Vanessa
É hora de partir.
As minhas malas estão prontas desde há dois dias atrás e eu não podia estar mais ansiosa por sair daqui. Sim, vou deixar os meus pais com uma grande angústia mas será melhor assim. Não aguento mais estar aqui, e mudar para outra zona do Reino Unido está fora de questão.
Admito agora que preciso de ajuda e vou recebê-la em Portugal. Os meus pais trataram de tudo com os meus tios. A minha família apoia-me em tudo, mesmo que eu recuse. Estão lá sempre quando eu precisar e sempre ficarei agradecida por isso. A melhor coisa que tenho realmente é a minha família, sempre será. E o amor que tenho por eles é inexplicável, assim como tenho a certeza que o amor que eles têm por mim é mútuo. A família é mesmo assim, estão presentes no inicio da nossa vida até que algo muito além de nós nos separe...
Ontem foi Domingo de Páscoa. Não quis sair de casa como sempre fazíamos todos os anos para ir de manhã à igreja, mesmo quando eu estava mal há um ano atrás. Os meus pais não se importaram. Notei que faziam de tudo para me agradar e aproveitar o máximo de tempo possível para estar comigo e conversar sobre momentos alegres que passamos juntos. Por muito que não quisesse falar ou ouvi-los eu não podia deixá-los assim... Conversei com eles como pude e ainda ajudei a minha mãe a fazer o almoço. Eles não me pressionaram muito e eu agradeci por isso.
Estou pronta para sair de casa. O meu pai já está no carro para colocar as malas na bagageira. E a minha mãe não parava de receber telefonemas. Sempre que atendia afastava-se de mim para eu não ouvir. Houve tempos que já fui mais curiosa.
-Já podemos ir, mãe?- pergunto um pouco impaciente.
A minha mãe anuiu afirmativamente e lá nos dirigimos para o carro em direcção ao aeroporto de Londres.
O carro movia-se e eu via tudo e ao mesmo tempo nada. Podia ver árvores, casas, pessoas mas confundi-las com monumentos, parques ou carros porque tudo o que os meus olhos observavam o meu cérebro não identificava. A minha mente estava noutro sítio, simplesmente. Será que Joana falou com o Niall? Mesmo que tivesse falado não iria adiantar, ele não iria deixar de estar magoado comigo. Sinto-me mal por isso e um grande peso na consciência quando o que realmente quero é que Zayn viesse ter comigo para nos despedirmos só mais uma vez.
Não sei se os devo esquecer a todos, as pessoas a quem eu considero minhas amigas... Por um lado não devia, por outro elas só irão recordar esta minha agonia e sufoco que estou a viver. Eles não têm culpa e eu não sei se também vão deixar a memória que me conheceram enterrada no passado...
Após minutos de viagem de carro, chegamos ao aeroporto. Eu não podia parar de suspirar. É agora o momento em que poderei sair daqui. Porquê os meus suspiros? Será de alívio? Nervosismo? Será por deixar situações mal resolvidas devido à minha cobardia? Não sei... Talvez esteja a sentir tudo e nada.
Os meus pensamentos são interrompidos pela voz da minha mãe.
-Temos de nos despachar para fazer o check-in.
Olho para o relógio. Ainda era cedo para já estar apressada com esses assuntos. No entanto, não manifestei essa minha observação. A vontade de falar que eu tenho é mínima.
O meu pai ajudou-me a tirar as malas e a carregá-las até ao local onde terei de fazer o check-in.
-Senta-te aqui e espera um segundo, está bem?- pergunta a minha mãe apontando para uma das cadeiras que se encontravam desocupadas.
Então há pouco tinha pressa e agora manda-me sentar... Não estou a perceber.
-Os teus amigos vieram despedir-se de ti. Eles estão ali ao fundo, mas se não quiseres que eles se aproximem eu falo com eles.- informa o meu pai.
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Confias em Mim para Amar?
Fanfiction"-Um livro de inglês?! Deves necessitar muito...-ironiza Harry com um sorriso. -Okay... A desculpa até foi boa, mas porquê mentir à minha mãe?- pergunta Louis. -Tu não pensas?! Se dissesse à tua mãe que vinha aqui só para conhecer os rapazes, quando...