Dark Thoughts - O Caminho do Anjo (volume 2)

CAPÍTULO 32 - Perseguição Implacável

Thirce foi novamente sequestrada, mas desta vez não temos o apoio de Dal e Lauriet para encontrá-la. Chegou a hora de pôr em prática tudo o que aprendi com Lauriet sobre encontrar alguém ou algo através de sua essência. Utilizando os recursos necessários consigo chegar ao local que ela passou no período mais próximo, porém...

— Droga! Como irei encontra-la em uma rua tão movimentada? — Digo olhando para um lado e para outro em meio à multidão. — Até mesmo a Lauriet com a sua vasta experiência recorreu ao Dal para encontrar a Thirce da outra vez que ela foi sequestrada. O que me faz pensar que eu conseguiria sozinho?

Continuo caminhando, tentando encontrar algo que possa me levar até Thirce. O mais estranho é que este ponto da cidade está calmo, enquanto lá próximo ao hospital está infestado de vampiros. Será que todos os vampiros foram embora e só estou bancando o idiota andando em círculos como daquela vez com o Enzo? Um pouco mais à frente vejo no chão o capuz que ela usa.

— Esse é o capuz da Thirce, então acho que estou no caminho certo. — Digo pegando o capuz e me concentrando para sentir o último vestígio da essência da Thirce e em minha frente se forma uma espécie de rastro avermelhado que se amplia continuamente.

— Isso! Com poderes de um anjo quem precisa de GPS? — Digo seguindo o rastro.

Após quase meia hora acompanhando a rota do rastro, percebo que acaba bem em frente uma concessionária, que aliás está totalmente destruída e incendiada. Uma grande multidão observa o incêndio, enquanto os bombeiros tentam conter as chamas. Repórteres e agentes de tv registram a notícia do acidente. Escuto atentamente eles dizerem que cinco indivíduos carregando uma jovem roubaram um carro blindado e teve confronto contra os vigilantes locais que acabou ocasionando o incêndio. Ainda não se sabe o número exato de mortos e feridos com a explosão.

Me aproximo e escuto o restante da notícia onde dizem o local onde está acontecendo neste exato momento a perseguição policial. Sem perder tempo uso minha velocidade para chegar o mais rápido possível até eles. Após algum tempo, observo ao longe um carro fazendo zig-zag em alta velocidade trocando tiros com a polícia.

— São eles. Só pode ser eles. — Digo correndo ainda mais velozmente e saltando sobre os carros, tentando me aproximar.

De repente um dos tiros acerta o tanque de combustível do carro dos policiais, que perde o controle e capota sobrevoando em minha direção. Rapidamente consigo ver seu movimento em câmera lenta e salto passando por dentro da janela do carro (ainda no ar), me agarro com os dois policiais do banco da frente, saio com os dois pela outra janela e caímos rolando no chão, enquanto vemos o carro explodindo no meio do asfalto.

— Obrigado! Você é um herói! — Diz o policial maravilhado.

— Como você fez aquilo? — Pergunta o outro.

— Não sei. — Respondo. — Meu corpo reagiu por vontade própria. Sorte que vocês desprenderam o cinto bem na hora.

Os levo até a calçada e pergunto se estão bem. Eles respondem que sim, só algumas dores, mas bem. Um deles pega o rádio e pede reforços, indicando as coordenadas do veículo dos bandidos. Pergunto se eles sabem para onde o carro está indo. O policial responde que ouviu eles comentando sobre um velho aeroporto que agora encontra-se interditado, situado próximo a usina Bom Jesus. Provavelmente é para lá que estão indo.

— Obrigado e tirem um dia de folga! — Digo sumindo da vista deles com a minha sub velocidade.

— De nada! Ué! Para onde ele foi? — Diz os dois olhando para os lados.