LVIII. Inesperado

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Harry

Joana estava a lavar a banca da cozinha enquanto eu fui pondo os pratos na máquina de lavar louça. Sempre que coloco algo dentro da máquina não consigo de evitar olhar para ela... Nunca a tinha visto com calções e agora podia vislumbras as suas pernas. Nunca as tinha visto, normalmente Joana veste sempre calças e nem quando ocorreu aquela visita de biologia ela tirou a roupa. Incrível! Ela é minha namorada e é a primeira vez que vejo as pernas dela... Isto não é normal!

Com calças as suas pernas parecem mais magras mas a realidade é que estão no ponto. Joana, nunca percas a vontade de fazer exercício físico!

-Podes amarrar o meu cabelo, por favor? Estou com as mãos molhadas.- pede-me Joana ainda de costas viradas para mim.

Ela podia usar o pano para secar as mãos e amarrar o seu cabelo! Isto é provocação!

-Não tenho nenhum jeitinho para isso, Joana...

-Anda lá! Não precisa de estar bem...- insiste, num tom que eu percebo que é com intenções de me afetar.

Com alguma dificuldade e cuidado para não magoá-la, amarrei o cabelão. O seu pescoço ficou mais descoberto e à medida que depositava alguns beijos e as minhas mãos passavam na lateral da sua barriga até à anca, percebi no seus diversos arrepios. Ah... Joana, eu sou melhor provocador. O problema é que não posso provocar tanto quanto gostaria senão eu próprio caio na minha teia... É hilariante como ela consegue ativar-me com tão pouco! Bem, não é assim tão hilariante visto que há muito tempo...

-Acabei!- refere a rapariga enquanto seca as mãos com um pano. Só pode estar a brincar...

-Isso foi mesmo para me provocar...- exclamo um pouco incrédulo. Joana é muito direta na maior parte dos assuntos que fala, sabe provocar, mas não tem mente suja e aposto que ficará envergonhada caso fale desse assunto. Ela fica tímida mesmo quando o seu corpo corresponde ao meu toque e sabe que eu me apercebo disso, quanto mais se referir este assunto... Mas eu não quero que se sinta desconfortável e não vou pressioná-la a nada.

Ouço o meu telemóvel a tocar. Vejo que é o meu pai.

-É o meu pai.

-Dá um "olá" por mim.- nem sei se está a falar a sério ou a ser irónica visto que o primeiro encontro entre os dois não ter sido o melhor. Bem... Depois percebi o facto do meu pai ter sido tão hostil. Ele acha que Joana e eu somos muito diferentes e que não devia levar a relação de forma tão séria porque é muito provável que não dê em nada. A partir do dia em que tivemos essa conversa não tenho falado muito com ele, apenas o necessário.

"Olá, pai."

"Olá, filho. Está tudo bem?"

A ligar-me as estas horas do dia? Ou já se apercebeu que tenho andado diferente com ele, ou existe mais alguma coisa...

Respondo-lhe afirmativamente.

"Também te liguei para falar de outro assunto..."

Claro!

"Eu e a Abby vamos reunir alguns amigos e familiares lá em casa. Eu esperava que os meus filhos também pudessem ir. Já falei com a Gemma e ela disse que não haveria problema..."

Amigos? Familiares? Não é algo que seja do meu interesse conhecer a família da Abby...

"Não sei se posso... Quando irá ser?"

"É só um jantar e irá ser no próximo sábado. A Joana também pode vir."

Bem, desta não estava mesmo à espera. O jantar deve ser mesmo importante para me tentar persuadir a ir desta maneira...

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