Joana
No ecrã da minha máquina fotográfica encontra-se uma foto minha a segurar o novo membro da família.
É tão estranho sentir que agora existe mais um ser a viver nesta casa, sendo este titulado de meu irmão...
Há dois dias que este bebé nasceu e desde daí que o meu pai tem estado mais animado e stressado ao mesmo tempo. Ele sempre quis ter um menino e depois de tudo o que aconteceu a vida dele está estável. Eu sei que a minha mãe nunca vai ser indiferente para o meu pai, mas também tenho plena consciência que gosta da Marlene. O primeiro amor nunca se esquece e as pessoas podem julgar que essa pessoa sempre será a indicada para passar o resto das suas vidas quando estão apaixonadas, mas nem sempre a vida corre como queremos e quando o primeiro amor acaba outros se seguirão. Uma coisa tenho a certeza: as pessoas têm necessidade de arranjar outras para não ficarem sozinhas. A solidão é um dos piores acontecimentos para o ser humano.
Tenho uma família mas sinto-me só, sempre tive esta sensação na minha vida. Eu sei que o meu pai me adora, mas também tenho conhecimento que ele nem sempre me compreende por muito que eu lhe tente explicar os meus pensamentos simplesmente não percebe. No entanto, não conheço ninguém que goste mais de mim do que ele independentemente das porcarias que faça, que são muito poucas. Este meu pai tem sorte na filha que tem.
Sorrio.
Tento negar que a solidão não me incomoda mas a verdade é que às vezes sinto a necessidade de ter alguém ao meu lado e que me compreenda e dou por mim à procura de alguém como o Afonso. Ao mesmo tempo sinto-me uma egoísta por pensar nele quando estou tão em baixo como agora por isso tento evitar falar com ele nestes momentos porque não quero que ele ache que o estou a usar e, na verdade, sempre tentei resolver as minhas coisas sozinha.
O único momento em que não me senti tão só foi com o Harry. Apesar de todo o sentimento de insegurança, eu estava feliz.
Dei por mim a tentar digitar uma mensagem para ele. Mas ia dizer o quê?
Alguém bate na porta do meu quarto e eu simplesmente autorizei que entrasse.
Quando vi quem realmente era pouso o telemóvel, desconfortável com a sua presença.
-Desculpa, mas eu precisava de falar contigo... Os meus pais vieram ver o teu irmão e eu ainda pensei em não meter aqui os pés mas...
Interrompo Louis com alguma frieza.
-Mas acabaste por vir...- faço uma pausa só para o ver a assentir com a cabeça.- Neste momento, não estou com vontade de falar. Respeita isso, por favor.
Por segundos pensei que ele se ia embora. No entanto, fez o contrário e fechou a porta, sentando-se ao meu lado. Rapidamente me levanto da cama.
-Podes, por favor, sair daqui?! Depois do que fizeste ainda tens coragem de tentar aproximar-te de mim?!
Porque é que ele insiste nesta abordagem sabendo que estou chateada com ele?!
-Joana, em relação à aposta eu quero que saibas que só o fiz porque ele disse que conseguia o que queria de ti facilmente e eu sabia que tu eras diferente! Foi ele que fez a aposta comigo! Por isso é que eu te disse no dia seguinte ao ano novo para teres cuidado com ele!- afirma Louis.
Mas ele vem aqui para se desculpar das atitudes dele ou culpar apenas o Harry para me afastar dele?! Eu gostava que ele voltasse a ser o amigo que eu julgava que era...
-Vieste aqui para me afastares ainda mais do Harry? O que ganhas em me separar dele? Se o conseguires achas mesmo que eu vou estar contigo na maneira como estou com ele?! Pensa um pouco antes de agires da maneira como estás a agir.- digo severamente.
-Mas o quê? Estás com ele outra vez?
-E se eu estiver?! Louis, se a tua abordagem for esta então a única coisa que estás a conseguir é afastares-me mais de ti. Estás bem a ver o que está a fazer? A estragar duas amizades tuas! A minha e a do Harry que já conheces há anos!
Nada igual me aconteceu! Um rapaz estragar uma amizade com outro por causa de mim...
-Não estragues uma amizade de anos por causa de uma rapariga e se gostas de mim realmente não arruínes aquilo que eu tenho com o Harry.
Se é que alguma coisa ainda restou da nossa relação... Quero pensar que sim e que vamos ultrapassar isto.
-Porque é que o defendes tanto...?- pergunta-me com um suspiro.
-Tu que conheces o Harry tão bem ou melhor que eu, o que achas que eu sou para ele?- pergunto.
Estou um pouco receosa da próxima afirmação ou reacção dele. Se ele disser que o Harry não gosta realmente de mim, não irei saber se Louis está a dizer a verdade ou simplesmente a mentir para eu ficar magoada com o Harry e afastar-me dele.
-Eu sei que és importante para ele... Mas também és importante para mim...- respondeu, aproximando-se de mim.
Ele está a deixar-me bastante desconfortável. Eu não quero nada com ele! Louis pressiona nalgo que neste momento não faz sentido...
Se o Harry visse o quão próximo estamos neste momento, eu não sei o que ele faria e qual seria a sua reacção.
-Eu gosto mesmo do Harry e peço que respeites isso!- digo firmemente olhando directamente para os seus olhos.- Houve uma altura que pensava que me compreendias minimamente. Estava enganada porque senão não estarias a falar de algo que entre nós nunca existiu.
Após estas palavras saio do meu próprio quarto em direcção à cozinha tendo o cuidado de parar para cumprimentar a mãe e o padrasto de Louis com um grande sorriso falso.
No fundo, sei que tudo o que ele disse foi porque gosta de mim, mas Louis tem de pensar no que as outras pessoas querem e não apenas no que ele quer.
Num futuro próximo não vou conseguir relacionar-me da forma como fazia. Ter com o Louis a cumplicidade que tinha antes e sabendo que ele gosta de mim acaba por ser doloroso para ambos. Estou farta de toda esta situação
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Confias em Mim para Amar?
Fanfiction"-Um livro de inglês?! Deves necessitar muito...-ironiza Harry com um sorriso. -Okay... A desculpa até foi boa, mas porquê mentir à minha mãe?- pergunta Louis. -Tu não pensas?! Se dissesse à tua mãe que vinha aqui só para conhecer os rapazes, quando...