23 - Plano

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— Não me olhe assim, Josh. — disse desligando o celular. Aquele olhar de julgamento me deixava desconfortável. — Você sabe que eu fiz a coisa certa. — fitei o corpo da menina morta.

— Com quem você estava falando? — indagou com uma cautela desnecessária.

— Lion. — respondi rapidamente. — Ele quer... — pensei por um momento se deveria falar. Ele acreditaria em minhas intenções? Mas eu não conseguia mentir...— Você em troca do meu pai.

— E o que você pretende fazer? 

Eu não podia fazer a troca. Afinal, Josh era muito especial para mim. Eu não conseguiria entregá-lo para a morte e viver com isso... o que eu sentia por ele era algo que nem eu mesma havia parado para pensar.Mas, eu poderia fingir que aceitava e salvar meu pai. Poderia armar uma armadilha contra ele.

— Estava pensando em fingir a troca, para salvar meu pai. — admiti esperando que ele entendesse. — Você tem alguma ideia?

— Sara... não sabemos quantas pessoas estão do lado dele. — respondeu. — E se a gente não conseguir? Eles tem armas... que nem nós mesmos conhecemos.

E era uma verdade. Josh ainda era um íncubo praticamente novo diante dos outros.

— É o único jeito... — respondi com pesar. Eu também tinha medo. Se algo acontecesse ao Josh... — Não quero que você lute, Josh. Nem ninguém mais. Não quero se arrisquem por mim.

Pensar em alguma morte por mim me causava um pesar. Eu me lembrava de minha mãe... de John sendo transformado. Será que eu aguentaria viver sabendo que havia matado alguém?

— Vamos para casa. Lá podemos bolar esse plano com mais facilidade.

E eu assenti e sai em disparada em direção ao carro.  Retornamos do mesmo modo como vimos, correndo até o carro e completando o destino de carro. O tempo estava bom, calor. Atualmente devido as condições do mundo o clima não era mais como antigamente. Na mesma hora que é calor é frio. Josh dirigia perdido em seus pensamentos. E eu lutava parar pensar, mas tudo que vinha em minha mente era que iria com Josh até o lugar marcado, um lugar distante de preferência, pegaria meu pai e iríamos nós três embora. Evitava pensar no que fazer depois. Precisava salvar meu pai primeiro.

                                                                                      §§§

— Josh eu preciso... — disse e parei de falar vendo a sala cheia de pessoas. Iria dizer que precisava me alimentar, afinal, eu já me sentia um pouco mais fraca.  Isso ao mesmo tempo que me causava um medo, seguido de insegurança... me causava uma curiosidade. — O que vocês estão fazendo aqui? — indaguei ao ver John, a mãe do Josh, Elena, Isabel e Tom povoando a sala.

— Eu falei com John, Sara. Ele precisava saber...

— Nós iremos com você. — John interrompeu rapidamente. — Eu prometi que iria cuidar de você, se lembra? — ele disse da mesma forma paterna.

Lembrei-me de como era me sentir acolhida por John. E por um momento senti que meus olhos se enchiam de lágrimas.

— Nós também iremos. — Izabel disse, segurando a mão de Tom. — Caso seja uma armadilha poderemos ajuda-la. Somos experientes...

— Faço tudo pelo meu filho. — a mãe de Josh disse, rapidamente.

— O que? — exclamei admirada e ao mesmo tempo assustada. — Não! Eu não quero que ninguém lute. — disse rapidamente. Eu temia pela vida de todos que estavam lá, não queria que ninguém lutasse por mim. Estava cansada de perdas.

— Todos aqui são maiores de idade, Sara. — Josh disse. — Todos sabem os riscos.

— Qual é o plano? — indagou John se sentando e apoiando o cotovelo no sofá.

