34 - Lobos

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Quando estava com Miguel, eu não precisava dirigir. E isto era realmente muito bom. Apesar de conseguir dirigir muito bem, não era algo que eu gostava, ainda mais que eu estava aflita ao precisar encarar a rígida família de Miguel.

— Miguel, porque você é um lobo? —  exclamei demonstrando a minha curiosidade sobre o assunto.

Eu havia pensando muito sobre isso, e forçado a minha memória a se lembrar de tudo que eu já havia lido sobre. Porém, nada parecia real. E eu gostaria de saber de fato qual era a verdade. Afinal, eu sabia sobre vampiros, súcubus, íncubus e bruxas.

— Isso é uma questão complicada... — afirmou, pensativo. — Eu conheço duas maneiras de ser um lobo: A primeira é você nascer com o sangue de lobo. Isso é passado a muitas gerações... Outra, é você ser mordido por um. A mordida de um lobo tanto em seres sobrenaturais, quanto em seres humanos é letal. E, quando um humano morre com uma mordida de lobo ele volta a vida.

— E você então é descendente. — conclui, me lembrando de seus pais.

— Sim. Elion, é meu pai. Ele é o líder da nossa família, porque depois que meu avô morreu ele era o irmão mais velho. Nossos tios vivem por aí... alguns negam a vida de lobo e só nos visitam nas luas cheia quando são obrigados a se transformar... Já os meus primos, filhos deles, são obrigados a vir até aqui para aprender as coisas básicas...

— Todos lá são seus primos? — indaguei espantada, eram muitos jovens.

Fitei um enorme galpão vazio na beira da estrada. Parecia ter sido abandonado, e as janelas de vidro se encontravam quebradas.

— Não mesmo. — ele riu, de uma maneira constrangida. — Antigamente, isso era bem comum, sabe? Elion sempre diz isso para a gente nas nossas reuniões. As pessoas tinham como um passa tempo, ter filhos. — ele riu novamente. — Mas hoje em dia cada vez menos os tem, e cada vez mais chances tem de nossos filhos serem lobos. Aqueles são filhos de amigos do Elion, que se uniram a nossa matilha para nos tornamos mais fortes. Isso é bem normal... Para matar os alfas e serem cada vez mais fortes. Sabe como é, a busca de poder gera tudo isso.

— Matar o alfa? — indaguei mudando a entonação em minha voz. — Vocês matam os líderes de outras matilhas?

— Se preciso, sim. Mas isso é muito raro... Enfim, chegamos. — disse, estacionando o carro entre o espaço entre algumas árvores.

— Eu não quero causar confusão, Miguel. — aconselhei a ele novamente, enquanto descia do carro.

Tinha esperança de que ele fosse desistir dessa aproximação forçada.

— E não irá. — ele sorriu batendo a porta para que ela se trancasse, tentando me confortar. Estava otimista de que tudo ocorreria bem.

— MIGUEL. — dois jovens correram em nossas direções e eu coloquei minhas mãos em meus bolsos apertos. Eram altos, magros e bronzeados. Sorriam alegrem com a sua presença ali.

— Eai, carinha. — Miguel abraçou os dois rapidamente, os aninhando em seu colo. — Como estão as coisas por aqui?

— Todos ansiosos com a cerimônia. — o mais alto respondeu rapidamente.— Você veio para ficar, certo?

— Eu não iria perder isso por nada. — afirmou e me fitou com um sorriso que eu jurava dizer: "Eu avisei".

Mais garotos saiam da casa e vinham em nossa direção e poucas meninas também. Engoli em seco sem sabe o que seria essa reunião. Porque ele não me avisou sobre essa maldita cerimônia? Era óbvio que não me aceitariam ali naquele dia.

Noites SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora