07
EVE BASTEN POVEspreguicei meu corpo quando fomos informados de que aterrissamos em Paris. Dormi praticamente a viagem toda, coloquei todo o meu sono em dia. A equipe não parou de conversar por um minuto sequer mas isso não me impediu, eu estava realmente cansada. Chaz estava bem próximo deles, parecia pertencer ao grupo de amigos há anos.
O hotel era bem pertinho da Torre Eiffel, não me surpreendeu o fato de que Justin reservou quartos para toda sua equipe no hotel mais caro da cidade, isso era bem a cara dele. Quando eu comecei a me envolver com Theo minha maior dúvida era como eles se davam todo esse luxo, como nenhuma autoridade desconfiaça da vida de ostentação que eles levavam mas depois de um tempo eu descobri que todos os envolvidos na máfia tem algum negócio de fachada, apenas para justificar a quantidade de dinheiro em seus bolsos.
Já era noite quando chegamos, a cidade estava ainda mais bonita por estar toda iluminada. Eu olhava cada parte do hall do hotel com admiração, cada detalhe sofisticado fazia meus olhos brilharem. Senti Chaz me dar uma cotovelada leve na costela para chamar minha atenção, olhei para ele e vi sua expressão divertida, talvez por eu estar parecendo uma criança que acabou de entrar em uma loja de doces.
— Se acostume com isso, Eve. — ele disse e gesticulou para o nosso redor. — É sua realidade agora.
E era mesmo. Tanto ao lado de Theo quanto ao lado de Justin. Os dois gostavam de todo esse luxo, de toda essa ostentação. Para eles aquilo já era realidade mas achava que para mim nunca seria.
Justin se aproximou de nós e nos entregou nossas respectivas chaves.
— Vocês têm uma hora para se arrumarem e voltarem para o saguão. — ele ordenou, algo que ele adorava fazer. — Nós iremos curtir a noite em Paris.
Ele se virou para entregar as chaves para o resto da equipe e eu segui para o elevador junto de Chaz e nossas malas. Eu estava em prova, tinha que aceitar tudo o que Justin propunha. Se não fosse por isso eu curtiria Paris de outra forma, baladas não eram meu forte.
— Eu sei que não são pessoas que você quer por perto mas você precisa fazer um esforço para isso não transparecer. — Chaz me aconselhou assim que as portas do elevador se fecharam. — Você não vai ir muito longe se continuar se isolando deles dessa forma.
— E o que eu deveria fazer? Babar o ovo deles igual a você? — retruquei.
— Se esse for o único jeito que você encontrar de conseguir se manter perto, sim. — deu de ombros. — Você não vai durar muito se não se transformar em amiga deles.
— Não é tão fácil assim, okay? Eu detesto essas pessoas e o que elas fazem, eu não me encaixo nisso e não faço a mínima ideia de como fingir que sim.
— Você namora com o Theo há tempos, essas pessoas aí fazem o mesmo que ele. Tenho certeza que você consegue se acostumar. — ele retrucou.
As portas do elevador se abriram e Chaz saiu carregando sua mala, eu voltei a apertar o botão do elevador já que meu quarto era no andar de cima. Quando as portas se abriram novamente eu carreguei minha mala para fora dali, indo direto para a minha suíte. Coloquei minha mala em cima da cama para abri-la e planejar minha roupa para aquela noite.
Segui para o banheiro espaçoso, tirei uma peça de roupa a cada passo que eu dava até me encontrar nua. Entrei na banheira e liguei a ducha para me banhar, sentindo a água morna bater em minha pele e me causar arrepios.
Não conseguia parar de pensar que Chaz estava mesmo certo, eu não estava fazendo um bom trabalho e não iria conseguir permanecer na equipe se eu não me entrosasse com eles. Era fácil entrar mas era difícil permanecer. Não sabia se conseguiria me tornar amiga de pessoas que eu estava convivendo meio que forçada, aquilo tinha tudo para falhar. Mas eu precisava tentar, pelo bem do plano, eu precisava dar o meu melhor.
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The Target
FanfictionA pior perda é a perda de si mesmo. Quando você mesmo não se reconhece mais, quando as decisões tomadas para a sua vida não partem de você, quando suas atitudes não coincidem com a pessoa que você realmente é. Quando seus pais são assassinados por a...