XX. Boas amizades

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 Joana

-Olá…- cumprimenta Vanessa, receptível.

-Olá!- sorrio para ela de forma a que se sinta à vontade em falar comigo.

-Como estás?

-Óptima, óptima.

Sei que ela me quer dizer alguma coisa, para mim é-me bastante fácil saber as suas intenções pela expressão que a sua cara demonstra.

-Ainda bem…

-Queres que eu saia?- pergunta Zayn, de repentino. Parece que que ele também tinha percebido. Vanessa afirma com a cabeça.- Bem… Melhora rápido, Joana. Senão não consigo aturar o Louis sozinho!

-Nem o Harry- acrescento com uma gargalhada.

-Esse é diferente, ninguém o consegue aturar por isso não te vou exigir tal coisa.

-Vah, vou-te dar razão- sorrio.

Zayn dá-me um beijo na bochecha e dirige-se para a porta

-Até amanhã, Vanessa- acena-lhe, saindo de seguida.

Um silêncio permaneceu. Tenho a sensação que Vanessa está a pensar na forma de abordagem. Decido não falar, prefiro que seja ela a dar a iniciativa de assim o fazer. Noto que a rapariga de cabelo castanho claro avança para mais perto de mim, as mãos dela tocam nos ferros que estão na lateral da cama onde eu me situo. Até que me apercebo de feridas na sua pele, numa das mãos, pareciam que já tinham algum tempo, mas não muito… Como nunca me apercebera daquilo? Será que Niall sabe? Então, e Zayn?

Vanessa esconde, rapidamente, a parte que estava magoada com as mangas da camisola. Apesar de ter imensas perguntas para lhe fazer, irei continuar com o meu silêncio, não quero insistir no assunto, nem tenho forças para tal…

A chuva era mais intensa, pois ouvia-se cada vez mais. Olho para a janela do meu lado direito. De repentino, lembro-me de Portugal. Não quero admitir… Mas sinto saudades da minha mãe, para ser mais explícita, saudades daquilo que nunca irá voltar. Quem diria que só passaram, aproximadamente, dois meses, parece que já estou cá há mais de um ano. O mês de Novembro já se aproximara e daqui por alguns dias irá ser Dezembro, o que significa férias…Natal, o primeiro que irei passar na minha nova casa, não desgosto de estar neste país, mas preferia passar este momento festivo em Portugal. Espero que o meu pai consiga arranjar bilhetes de avião para passarmos o Natal no nosso país.

-Joana…Eu peço desculpa pelo comportamento que tenho tido contigo nestes últimos tempos…- finalmente Vanessa decide falar e na nossa língua nativa. Mostro um sorriso simpático de forma a não se sentir constrangida.

-Eu compreendo os actos que tiveste, mas nunca duvides da amizade que tenho por ti e sobretudo confia em mim.

-Agora sei que não fizeste por mal ao contar a Zayn, eu tenho de aprender a confiar nele e em ti. Não quero afastar mais as pessoas de quem gosto…

-Se as pessoas, realmente, gostam de ti nunca se irão afastar, sempre te apoiarão. No entanto, és tu que te afastas.- falo com uma voz baixa, mas bastante sincera.

-Talvez tenhas razão, mas isso não quer dizer que nunca pense nelas e não me preocupe, pelo contrário…

Os seus olhos mostravam tristeza e um enorme esforço para não chorar, embora eu saiba que aquelas lágrimas não se irão segurar por muito tempo.

-Eu sei. Mas, por favor, não te agarres muito ao passado. Ele, por vezes, é traiçoeiro e pode-nos condenar de uma forma bastante penosa.- aquelas palavras saem da minha boca com naturalidade o que me espanta. Eu não sou assim…Uma pessoa que aconselha as outras e as conforta com estas palavras?! Tenho a plena consciência que aquilo que disse não é fácil, e eu sei do que falo, embora o verbo “tentar” seja bastante aplicável em todas as situações.

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