Eu não queria ninguém lutasse por mim. Sabia que isso era um risco, por uma pessoa que eles nem conheciam. Mas, esse é o valor da amizade. Eu não podia impedi-los de lutar. Josh começou a falar o que havíamos pensado antes e eu notei que  a mãe do Josh ia até a cozinha e fui logo atrás dela. Precisava antes tirar uma dúvida.

— O que você tá fazendo aqui? — indaguei, falando o mais baixo possível para que ninguém escutasse. 

— Estou com John. Josh é meu filho. E eu vou lutar se alguém tem algo contra ele. — respondeu tentando também cochichar. Porém ela parecia mais rude do que antes. Como se tivesse decorado essa frase.

— Josh deixou de ser teu filho quando você sumiu e deixou ele com seu irmão. — respondi entre dentes. — Ele não te quer aqui!

Eu sabia que Josh estava fazendo um esforço muito grande estando ali dividindo o mesmo espaço com ela.

— Eu já pedi perdão! — ela respondeu se irritando. —  Eu fiz e assumo meus erros, mas ele é MEU FILHO. — afirmou batendo no peito. — Ninguém, nem ele mesmo, vai me afastar da vida dele. — ela disse entre dentes desafiadoramente. — Eu sempre ficava de olho para ver se ele estava bem, sempre mandava dinheiro para meu irmão cuidar dele, EU SEMPRE ME IMPORTEI COM MEU FILHO. — ela disse alterando a voz. Seus olhos estavam cheio de lágrimas, como se tocar naquele assunto com ela era revirar lembranças antigas. Uma dor constante.

— Se você tentar alguma gracinha, alguma coisa que o atinja, eu vou cortar seu pescoço.— cuspi as palavras que soaram mais como uma ameaça. 

Ela tinha seus motivos e eu tinha os meus. Josh era meu amigo, um amigo que cuidava de mim. E eu deveria cuidar dele também. Porém, eu não poderia obriga-la ir embora. Afinal, John agora estava com ela. Eu não entendia o que significava "estou com John". Poderia ser no sentindo de amizade, ou algo a mais. Era muito estranho ver John com alguém, já que eu sempre tive a imagem de um padre na minha mente.

Meu celular tocou enquanto eu caminhava de volta a sala e eu já sabia quem era, Lion querendo saber qual seria o meu veredito. Limpei a garganta e atendi tentando ao máximo demonstrar que não estava abalada ou receosa por ele ter meu pai em seu domínio.

— Lion. — disse, sarcástica. — Como é bom ouvir sua voz!

A sala ficou em silêncio. Me fitavam com olhares curiosos e eu sentia que eles se concentravam para ouvir o que eu dizia.

— E o que você decidiu? — ele indagou sendo direto. Sua voz soava de uma maneira sedutora. 

— SARA? FILHA? POR QUE ISSO TÁ ACONTECENDO? ME AJUDA! — era meu pai gritando. — POR FAVOR, FILHA!

— Você está o machucando!—  disse de uma maneira assustada desmoronando meu personagem. — LION, PARA! EU VOU FAZER O QUE VOCÊ QUER!

— Na madrugada do dia de amanha.... não quero humanos me enchendo. Na casa da bruxinha, lá é um lugar bem afastado.  — respondeu ignorando o que eu falava. Ele estava frio, parecia irritado ou ansioso.

E eu tremi vendo que o sol já estava se pondo. Um misto de ansiedade e medo me dominaram por completo.

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Voltei bem rápido, em????

Estão gostando desta frequência de postagens? Aproveitem... a primeira fase está acabando... hahaha

E ai, o que acharam do capítulo?

Sara interrogando a mãe do Josh...

Todos se voluntariando....

John sendo o pai que a Sara nunca teve...

O grande final se aproximando...

Enfim, comentem!
Quero conversar com vocês!

Favoritem e divulguem para seus amigos.

Muuuuuuuito obrigado pelos 5.1K. Vocês são os melhores leitores desse mundo!

Um abraço e até mais!



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