Dark Thoughts - O Caminho do Anjo (volume 2)

CAPÍTULO 30 - Velhos Amigos, Novos Inimigos

Lia é presa, acusada injustamente de estar envolvida nos assassinatos cometidos pelos seus amigos vampiros. Ela é visitada por Fran e pelos seus irmãos (filhos dos seus pais adotivos que foram mortos por Crispin), os mesmos não acreditam que Lia seja inocente e se voltam contra ela, restando apenas Fran do seu lado. Após essa visita, Lia é levada a sua cela junta à outras criminosas e já faz inimizade com uma tal de Mancha...

— E se eu tocar em você, o que vai fazer? — Diz Mancha pegando no cabelo de Lia e o puxando com bastante força. Lia se vira pegando no braço dela e a arremessa no chão. Depois pisa várias vezes em sua face. As outras criminosas avançam para cima de Lia com facas e pedaços de vidro. Lia se desvia das investidas delas e as derruba com vários chutes muito velozes.

— O que está acontecendo aqui? — Pergunta o delegado vindo com outros agentes apontando suas armas para as detentas.

— Elas que começaram. — Diz Lia se recompondo.

— Eu não fiz nada. — Diz Mancha se levantando com o rosto machucado. — Essa louca já chegou nos ameaçando com uma faca.

— Eu te ameacei? — Se indigna Lia. — Pare de mentir e controle essa sua língua antes que eu a arranque fora!

—Já chega! — Diz o delegado abrindo a porta da cela. — Você mal chegou e já está arrumando confusão! Acho que uma noite na solitária vai te ensinar boas maneiras.

Lia é levada para a solitária. As outras ficam tirando sarro dela, enquanto Mancha fica lambendo a ponta de um canivete dizendo que vai se vingar.

— Você não vai conseguir matá-la com armas comuns. — Diz uma prisioneira idosa sentada no chão e fumando um cigarro. Ela apanha o casaco da Katy que Lia deixou cair sem querer em meio a toda aquela confusão e o veste, se sentindo bem confortável com ele.

— Finalmente resolveu falar! — Se admira Mancha. — Desde que cheguei aqui que nunca te vi pronunciar nenhuma palavra, pensei até que fosse muda.

A idosa é uma mulher muito misteriosa e está há anos naquele local sem nunca pronunciar uma palavra. Sempre polindo um medalhão que carrega no pescoço e lendo um livro esquisito sem capa. Ela se levanta dizendo:

— Não sei se vocês notaram, mas aquela moça é muito rápida e se livrou facilmente de todos os ataques. Porém, uma das facas a acertou, vejam! — Ela mostra uma faca melada com sangue preto que borbulha como se estivesse fervendo.

— O que é isso? — Pergunta Mancha, junto com as outras que também ficam curiosas.

— É o sangue dela. — Responde a idosa ainda tragando seu cigarro. — Sangue de uma pessoa amaldiçoada.

— Amaldiçoada? Como assim?

— Ela é uma vampira.

Todas começam a rir e zombar da mulher idosa, porém, Mancha parece ter interesse no que ela diz:

— Se ela for realmente uma vampira, como poderei matá-la?

— Com balas de prata ou estacas de madeira cravadas no coração. Outra alternativa seria deixa-la exposta aos raios do Sol.

— Só que não temos nada disso aqui dentro desta cela, existe outro meio de acabar com ela?

— Hum... — resmunga a idosa voltando a sentar no chão, acendendo outro cigarro e tornando a ler o seu livro.

— Estou falando com você, sua velha má educada! — Diz Mancha tomando bruscamente o livro da mão da idosa e se assusta ao ver que o que ela tanto ler são rituais de magia negra. Mancha se assusta ao ver isso e derruba o livro no chão, a idosa o pega de volta e diz que Mancha não está preparada para enfrentar a vampira.