48 - A Verdade

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De Washintong para Stepford eram necessários dez horas de carro. Stepford era o único lugar em que eu conseguiria pensar em ir, afinal, lá eu tinha uma casa. Era uma cidade pequena e então não ficariam sabendo da minha chegada. Precisávamos saber o que fazer, afinal, eu ainda era a rainha e Mary havia enviado alguém para me ajudar. Talvez, ela estaria a meu favor e iria me ajudar.

Juliet permaneceu acordada perdida nos seus pensamentos enquanto eu dirigia pela rodovia escura e deserta.

— Você acha que isso é uma guerra? — exclamei, quebrando o silêncio.

— Claro que sim. Invadiram seu reino... queriam te matar. — Juliet respondeu.

— Eu não entendo... Mary sempre se manteve fria e sem posicionamento. Porque me ajudar? — indaguei a pergunta que martelava em minha mente.

— Pode ser que.... — Juliet anunciou e logo em seguida se calou. — Não... isso é loucura.

— Fala ai. — incentivei curiosa.

— Que eu saiba.... Houve uma pequena guerra. Digamos que a primeira.

— E qual foi o motivo? —indaguei distraída. A rodovia estava vazia e escura. 

— Não se sabe o estopim, porém as bruxas queriam guerra contra os súcubus e íncubus. Vendo que nada os detinham, sacrificaram uma quantidade imensa dos mesmos, se unindo a forças malignas, para criarem facas capazes de matar os tais. O feitiço se tornou comum, e as bruxas encantavam outros objetos para causar dor ou a morte em súcubus e íncubus que contra atacavam matando muitos. Lobos e vampiros vendo que as bruxas tinham um poder muito grande, se uniram aos súcubus e íncubus fazendo as bruxas, que já estavam entrando em uma espécie de extinção, pedirem misericórdia. Desde então, as armas especiais eram usadas não por bruxas contra outros seres, e sim por seres da mesma espécie lutando contra eles mesmo.

— Isto é confuso... ela não deveria estar contra mim?

— É ai que as coisas não se encaixam. Talvez, ela sabe de algo que não sabemos...

— Será que é por isso que Mary é tão fria? Ela guarda rancor de todos, em nome dos seus ancestrais?

— Talvez ela só seja muito observadora. — disse com desdém. — Nunca confie em que observa de mais, em silêncio. Você não sabe o que se passa na mente deles e quando você menos esperar, eles irão usar isso ao seu favor ou contra você.

— Se você quiser se alimentar... não sabemos o que iremos enfrentar amanhã. — comentei. —  Chegaremos em Stepford quando já for dia.

— Qualquer coisa me acorde. — disse, virando o rosto para o vidro e fechando os olhos.

Eu assenti, acelerando cada vez mais. Eu não tinha mais medo de dirigir e havia um desejo que pulsava em minhas veias: querer encontrar quem havia liderado a invasão.

                                                                                §§§

Dirigi durante toda a madrugada nas rodovias vazias perdida em meus pensamentos. Assim que o sol nasceu, estávamos quase chegando no destino. Eu sentia uma satisfação em saber que poderia me vingar e acabar com tudo isso. Eu não almejava uma guerra... isso não era meu objetivo. Eu iria fazer de tudo para evita-la.

— Já chegamos? — Juliet enfim despertou calmamente.

— Já estamos em Stepford. — disse sorrindo.

— Até que enfim... vou poder tomar um banho. — ela riu.

As ruas continuavam da mesma maneira, as casas e a vizinhança também. Calmas e tranquilas. Era como se nada tivesse mudado desde quando eu parti. Avistei um motim de pessoas na porta da minha casa.

— O que é aquilo? — Juliet indagou se esquivando para enxergar melhor.

— Fogo. — alertei vendo a minha casa em chamas. As pessoas viam a casa ser dominada pelo fogo amontoadas do outro lado da rua.

Estacionei o carro no meio da rua saindo em disparada para ver o que havia acontecido. Fitei Juliet, que me olhou também sem entender.

— Acha que eles podem ter algo a ver com isso? — cochichou enquanto nos aproximávamos da casa.

— Muito provável. — respondi desconfiada.

O sol brilhava intensamente, e as chamas do fogo dançavam no ar.

— Sara? — uma voz masculina me chamou e eu a procurei.

— Gimmi! — sorri vendo sua aparência assustada.

— O que está acontecendo?! — ele me abraçou rapidamente. — Você sumiu... e agora aparece com a casa pegando fogo. Andei preocupado...

Eu nunca pensei que ficaria tão feliz em ver Gimmi novamente. Como se a parte feliz e alegre que eu havia conquistado ainda estava lá.

— Tive alguns problemas...— engoli em seco. Ele parecia mais alto... e mais magro.

— Miguel também desapareceu... você sabe algo sobre ele?

Fitei Juliet. Miguel era um lobo, ele poderia saber do que estava acontecendo?

— Não o vejo a muito tempo. — disse, sem fitar seu rosto. Mary me olhava do outro lado da rua, procurando que eu a notasse. — Gimmi, preciso ir. — disse me retirando rapidamente e vendo Juliet me seguir.

Por um momento eu senti um alivio em encontrá-la novamente. Mas, por outro lado, um receio.

— Até que enfim eu a encontrei. — ela sorriu olhando para os lados.

— O que está acontecendo? Porque você está aqui? — indaguei desconfiada.

— Não podemos ficar aqui... você não está salva e eu também não.

— Eu não vou a lugar nenhum sem saber o que está acontecendo! — reagi.

— Joseph não te ajudou por dó, minha querida. Ele te ajudou porque pensava que você seria fraca e fácil para ele dominar. Ele planejava uma guerra e agora conseguiu. Tudo foi muito bem arquitetado por ele. — ela olhava dentro dos meus olhos ao dizer. — Sinto muito. Mesmo morto... conseguiu quem seguisse com seus planos.

Eu não sabia o que sentir. Raiva? Fúria? Tristeza? Os sentimentos se misturavam em mim e eu somente desejava uma coisa: a morte de todos que haviam se voltado contra mim. Estava cansada de sofrer e fugir.

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GENTE

VOLTEI!

Muuuuita gente perguntou o motivo do Joseph ajudar ela... lá no baile. E está ai a resposta! ;)

Que saudades que eu tava do Gimmi! <3

O que será que vai acontecer???

Quero saber a opinião de vocês! Estamos entrando na RETA FINAL da história... E eu já estou com o coração apertado.

Enfim, tudo que está acontecendo foi escrito a algum tempo, e eu realmente espero que vocês gostem! Abraçoss

Noites SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora