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EVE BASTEN POVRyan me pegou no colo sem olhar diretamente nos meus olhos. Justin gritava palavrões e ameaças de morte para os seguranças que seguravam ele enquanto Ryan me levava para o lado de fora do escritório, ele me deixou sentada no chão do corredor e me olhou pela primeira vez com olhos cansados antes de entrar novamente no escritório, fechando a porta e me deixando sozinha no corredor.
Ainda conseguia ouvir os gritos lá dentro, não conseguia entender o que eles queriam dizer porque deveria ter alguma proteção acústica mas eu sabia que estavam gritando. Ali no corredor dava para ouvir mais alto o som da boate. Respirei fundo, engolindo o choro enquanto encarava a porta fechada. Não tinha forças para levantar dali e ir embora, principalmente para fingir que nada tinha acontecido.
— Eve? — ouvi alguém me chamar, virei o resto quase roboticamente para a direção do som e vi Chaz no fim da escada, vindo até mim. — O que houve? — ele agachou do meu lado, seus olhos analisando minha expressão e meus machucados novos.
— Não quero mais fazer isso, Chaz. — minha voz saiu quase em um sussurro. Meu lábio inferior tremeu e aquela maldita vontade de chorar me invadiu de novo. — Eu não consigo mais.
— Relaxa, você está muito nervosa. — ele segurou minha mão, que estava gélida e trêmula. — Me explica o que aconteceu... Quem machucou você?
E então eu notei que os gritos dentro do escritório tinham cessado. E eu não queria estar ali quando ele saísse.
— Me leva embora daqui, por favor. — pedi. — Eu explico no caminho.
Chaz me ajudou a levantar sem fazer mais perguntas, e então saiu comigo pelos fundos da boate. Meus pensamentos estavam à mil e isso fazia minha cabeça doer, sem contar meu lábio inferior que latejava e que eu ainda podia sentir os dedos daquele demônio no meu pescoço.
Ele abriu a porta para mim e eu entrei no lugar do carona, então ele deu a volta no carro para entrar no lugar do motorista. Notei ele me olhar de rabo de olho antes de ligar o carro e finalmente acelerar para longe do estacionamento da boate, o que me causou certo alívio.
— Me leve até a casa de Theo. — Chaz desviou os olhos rapidamente da estrada para me olhar surpreso.
— Eve...
— Não. — o interrompi. — Me leve até lá. Preciso vê-lo, preciso falar com ele, preciso... Preciso colocar um fim nisso.
Eu estava decidida a colocar um fim nesse plano contra o Bieber. Não podia mais fazer isso, não dava mais.
Chaz bufou e virou o volante, fazendo o carro cantar pneu na pista quando ele fez a volta para ir pelo sentido contrário.
— Então... Agora você já pode me explicar o que está acontecendo? — insistiu. — Já criei mil teorias na minha cabeça mas nenhuma delas parece bater.
— O Bieber me atacou. — disse, engolindo em seco ao lembrar.
— Como? — ele estava surpreso. — Por que ele te atacou? O que houve? Vocês discutiram?
— Não, ele simplesmente surtou e me atacou. Ele estava drogado mas eu não acho que tenha sido por isso, é claro que deve ter influenciado mas... Não importa. Ele me atacou. — bufei. — Eu tentei bater nele de volta mas parece que tudo o que aprendi nas aulas de luta com o Brandon sumiu da minha mente, não sabia como agir.
— E como você saiu de lá? — Chaz perguntou. — Você matou ele?
— Infelizmente não, aquela merda está viva. — murmurei. — Ryan chegou com uns seguranças e me tirou de lá, aí ele entrou para resolver tudo e não saiu até a hora que nós fomos embora. Será que ele feriu Ryan também?
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The Target
FanfictionA pior perda é a perda de si mesmo. Quando você mesmo não se reconhece mais, quando as decisões tomadas para a sua vida não partem de você, quando suas atitudes não coincidem com a pessoa que você realmente é. Quando seus pais são assassinados por a...