— Como? — exclamei assustada. — Quem está invadindo?
Passos ficaram próximos da porta. Juliet abafou meus lábios e eu me calei vendo a sombra ser refletida por de trás da porta.
— Ela está aqui. — disse uma voz feminina e tremula.
Meu coração se acelerou enquanto eu olhava para todos os lados. Não havia nenhuma passagem.
— Shiu. — disse Juliet, e me puxou para a ao lado do meu guarda roupa onde ela deslizou a mão.
— O que você está fazendo? — indaguei sem entender.
— As bruxas criaram esse lugar... deve ter um esconderijo. — ela sussurrava. — Talvez funcione com você! — ela puxou minha mão e deslizava na parede.
— Diga que você está precisando do esconderijo!
— O—ok. Eu preciso do esconderijo. — disse hesitando e nada aconteceu.
— Acabou para você, Sara. Se entregue! — disse uma voz masculina e eu tremi.
— Eu ordeno o esconderijo! — afirmei. E era como se a parede criasse vão vazio, com uma porta que se encaixaria perfeitamente.
— Vem! — Juliet adentrou, se encolhendo de joelhos e eu também entrei, fechando a pequena porta e vendo a porta do quarto cair contra o chão.
— Olhe nos banheiros! — disse o moreno alto.
Uma menina saiu em disparada e voltou rapidamente.
— Nada, senhor. — disse, levemente receosa.
— Onde essa vadia está sua velha?! — o homem se virou para uma de minhas empregadas que eu não me lembrava o nome, a conheci pelas veste escura e longa.
— E-eu não sei. Ela estava aqui... — disse apavorada.
— Mentirosa! — urrou, tomando a faca da cintura em mãos e perfurando o pescoço da súcubus que caiu no chão trêmula, devido a tamanha brutalidade.
Juliet abafou meu suspiro de susto pressionando ainda mais suas mãos contra meu rosto. Eu tremia todo o meu corpo.
— ELA TEM QUE ESTÁ AQUI! PROCUREM EM TODOS OS LUGARES ESSA RATA! — gritou saindo do quarto correndo.
— Temos que sair daqui, AGORA. — Juliet saiu da parede escura e eu a segui vendo a minha porta no chão. A mulher me fitava com os olhos inundados de lágrimas e com todo o chão coberto de seu sangue.
— Tá tudo bem. — tentei sorrir entre as lágrimas.
— Me perdo... — sussurrou.
— Fique em paz. — engoli em seco acariciando seu rosto até o mesmo perder a vida. Seu corpo ficou lá, com os olhos abertos e arregalados, fitando o nada. Pele pálida e sangue fresco por todo o chão.
Juliet abriu o meu guarda roupa e pegou as minhas armas.
— É melhor isso voltar a ser seu. — ela sorriu tensa.
— Você não pode ficar com essa roupa... vai chamar atenção. — anunciei tentando pensar. Ela assentiu e tomou em suas mãos uma calça e uma blusa minha.
— No caminho nos trocamos.
— Primeiro... como vamos sair daqui. — admiti. — Quem são e como entraram aqui?

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Noites Sombrias
FantasyE se o mundo onde vivemos fosse totalmente maior do que somos capazes de ver? E se a vida fosse muito mais além do que podemos saber? A jovem Sara descobriu da maneira mais trágica como é crescer aos olhos de um demônio, e o quão grande pode ser o...