. — Talvez vocês só precisem que alguém saia do jogo.

— Como assim? — me pronunciei pela primeira vez, atraindo o seu olhar para mim.

— Vocês não estão conseguindo espaço porque há muitas pessoas na equipe do Bieber. — Theo articulou. — Se alguém sair vocês podem conquistar o espaço que tanto precisam. Como por exemplo, se Chris saísse então Chaz assumiria a parte cabeça da equipe. Lembra como estavam rolando as coisas quando Chris se acidentou? Você estava por dentro de tudo, se aproximando cada vez mais do objetivo.

— E como faríamos algum deles sair? — perguntei mesmo temendo a resposta.

— Matando. — Chaz falou quase que entredentes, com certeza não tinha gostado nada da ideia.

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