CAPÍTULO 14 - O guardião

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Enzo morre para me salvar e eu acabo desmaiando, não suportando o forte veneno que penetrou em meu corpo através dos espinhos das rosas sanguessugas. Achava que não conseguiria, cheguei a pensar que estivesse morto, mas... sinto frio... muito frio...

— Hã? Onde estou? — Pergunto abrindo lentamente os olhos, sentindo uma brisa muito fria sobre o meu corpo.

— Está no Ártico, acho que é assim que vocês chamam este lugar. — Responde um homem vestido em um casaco bem grosso de pele de urso, assando um peixe na fogueira. Me levanto e olho ao redor, percebo que estou dentro de um iglu (casa feita de neve e blocos de gelo). Noto que estou bem agasalhado também com um casaco de pele de urso.

— Atchimm! — Espirro ao me afastar da fogueira. — Como vim parar aqui? A última coisa que me lembro é de estar diante de um monte de rosas em cima de uma ponte invisível, depois apaguei.

— Melhor voltar para perto da fogueira, você não está acostumado com a temperatura deste lugar. — Diz o homem terminando de assar o peixe me oferecendo em seguida. — Sente-se e coma, vou explicar o que aconteceu.

Me sento próximo a fogueira e escuto o homem misterioso falar enquanto como:

— A pessoa que te trouxe até a mim me contou que você passou pelas rosas sanguessugas de Dark Thoughts e perdeu muito sangue, além de estar quase morto por causa do veneno dos espinhos delas. Realmente você chegou aqui só o bagaço, me admiro muito você ter reagido aos medicamentos e se recuperado! Por sorte alguém deve ter usado o Mesopotâneos em você, o que ajudou a impedir que o veneno circulasse pelo seu corpo já que seu sangue agora flui ao contrário.

— Quem me trouxe aqui? — Pergunto espantado.

— Ele não disse o nome, mas também estava bastante ferido. — Responde o homem em minha frente olhando fixo em meus olhos. — Se eu contar você não vai acreditar! Ele estava sem camisa, tinha cabelos longos e loiros...

— Por que você diz que eu não vou acreditar? Parece uma pessoa normal.

—Não, ele não era uma pessoa normal, ele tinha asas, que aliás estavam quebradas, além de um ferimento enorme em seu peito e carregava consigo um tipo de arma parecendo um arco, mas não era um arco. Ele disse que tinha retirado uma flecha que estava cravada no peito, por isso estava perdendo muito sangue e não poderia seguir adiante com você.

— Era o Enzo! — Me admiro e alegro-me ao mesmo tempo. — Aquele filho da mãe sobreviveu! Graças a Deus!

Olho em minha volta e pergunto onde ele está, mas o senhor em minha frente responde:

— Não faço a mínima ideia. Ele te deixou sob os meus cuidados e partiu.

— Fico feliz em saber que ele está vivo, espero que esteja bem. — Digo me levantando após terminar a refeição. — Obrigado por cuidar de mim.

— Para aonde você vai agora? — Pergunta o homem. — Qual o seu destino?

— Eu não sei, só sei que já estou no local certo.

— O que veio fazer aqui afinal?

— Pare de me enrolar! — Falo irritado. — Se você sabe que vim de Dark Thoughts provavelmente deve saber que não sou um ser humano normal, aliás, tenho certeza que você também não. Me diga quem você é!

— Hun, hun, hun! — Sorri ironicamente o homem retirando o casaco revelando um corpo bem musculoso cheio de cicatrizes.

— Para que essa exibição? — Falo entronchando a boca. — Não estou interessado em ver o seu corpo.

Dark Thoughts - O Caminho do Anjo (volume 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora